domingo, 25 de fevereiro de 2018

Na Tela: A Grande Jogada

Idris e Jessica: quem tem medo de Molly Bloom?

A esquiadora Molly Bloom treinou desde pequena para se tornar uma medalhista olímpica. Como consequência se tornou vítima de uma escoliose precoce que lhe rendeu uma dolorosa cirurgia corretiva na coluna. Os médicos conselharam que ela abandonasse o esporte. Ela prosseguiu. Molly quase se tornou uma campeã, mas um acidente na prova, que ela não tinha condições de evitar sepultaram de vez sua carreira como atleta. Sem saber muito bem o que fazer, ela trabalhou como garçonete, secretária e... a vida seguiu até o ponto em que ela se tornou a maior organizadora de partidas de pôquer com alto risco de que se tem notícia. Embora sempre se certificasse de que não estava violando a lei, ela terminou presa pelo FBI com suspeita de envolvimento com a máfia russa e perdeu todo o dinheiro que conseguiu juntar durante seus serviços. Fosse uma história de ficção, provavelmente ninguém acreditaria nesta trama, mas Molly Bloom existiu de verdade e, os segredos que sempre preferiu esconder sobre os homens que jogavam pôquer em suas partidas se tornaram seu maior segredo. Logo se percebe o interesse do roteirista Aaron Sorkin para estrear na direção com a história de Molly, afinal, sua trajetória é tão cheia de altos, baixos, reviravoltas, contatos com celebridades, reis e mafiosos que se torna um prato cheio para o escritor caprichar nos diálogos ditos por seus personagens. Sorkin também foi sábio em escolher Jessica Chastain para o papel principal, ela consegue criar uma personagem irresistível pelo caminho mais complicado. Sua Molly não é propriamente inocente ou simpática, mas ela consegue imprimir seriedade e inteligência a cada gesto e olhar, assim, o que deixa a história ainda melhor por conhecermos como ela se tornou a mulher que é. Chastain convence no estranho equilíbrio de alguém que se acha mais esperta do que todos que estão por perto, mas, que ao mesmo tempo, sabe que está se arriscando cada vez mais pelo submundo. Molly não tem medo de cara feia e, por isso mesmo, incomoda os homens poderosos que cruzam o seu caminho. O roteiro não linear ajuda a entender a história da personagem sem perder parte do suspense, embora, ao chegar no final, fica a sensação de que a forma como a história é contada é muito mais interessante do que o seu desfecho. Também temos outros personagens interessantes, como o astro vivido por Michael Cera (que dizem ser uma mistura de Tobey Maguire, Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Ben Affleck... já que reza a lenda que eles participavam das partidas organizadas pela protagonista) e o advogado vivido por Idris Elba, que passa a confiar na personagem conforme a história se desenrola. Embora Sorkin consiga manter um bom ritmo na narrativa e seja esperto em não perder tempo com jogadas de pôquer, ele sente dificuldade para enxugar a narrativa em off de algumas cenas (basta ver a cena, não precisa de alguém falando o que acontece o tempo todo) ou criar o acerto de contas de Molly com sua figura paterna (vivida por Kevin Costner), que cria uma curva desnecessária na história. Faltou o desapego de um diretor para cortar um pouco a vaidade de Sorkin, são tropeços que não comprometeu o reconhecimento da Academia novamente - que lhe rendeu a terceira indicação ao prêmio de melhor roteiro adaptado (ele já foi premiado pelo texto de A Rede Social/2010 de David Fincher). Talvez Sorkin esperasse mais, mas sua estreia é uma promessa de filmes ainda melhores no futuro. Jessica foi lembrada no Globo de Ouro, mas poderia ter marcado preesença entre as indicadas ao Oscar, seu trabalho é mais interessante do que o de Meryl Streep em The Post. O que não é pouca coisa. 

A Grande Jogada (Molly's Game/EUA-2017) de Aaron Sorkin com Jessica Chastain, Idris Elba, Michael Cera, Kevin Costner, Chris O'Dowd e Brian D'Arcy James. ☻☻☻  

Um comentário:

  1. Amei muito o filme tem um excelente elenco. Idris Elba esta impecável tambem no filme A Torre Negra. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno.Ancho que este é umo dos melhores Idris Elba film é bom ator, porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Além, acho que a sua participação neste filme.

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