segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

PL►Y: The Cloverfield Paradox

Brühl (ao centro) e seus amigos: costuras à mostra. 

Anunciado (de surpresa) para ser lançado após a partida do Superbowl de ontem nos Estados Unidos, The Cloverfield Paradox jogou a expectativa sobre o terceiro filme do universo concebido por JJ Abrams nas alturas. Não demorou muito para que as primeiras resenhas saíssem e o gosto de decepção dos fãs ficasse evidente. O problema talvez esteja na própria concepção do filme, já que Cloverfield - Monstro (2008) foi concebido como uma trama fechada por seus criadores, até que o sucesso fez com que começasse a ser pensado nos desdobramentos que aquela história poderia ter. Foi assim que o roteiro de "O Porão" virou o tenso "Rua Cloverfield, 10".  A continuação foi tão elogiada que começaram a imaginar num terceiro filme, sendo escolhido o roteiro de The God Particle para integrar a saga. Como no anterior foram realizadas alterações na história original para se encaixar no universo já existente, mas o resultado deixa suas costuras à mostra e o resultado soa irregular. A história gira em torno de um grupo de astronautas responsáveis por uma estação espacial com a missão de testar um acelerador de partículas e solucionar a escassez de energia no planeta Terra. Apesar de todo o empenho da equipe multinacional (com o novaiorquino John Ortiz interpretando um brasileiro chamado Monk Acosta?!) o resultado é sempre frustrante, pelo menos até que um dos testes se torna desastroso e gera consequências graves para todos os envolvidos. A tripulação se vê perdida no espaço e envolvida com situações cada vez mais estranhas, que seriam até inexplicáveis se o roteiro não fizesse questão de ser tão mastigadinho. É completamente desnecessária a cena em que um físico explica os efeitos colaterais que podem ser causados por um acelerador de partículas e estraga boa parte da surpresa do que se vê. O que poderia ser uma mistura criativa entre múltiplas dimensões, desaparecimento de planetas, quebra do eixo espaço-tempo, gerando um desafio para o espectador se contenta em ser uma sucessão de situações que prometem exterminar a tripulação até o desfecho. Ajuda a passar o tempo o bom elenco e algumas cenas que funcionam bem, já outras... nem tanto - especialmente quando a direção apela para um efeito cômico que não combina com a proposta do filme ou quando insistem em mostrar o que está acontecendo na terra (nem precisava, basta lembrar dos filmes anteriores). The Cloverfield Paradox até funciona como passatempo - se você não for muito exigente.

The Cloverfield Paradox (EUA-2018) de Julius Onah com Gugu Mbatha-Raw, Daniel Brühl, David Oyelowo, John Ortiz, Chris O'Dowd, Ziyi Zhang e Elizabeth Debicki. ☻☻

Um comentário:

  1. Não que seja um mau filme, longe disso, mas porque fica um pouco aquém das expectativas e da qualidade dos dois filmes anteriores, dando até a ideia que funcionaria como um filme fora desta franquia. Amei ver no elenco a Elizabeth Debicki, ela é uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em O Conto, um dos melhores filmes de terror, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinário, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.

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