Confesso que fui acumulando séries para comentar por aqui e me falta um tanto de tempo para escrever detalhadamente sobre cada uma delas, sendo assim resolvi colocar minhas cinco favoritas desse início de ano na lista abaixo:
#05 "Daisy Jones & The Six" (Prime Video) |
A adaptação do livro de Taylor Jenkins Reid criou bastante expectativa nos leitores. Com dez episódios lançados aos poucos, o streaming soube como manter o interesse nos acontecimentos em torno da banda fictícia dos anos 1970 (e muito inspirada no Fleetwood Mac) que se dissolveu no auge da carreira. Haley Keough chega com fome de prêmios na pele da cantora e compositora que quer um lugar ao sol, mas precisa controlar seus excessos. Sam Caiflin me parece um tanto velho para viver o vocalista da banda que evita se envolver com a colega enquanto uma guerra de egos tenta definir quem merece mais atenção dos fãs. As roupas de Haley são um destaque a parte numa produção que uma reconstituição de época discreta (incluindo um pouco da cultura disco) com uma fotografia pouco exuberante. A ideia de contar a história da banda como se fosse um documentário funciona bem para driblar a sensação de que assistimos uma novela roqueira de dramas amorosos. A boa trilha sonora está disponível no Spotify.
#04 "Cidade Invisível - 2ª Temporada" (Netflix) |
A nova temporada da mundialmente aclamada série brasileira continua acertando ao utilizar personagens de nosso folclore. Agora o policial Erik (Marco Pigossi) vai parar na Amazônia após passar anos desaparecido. Seu retorno é um pedido da filha (Manu Diegues), que passou a ser criada pela Cuca (Alessandra Negrini), mas fez um pacto com a bruxa Matinta Perê (Letícia Spiller) para que o pai ressuscitasse. Esse drama familiar agora irá se misturar com um menino lobo, a mula sem cabeça e exploradores que procuram ouro em um local sagrado. A série continua tendo bons efeitos especiais e merece destaque por trazer um elenco local talentoso que raramente recebe destaque em produções nacionais (só pela iniciativa a nova temporada merece elogios). É bem vinda a crise de identidade de Erik que passa a ser ele mesmo uma ameaça para as entidades que dão brilho à série desde a sua criação. No entanto, o texto poderia explorar mais a história dos personagens folclóricos que apresenta, talvez assim eles resolvessem o grande problema da temporada: apenas cinco episódios. Sem lançar novos capítulos desde 2021 é muito pouco para conter a ansiedade dos fãs até que a terceira leva de episódios sejam lançados.
#03 "Enxame" (Prime Vídeo) |
Depois do sucesso de Atlanta, Donald Glover poderia se repetir, mas escolheu uma caminho totalmente diferente com Enxame. A minissérie conta a história de Dre (Dominique Fishback) uma superfã da cantora pop Na'Ja, mas que costuma extrapolar quando alguém crítica sua estrela - motivo pela qual ela se torna uma serial killer que coleciona vítimas enquanto tenta se encontrar com sua idolatrada. Arrisco dizer que Enxame foi pensada enquanto Glover trabalhava com Jordan pele na trilha do terror Corra! (2017), já que a minissérie evoca bastante a atmosfera de estranhamento daquele filme. Fishback está ótima como a protagonista que revela-se cada vez mais fora do eixo e deve figurar nas premiações no fim do ano. Outro destaque do elenco é a cantora Billie Eilish que faz uma participação especial bastante promissora. Não precisa pensar muito para associar Na'Ja com o culto dos fãs com Beyoncé, mas acho que a série serve de exemplo para os fãs mais, digamos, intensos em geral (seja de celebridades times ou políticos), afinal, estão usando a idolatria para extravasar o que há de pior em suas personalidades. Captando o espírito de seu tempo, o que mais gostei de enxame é que cada episódio é diferente do outro, o que torna sua trama bastante imprevisível.
#02 "The Last of Us" (HBOMax) |
Só por se tornar a melhor adaptação de um game feita até agora a série já merece todos os elogios que recebe. Concebida por Neil Druckman e dirigida por Craig Mazin (da espetacular Chernobyl/) o programa consegue construir a atmosfera de um mundo devastado por uma praga, no caso um fungo que se espalha e passa a manipular seres humanos como se fossem zumbis. O ótimo Pedro Pascal vive mais uma vez um homem responsável por cuidar de alguém, no caso a adolescente Ellie (Bella Ramsey), que tem imunidade contra o tal fungo. A cada episódio eles enfrentam novos desafios enquanto estreitam seus laços de afinidade e exorcizam fantasmas do passado. Se existe uma crítica que se possa fazer à série é aproveitar pouco os cenários e personagens que atravessam o caminho dos protagonistas, de forma que se torna um tanto previsível e esquemática demais na forma como os episódios se desenvolvem no geral, não por acaso, o episódio mais falado foi o terceiro (estrelado por Nick Offerman e Murray Bartlett) e que rompe com a lógica dos demais. Dos nove episódios o que menos gosto é o sétimo, mas nem vou dar SPOILER sobre ele. Muitos fãs só esperam que a nova temporada traga traga mais monstrengos.
#01 "Treta" (Netflix) |
A série da Netflix estrelada por Ali Wong e Steven Yeun se tornou a mais falada das últimas semanas, muito por conta da forma surpreendente como o programa desenvolve as consequências da briga de trânsito entre seus protagonistas para apresentar algo muito maior sobre ambos. Yeun vive Danny, imigrante coreano que tem problemas com a vida financeira e ainda precisa aturar o irmão (Young Mazino) que imagina q ficará rico com a internet. Wong vive Amy, igualmente filha de imigrantes orientais que que é casada, bem sucedida profissionalmente e prestes a fazer um grande negócio que a deixará mais tempo com a família. Conforme as realidade dos dois se juntam, elas se chocam e produzem acontecimentos que mudarão as vidas de ambos para sempre. Se Steven Yeun já conhecemos faz algum tempo e tem uma indicação ao Oscar (por Minari/2020) no currículo, a comediante Ali Wong eu conhecia dos especiais presentes na Netflix, mas não fazia ideia do talento dramático dela para dar conta das camadas de Amy. Os talentos multifacetado de ambos são fundamentais para que a mistura de comédia, drama e suspense funcione atingindo todas as notas que pretende. Fazia tempo que a Netflix não acertava em uma nova série com tanta vontade (cortesia da parceria com a A24).
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