Pattinson e Charlie: exploradores obstinados.
James Gray é um diretor americano que chamou atenção já em seu filme de estreia, com Fuga para Odessa (1994) ele recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim e rendeu para Vanessa Redgrave o prêmio de melhor atriz no Festival. Nascia ali um diretor que marcaria seus filmes com uma mão firme para aprofundar os dramas de seus personagens e conduzir boas atuações. Mesmo diante dos elogios, ele só voltou ao batente seis anos depois com Caminho sem Volta (2000) onde provava que Mark Wahlberg poderia ser um ator levado a sério. Também iniciava ali sua parceria com Joaquin Phoenix que atuou em seus três filmes seguintes (o áspero Os Donos da Noite/2007, o aclamado Amantes/2007 e o deprimente Era Uma Vez em Nova York/2013). Depois de três filmes indies aclamados, Gray partiu para o seu projeto mais ambicioso: a história do coronel britânico Percival Fawcett. Fawcett foi um famoso explorador e arqueólogo que desenvolveu uma verdadeira obsessão em descobrir uma civilização perdida no meio da selva Amazônica (na área conhecida hoje como Serra do Roncador no estado do Mato Grosso). A aventura lhe rendeu várias expedições para a América Latina e lhe custou anos de convivência com a família, constantes embates com os perigos da selva e provocações da sociedade que não entendia muito bem quais eram as suas reais intenções (Obsessões? Megalomania? Ambição?), cogitando que ele buscava o mito do Eldorado - que já havia fascinado vários exploradores europeus que encontraram apenas a própria morte. Pela própria complexidade da produção (reconstituição de época, locações de difícil acesso e o pendor épico da história), Z: A Cidade Perdida teve uma produção conturbada, com constantes mudanças de elenco que culminaram na contratação de Charlie Hunnam na pele de Fawcett (o papel inicialmente seria vivido por Brad Pitt e depois por Benedict Cumberbatch) que ajudaram a minar o interesse pelo filme. As confusões na produção devem ter sido realmente exaustivas, já que a produção está longe de ter a energia dos outros filmes de Gray. O que ajuda é o fato do cineasta amar a história do cinema, independente do gênero, assim, ele cria uma atmosfera daqueles clássicos de aventura na selva de antigamente (o que já causa um inevitável déjà vu). Marcado pelas idas e vindas de Fawcett, o que vemos é uma sucessão de conflitos do personagem com a sociedade britânica e com os perigos da selva, seja animais perigosos ou índios dispostos a flechar quem aparecesse para lhes tirar o sossego. É verdade que Fawcett é apresentado como um bom sujeito, ainda que sacrifique o tempo com a família (o que gera conflitos com o filho crescido vivido por Tom Holland, que depois passa a companhá-lo) e seja um tanto tirano com seus companheiros de jornada, mas ainda assim ele se enquadra no arquétipo dom "bom explorador" que era tão comum nos filmes hollywoodianos de temática semelhante - e que não compromete a figura história de Fawcett. Embora Charlie Hunnam tenha uma boa atuação, ele não consegue tirar o filme de sua zona de conforto, ainda que bem produzido esteticamente, ele consegue ser pouco envolvente do ponto de vista narrativo. Outro ponto que merece destaque é o fato do filme contar com Sienna Miller como a esposa de Fawcett, mas quem chama atenção entre os coadjuvantes é Robert Pattinson, que está ótimo na pele de Henry Costin, o fiel escudeiro de Fawcett e que, várias vezes, funciona como a voz da consciência do explorador. Realmente, o vampiro galã teen virou um ator de verdade! O mais curioso é que Lost City of Z é o filme mais ambicioso de James Gray, mas o resultado mostra-se o menos contundente também.
Z - A Cidade Perdida (Lost City of Z/EUA-2017) de James Gray com Charlie Hunnam, Robert Pattinson, Sienna Miller, Tom Holland e Angus MacFadyen. ☻☻
Um bom filme, tem excelente história e sobre tudo gostei ver Tom Holland. É umo dos jovens atores que melhor se veste e a tem a carreira em crescimento, a vi faz pouco tempo em Homem aranha de vola ao lar e é algo diferente ao que estamos acostumados com ele, se vê espetacular. Ancho que em o Homem Aranha filme sua carreira de ator começa a decolar. É um filme bom com boa história
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