Rosie, Mary, Margot, Ella e June: lute feito uma garota.
No período em que estive afastado do blog, Aves de Rapina foi um dos filmes que assisti no cinema. Lembro que quando o filme foi lançado se viu em meio a algumas discussões que não tinham nenhuma relação com seu tom e energia colorida. Comercialmente o filme decepcionou nas bilheterias e o fechamento das salas ao redor do mundo por conta da pandemia do Corona Vírus também não ajudou. O filme custou 84 milhões e arrecadou mais de 200 milhões ao redor do mundo, não chega a ser um fracasso, mas decepcionou seus produtores que contavam uma arrecadação muito maior. Não acho que o problema seja o filme em si, mas a escolha do título não foi muito boa, já que Aves e Rapina não é um nome muito conhecido do grande público e acrescentar Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa tornou o nome extenso demais e não ajudou muito a torna-lo popular (e o filme ainda mudou de nome depois que entrou em cartaz). O filme retoma a personagem de Margot Robbie em Esquadrão Suicida/2016 (filme tão remendado que ficou realmente confuso e levou um Oscar para casa), Arlequina já está de saco cheio de ficar à sombra do namorado, Coringa (mas esqueça o seu parceiro Jared Leto porque ele nem aparece por aqui). Ela resolve dar seu grito de independência e percebe que era justamente o vilão de Gotham que a mantinha protegida, afinal, durante o relacionamento ela fez tantas peripécias no submundo de Gotham que os desafetos se multiplicaram aos montes. Logo ela se torna alvo do estranho criminoso Ramon Sionis (Ewan McGregor), mais conhecido como Máscara Negra que é adepto de torturas variadas em suas vítimas. Acontece que Máscara Negra tem vários crimes nas costas e vários inimigos também. É um grupo de mulheres que tem contas a acertar com ele que se junta meio que por acaso ao longo da trama e percebem que tem isso em comum. Neste time está a Arlequina, que passa a ajudar a adolescente Cassandra Cain (Ella Jay Basco) - que está longe de ser aquela versão que conhecemos como a nova Batgirl dos quadrinhos -, a policial Renee Montoya (Rosie Perez), a misteriosa Helena Bertinelli (Mary Elizabeth Winstead) e a cantora Dinah Lance (June Smollett-Bell). O roteiro vai e volta, avança, retrocede, embaralha a linha temporal a todo instante para mostrar a trajetória das personagens e como elas se conhecem até se unirem no final para derrotar o malvadão da história. O resultado é um tão caótico como divertido divertido, especialmente pelos diálogos espertos (lembra a todo instante que Arlequina é inteligentíssima e capaz de analisar os traços de personalidade dos outros personagens, além de completamente doida) e as cenas de ação criativas chamam a atenção não apenas pelo colorido como pela construção das cenas (Arlequina perseguindo um carro de patins é sensacional! Assim como a arma que atira glitter ou a briga no parque de diversões), ponto para a diretora Cathy Yan que antes dirigiu apenas um longa, o pouco conhecido Dead Pigs (2018). Os mais xiitas reclamaram de várias alterações dos quadrinhos, mas nada chegou a me incomodar (é verdade que eu queria que A Caçadora tivesse mais destaque, mas contava com outras aparições da moça com sede de vingança), até as mudanças com a Canário Negro me pareceram bastante coerentes (e ainda renderia uma química interessante com seu par nos quadrinhos, o Arqueiro Verde). Aves de Rapina é alegre e descontraído, diverte, empolga e não quer ser levado a sério. O filme merece uma segunda chance no conforto do sofá (e também pode render novas aventuras com as personagens em outros filmes da DC). Não é perfeito, mas está bem longe de ser o desastre que muitas pessoas dizem ser. Assistirei várias vezes, tranquilamente.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of the Harley Quinn/EUA-2019) de Cathy Yan com Margot Robbie, Rosie Perez, Mary Elizabeth Winstead, June Smollett-Bell, Ewan McGregor, Ella Jay Basco e Chris Messina. ☻☻☻
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