Bill Hader: uma preciosidade imprevisível chamada Barry. |
As outras que me desculpem, mas nenhuma série me fez sentir mais saudades durante a pandemia do que Barry, a brilhante sandice de Bill Hader em cartaz na HBO. A saga de Barry (Hader), um ex-fuzileiro que se torna matador profissional que, pela obra de um serviço acaba ingressando numa escola para atores e repensando sua vida, estreou em 2018 com uma originalidade ácida que fazia falta na televisão. A mistura precisa de comédia e drama caiu no gosto do público e da crítica, rendendo uma segunda temporada no ano seguinte que aprofundava ainda mais a imprevisibilidade do programa. Infelizmente, com a pandemia, o programa ficou três anos sem novos episódios causando desalento aos fãs. O fato é que durante este período, com a chegada do HBOMax no Brasil, pudemos rever todos os episódios (dezesseis episódios com menos de meia hora) e perceber o quanto a série impressiona nas diferentes alternâncias que seus episódios provocam. Ao longo das temporadas, os coadjuvantes também receberam destaque e a forma como seus dramas pessoais se misturam com o protagonista torna a série ainda mais atraente. Assim, do desfecho arrepiante da segunda temporada, envolvendo diretamente a felicidade do professor de interpretação Gene Cousineau (Henry Winkler), a traição do mentor criminoso Monroe Fuches (Stephen Root), o affair do mafioso NoHo Hank (Anthony Carrigan, impagável) com o traficante Cristobal (Michael Irby) e até o romance de Barry com a ambiciosa Sally (Sarah Goldberg) deixaram bastante material a ser trabalhado na nova temporada. No entanto, obviamente que nada sai como o previsto. As ideias de Bill Hader e Alec Berg parecem ter fermentado bastante durante o tempo em que a série ficou fora do ar, tornando as situações ainda mais elaboradas e atuais. No entanto, fica claro que não importa se Barry quer mudar de vida, ele precisa responder pelos crimes que cometeu - e este acerto de contas perpassa todos os oito episódios desta temporada, fazendo o protagonista mergulhar em uma verdadeira maré de azar. Se Hader já estava ótimo em cena nas temporadas anteriores, aqui ele está mais dramático, oscilando entre o desgosto e o descontrole sobre a vida dupla que já ultrapassou seus limites do cansaço físico, mental e moral. Com a impressão de que tudo vai ladeira abaixo sobra até para sua namorada, Sally que tem problemas com sua inserção na mídia televisiva, agora misturada a algoritmos, redes sociais e cancelamentos antes mesmo que ela possa sentir o gosto da fama. Precisa dizer que Barry é uma das minhas séries favoritas da temporada? Sorte que já foi renovada para quarta temporada e, para o prazer dos fãs, adoraria que a próxima temporada fosse lançada o quanto antes.
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