Till, Lee, Trost e Sophie: heróis de baixo orçamento.
Lançado nos EUA em 2011, o indie Todos os Super-Heróis Devem Morrer, pode parecer uma ironia com as adaptações milionárias de personagens de HQ, mas está bem longe disso. Imagine um capítulo do desenho Liga da Justiça em que Lex Luthor consegue tirar os poderes dos heróis e consegue eliminá-los um a um... agora você troca os heróis da liga por desconhecidos, substitui Luthor por um vilão menos interessante e estenda a duração do episódio para quase oitenta minutos e você perceberá as limitações do filme. O início é promissor com algo que parece ter devastado os cenários em que os heróis Cutthroat (Lucas Till), Shadow (Sophie Merkley) e Wall (Lee Valmassy) acordam sem os seus poderes. Apenas Charge (o também diretor e roteirista Jason Trost) parece ter permanecido com os seus (superforça), então eles descobrem que o vilão Rickshaw (James Remar) elaborou um plano para eliminar todos eles, na verdade é um jogo, onde terão de salvar alguns inocentes em situações de risco, onde, cada vez que não conseguirem cumprir a missão, um herói morrerá. Não deixa de ser interessante perceber a forma como Jason Trost busca driblar as limitações orçamentárias (a própria ausência dos poderes serve como boa justificativa para ausência dos efeitos especiais), fazendo o que pode com a montagem do material que tem em mãos e os poucos figurantes que embarcaram na empreitada. Embora os vilões sejam risíveis (além do personagem canastrão de Remar, o filme ainda conta com Sean Whalen como o bizarro Manpower - que se veste feito Tio Sam - e Nick Principe como o grandalhão Sledgesaw), Trost tem o cuidado de criar heróis humanos em situações limites, que sofrem um bocado na enrascada em que se meteram. Sugere um triângulo amoroso com a heroína Shadow, uma tensão entre Cutthroat e Charge, um segredinho aqui e ali e o filme fica parecendo o piloto de uma série de TV da década de 1990 de produção modesta. O roteiro pode não ser grandes coisas em apontar, mas nunca aprofundar os conflitos de seus personagens, mas se o desfecho fosse mais elaborado o resultado poderia ficaria acima da média. O final é um tanto preguiçoso e óbvio demais (a cena de Charge cruzando os dados num papel amassado para descobrir onde está o vilão é de uma ingenuidade sem tamanho). As ideias interessantes aos poucos se contenta na mistura confortável de filmes de heróis com a série Jogos Mortais - e essa limitação se mostra uma armadilha em si mesma. Ainda assim, admiro a disposição de Jason Trost que segue em sua carreira ainda á margem dos estúdios, em 2014 o jovem diretor colheu elogios com a mistura de suspense e ficção científica How To Save Us e prepara para esse ano The Last Superhero, onde volta a criar um cenário sombrio para os super-heróis lado do amigo Lucas Till (o Destrututor de X-Men - Primeira Classe/2011).
Todos os Super-Heróis Devem Morrer (All Superheroes must die/EUA2011) de Jason Trost com Jason Trost, Lucas Till, Sophie Merkley, James Remar, Lee Valmassy e Sean Whalen. ☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário