Barbárie: acredite, esse é o mocinho do filme...
Um dos filmes que sempre ouvi comentários e fiquei curioso para assistir é O Albergue. O assisti recentemente após o comentário de meu amigo Guto França de que era o filme mais nojento que já havia assistido. O diretor Eli Roth já havia causado certo burburinho com Cabana do Inferno (2002), mas aqui, consolidou seu status de ídolo dos fãs de terror com uma orgia de sangue e violência como a muito não se via numa tela. Lançado em DVD o filme tornou-se uma pérola para os fãs de um gênero carente de novidades (e que repete-se cada vez mais pautado em fórmulas gastas). Não que as ideias de O Albergue sejam originais, afinal mistura uma espécie de lenda urbana do leste europeu com alguns aspectos de filmes que já vimos como Jogos Mortais (2004) e até um cadinho de Clube da Luta (1999). A trama procura se sustentar num fiapo de trama sobre dois amigos americanos, Paxton (Jay Hernandez) e Josh (Derek Richardson), que passam alguns dias enchendo a cara e usando drogas em Amsterdam. Junto a um conhecido islandês (Eythor Gudjonsson), eles são instigados a procurar um albergue no leste europeu que possui as garotas mais sexys que já viram, dispostas a fazer de tudo para ter prazer e blábláblá, ou seja, tudo para seduzir os desavisados mais ingênuos da galáxia. Assim, os três partem rumo ao desconhecido, uma cidade esquisita, com personagens estranhos e lugares desertos. O que era para ser só diversão, aos poucos se revela um verdadeiro pesadelo. Primeiro quando o tal islandês some, depois é a vez do tímido Josh e cabe a Paxton descobrir o que está acontecendo. Ele descobre um estranho lugar onde pessoas são submetidas às mais sórdidas torturas em nome da diversão de outras que estão dispostas a pagar alguns milhões para sentir a sensação de torturar alguém até a morte. O filme é isso, um conjunto de torturas de revirar o estômago, cenas grotescas, apelo trash, um pouco de nudez e muita perversão. Roth não perde tempo com explicações, apenas compõe um filme irregular. O início é cretino, os efeitos são toscos, o suspense é capenga, rendendo uma ou duas cenas razoáveis - depois o filme vira uma história de vingança inconsequente e desmiolada com algumas cenas dramáticas que beiram o risível (a cena da oriental e o trem é o maior exemplo disso). No fim das contas, Roth cria um filme tosco, mas que satisfaz quem curte sangue jorrando da tela. Os defensores enxergarão até uma crítica social no filme, verão traços de antiamericanismo, o mal da apatia contemporânea, a coisificação do homem, a banalidade da vida e até um cunho feminista... mas esqueça toda essa presepada. O Albergue é um filme trash, com alma trash e feito para satisfazer um grupo bem específico de pessoas (que curte filme trash), para todo resto é mesmo uma grande bobagem (e é isso mesmo que ele quer ser, sem complexos ou pretensões intelectuais). O filme rendeu até uma continuação em 2007 (que devo assistir em 2017, rs). Produzido por Quentin Tarantino, eu ainda prefiro quando QT banca Eli Roth como ator em Bastardos Inglórios (2009) e Prova de Morte (2007)
O Albergue (Hostel/EUA-2005) de Eli Roth com Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Goodjonssson e Jennifer Lim. ☻
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