sábado, 30 de janeiro de 2016

Na Tela: Joy - O Nome do Sucesso

Joy (J. Law no alto) e sua família: a queridinha do Oscar. 

A maior prova de que você é um queridinho do cinema é fazer um trabalho apenas "ok" e ser lembrado nas premiações. Com seus últimos quatros filmes aparecendo em categorias do Oscar, todo mundo sabe que David O. Russell é querido pela Academia, mas a única indicação de seu novo filme na premiação desse ano se deve à uma darling maior ainda: Jennifer Lawrence. J. Law (para os íntimos) foi recentemente apontada por uma pesquisa como a sétima maior queridinha da América, ou seja, a moça é adorada pelo público e pelos seus pares na indústria - o que não é para qualquer um (tanto que é a única a conseguir uma indicação por sua atuação esse ano). Isso explica muito o motivo para um filme que não fez grande sucesso lhe render a quarta indicação ao Oscar em seis anos (lembrando que ela tem na estante o Oscar de melhor atriz na estante por seu trabalho em O Lado Bom da Vida/2012 sua primeira parceria com Russell). Joy - O Nome do Sucesso é de fato o filme menos interessante de David O. Russell, mas se levarmos em conta que seu trabalho costuma ser melhor que a média americana, o resultado não chega a ser um desastre. A questão é que a história escolhida não garante muitas possibilidades e ainda corre o risco de cair na velha balela americana de "correr atrás do próprio sonho e vencer na vida" (sem levar em conta a quantidade de pessoas que correm e morrem endividadas), a diferença é que o filme consegue simpático - apesar de sua protagonista ser cercada de um bando de personagens pouco amistosos. Joy (Lawrence) trabalha num aeroporto para sustentar a casa, afinal, além de sustentar os dois filhos pequenos, ela ainda hospeda a mãe que apenas assiste novelas o dia inteiro (Virginia Madsen) e a avó (Diane Ladd) que narra o filme e incentiva Joy a dar voos mais altos na vida. Além disso,  o pai (Robert De Niro) foi despejado pela namorada e terá que dividir o porão da casa com o ex-genro (Edgar Ramirez). O que faz a diferença na vida de Joy é que ela costuma inventar coisas desde pequena, mas nunca conseguiu produzir suas invenções. Eis que em sua vida doméstica ela cria um esfregão que não precisa torcer com as mãos (esse mesmo que você lembrou) e com a ajuda do pai e da nova namorada dele (Isabella Rossellini) ela irá produzir sua criação e tentar fazê-la um sucesso - o que será bem mais difícil do que pensava. David O. Russel tem prestígio suficiente para atrair uma legião de bons atores para o seu filme (outro destaque do elenco é Dascha Polanco, de Orange is the New Black, que acerta o tom no papel da melhor amiga da protagonista), além de ter talento para fazer de uma história insossa um filme agradável de se assistir, mas que não consegue ser muito mais do que isso. Depois do entusiasmo de Trapaça/ esperei durante todo o filme algum momento engenhoso, genial, diferente... mas ele não acontece em momento algum. Ao final, cheguei à conclusão de que o diretor não tinha grandes pretensões para Joy, acho que sua ideia era fazer um filme que investisse na atmosfera das comédias familiares da década de 1980, porém, o que prende a atenção mesmo é a atuação de Jennifer Lawrence (que por melhor que seja, não consegue disfarçar que é nova demais para o papel). Parece que o grande objetivo de lançar o filme na temporada de prêmios era conseguir um lugar para Jennifer e, com isso, ter algum destaque para o filme - e com o aceno do Oscar mais uma vez, os produtores provaram saber das coisas - mas, fica a dica David O. Russell: capriche em seu próximo filme se quiser continuar tão querido quanto antes. 

Joy - O Nome do Sucesso (Joy / EUA- 2015) de David O. Russell com Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Diane Ladd, Virginia Madsen, Isabella Rossellini, Dascha Polanco e Bradley Cooper. ☻☻☻

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