segunda-feira, 19 de novembro de 2018

PL►Y: Legítimo Rei

Pine e seus aliados: Coração Valente parte 2?

Até a Netflix guarda seus filmes de maior prestígio para o final do ano (e parece que neste ano a empresa investiu pesado para conseguir espaço nas premiações que se aproximam). Um caso interessante aconteceu com Legítimo Rei de David Mackenzie (A Qualquer Custo/2017), que foi exibido no Festival de Cinema de Toronto e depois de sofrer críticas recebeu um novo corte - mais enxuto com vinte minutos a menos (e o diretor ainda afirmou que tinha ideias para um filme de quase quatro horas). Curiosamente a ideia de ter um novo corte gerou comentários inusitados por conta da tal cena de nudez frontal do astro Chris Pine (é verdade, fãs ficaram com medo da cena ser cortada),  mas ciente de que a cena renderia maior audiência para o filme, ela permanece intacta (eu acho). O filme é uma espécie de sequência do que vimos no filme Coração Valente (1995) de (e com) Mel Gibson. Legítimo Rei é sobre o que aconteceu posteriormente ao final daquele filme, vale ressaltar que não se trata de uma continuação direta, mas um prosseguimento da História bista anteriormente. Embora o roteiro não traga muitas novidades para o gênero épico, Mackenzie é um bom diretor e consegue dar uma atmosfera bastante crua para o filme. Existem cenas de batalhas que impressionam e personagens vilanescos que provocam realmente ojeriza. No meio disso tudo, temos um herói bastante sereno perante o mundo que o cerca, ele é o Robert The Bruce (Pine), personagem fundamental para a independência da Escócia no século XIV para fora dos domínios ingleses. Entre as batalhas o filme conta um pouco da vida pessoal de Robert, destaca sua vida familiar (esposa falecida no parto, filha pequena e um novo enlace que demora para se consumar), além da sua pendenga com o Rei Edward (Stephen Dillane, um ótimo ator que recebe pouco espaço aqui) e seu sanguinário filho (Billy Howle). Não sei se foi impressão minha, mas por mais que Mackenzie se esforce (o plano sequência inicial é sensacional), a narrativa parece estar com a roda presa, encontrando dificuldades para se desenvolver plenamente. É visível o esforço de Pine para viver um rei bem intencionado, mas não sei se ele convenceria as pessoas de que é um bom líder guerreiro, talvez uma abordagem mais bruta do personagem ajudasse nestes momentos. Pine já demonstrou ser um ator interessante A Qualquer Custo, mas aqui ele parece tocar uma nota só a maior parte do tempo - acho que seu olhar pesaroso combina muito mais no clima romântico com Florence Pugh (a atriz revelação de Lady Macbeth/2017). Legítimo Rei não atinge todas as notas que deseja, mas pode cair no gosto de quem é fã do gênero e se tornar um sucesso no serviço de streaming. Quanto a ter destaque nas premiações, o parentesco com o clássico oscarizado de Mel Gibson não ajuda muito com as comparações que possa gerar. 

Legítimo Rei (Outlaw King / EUA - Reino Unido / 2018) de David Mackenzie com Chris Pine, Stephen Dillane, Billy Howe, Florence Pugh e Aaron Taylor-Johnson. 

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