Downey Jr.: em pedaços (mas sem perder a pose).
Apesar de ter gostado sei que não, não foram poucos que perceberam que havia algo desengonçado no reino Stark quando assistiram Homem de Ferro 2. Reclamaram das poucas cenas de ação, chamaram o vilão feito por Mickey Rourke de risível, consideraram que havia piadas demais e não vi empolgação com a parte final de tirar o fôlego. A ideia que ficou na cabeça do público era que sem a preocupação de apresentar o universo Iron Man, o diretor Jon Favreau relaxou e pôde explorar o megalomaníaco Stark de forma a deixar Robert Downey Jr brilhar ainda mais. Precisa dizer que o herói salvou a carreira do ator? Acho que não. Enquanto a Marvel divulgava seu calendário de lançamentos ficava claro que Homem de Ferro 3 tinha uma grande incubência: estabelecer um marco inicial para os heróis da editora no cinema pós-Vingadores. De certa forma, se no primeiro o herói se construía, no segundo ele deixava a vaidade dominá-lo ao ponto de em seu encontro com Capitão América em Vingadores dizer que ele não passava de um "playboy mimado com seus brinquedos". Essa foi a deixa para o roteiro assinado por Drew Pearce e o diretor (amigo de Downey) Shane Black que assumiu o posto quando Jon Favreu se contentou a ser apenas ator neste aquil. Pode-se dizer que Black conseguiu dar novo fôlego para a nova aventura do herói, tanto que elabora um rápido prólogo onde somos apresentados a situações que terão papéis fundamentais na trama. Essa parte inicial só demonstra que a arrogância de Stark só cresceu com o tempo - e o fato de ter se tornado um Super-Herói admirado por todos só alimenta ainda mais seu ego inchado. Stark continua convencido, ao ponto de dar seu endereço em rede nacional quando o mundo teme as ameaças em vídeo de um terrorista conhecido como Mandarim (Ben Kingsley). A diferença é que agora Stark sofre crises de ansiedade (potencializada por aquele problema cardiológico que todos conhecemos) e que a produção não demora para colocá-lo numa cena de ação espetacular. O ataque à mansão Stark é a versão anabolizada daquela festinha boba que vimos no filme anterior. A cena é tão bem executada que pensei que seria difícil o filme criar algo que a superasse. Dado como morto, Stark vai parar numa cidadezinha esquecida até ser perseguido por criaturas estranhas que explodem o que tocam - e que parecem ter relação com o tal Mandarim. Sem a ajuda dos amigos heróis, Stark terá que se contentar com as boas intenções de um garoto (o fofo Ty Simpkins). Claro que o filme não iria deixar de lado o bom humor que virou marca da franquia (com direito até a Joan Rivers comentando o novo visual do Máquina de Combate, agora "Patriota de Ferro") e colocar atores de prestígio para bancar os vilões - Kingsley, Pearce e até Rebecca Hall(?!). Apesar do desfecho da figura do Mandarim ter ficado mal explicada (como assim ele não sabia que pessoas morriam de verdade?), o filme consegue manter um bom ritmo que conduz até o desfecho onde todo o arsenal de brinquedos de Stark aparece para ajudar (não me pergunte de onde eles saíram). Os fãs não terão do que reclamar, as piadas e os efeitos especiais caprichados devem garantir novas aventuras solo do herói na telona.
Homem de Ferro 3 (Iron Man 3/EUA-2013) de Shane Black com Robert Downey Jr., Guy Pearce, Gwyneth Paltrow, Rebecca Hall, Ben Kingsley e Ty Simpkins. ☻☻☻
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