quinta-feira, 24 de maio de 2012

LADIES & GENTLEMEN: Viola Davis

Nascida na Carolina do Sul (EUA) em 1965, Viola Davis se tornou o tipo de atriz que quando você assiste sente que ela capturou sua alma.Isso acontece mesmo quando ela não aparece muito, em Dúvida (2008) ela aparece em duas cenas - o que foi suficiente para ser indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar - além de ter sido considerada pela revista TIME uma das três atuações feminina mais marcantes daquele ano. Viola nasceu na fazenda de sua avó, sendo a segunda mais nova de uma família de seis filhos. Sua mãe era operária e empregada doméstica, enquanto  seu pai era treinador de cavalos. A infância foi um período difícil para a menina, apesar do esforço dos pais, a situação financeira da família era cada vez mais preocupante. Na adolescência Viola Davis percebeu que tinha dotes dramáticos suficientes para se tornar atriz. Se formou em teatro pela Rhode Island College em 1988, mas na faculdade quase desistiu da carreira. Uma de suas maiores motivadoras - e amiga  desde então - foi Meryl Streep, que notou que Viola conseguia injetar uma emoção genuína nos personagens que vivia. Apesar de estrear no cinema em 1996, como uma enfermeira no pouco lembrado  The Substance of Fire, a atriz chamou atenção de Steve Soderbergh no período de seu renascimento como cineasta. Steve a escalou para atuar em Irresistível Paixão (1996) num papel pequeno ao lado de George Clooney e Jennifer Lopez. Satisfeito com o desempenho da atriz tornaram-se amigos e a escalou novamente no premiado Traffic (2000) onde vivia uma agente social. Se a carreira no cinema ia devagar, Viola conseguia papéis mais importantes no teatro, especialmente quando em 2001 levou para a casa o prêmio Tony de melhor atriz pela peça King Reilley II, onde interpretava uma mulher grávida que pretende fazer um aborto. Nesta época podiamos vê-la no modesto The Shrink In e na comédia romântica Kate & Leopold ao lado de Meg Ryan (além de podermos ouvir sua voz no interrogatório a Danny Ocean em Onze Homens e um Segredo). Em 2002, Viola recebeu um doutorado honorário na Faculdade de Belas Artes, pelo seu incentivo nos projetos destinados aos jovens que pretendiam seguir a carreira artística (ela mesma participou de um desses programas, graças ao empenho de Bernard Masterson, que era diretor de um deles e lhe conseguiu uma bolsa na escola de artes). Neste momento especial ela estava nas telas no novo filme do amigo Soderbergh, o subestimado Solaris e ao lado de Julianne Moore no drama Longe do Paraíso. Porém, seu destaque ficou na atuação em Antwone Fisher que lhe valeu uma indicação ao Independent Spirit de coadjuvante. A vida de coadjuvante continuaria em seriados e  relativos sucessos do cinema como Syriana (2005), As Torres Gêmeas (2006), Paranóia (2006) e até como a avó de 50 cent em Fique Rico ou Morra Tentando (2005) e outras produções esquecidas. A coisa melhorou quando conseguiu o papel da mãe do menino que pode ter sido molestado em Dúvida (2008). Em menos de 10 minutos, Viola alcança a melhor atuação do filme, sendo indicada ao  Oscar de coadjuvante ao lado de seus colegas de elenco, Phillip Seymour Hoffman, Amy Adams e a amiga Meryl Streep. A indicação pode não ter lhe rendido a primeira estatueta da carreira, mas abriu caminho para produções de maior apelo perante o público como Intrigas do Estado (2009), Código de Conduta (2009), Encontro Explosivo (2010) e Comer, Rezar, Amar (2010), além da participação em seriados como United States of Tara e Law & Order. O mais interessante é que seu papel mais interessante no cinema foi numa produção independente onde vivia uma psiquiatra de sanatório no pouco visto Se enlouquecer, não se apaixone (2010). Era apenas um aperitivo do que estava por vir. Em 2011, Viola atuou em dois filmes que chegaram à categoria de melhor filme no Oscar. Um deles era Tão Forte, Tão Perto (onde era um dos coadjuvantes do filho de Tom Hanks e Sandra Bullock) e o outro era o sucesso Histórias Cruzadas. Na pele da doméstica Aibeleen Clark ela sofre com o racismo do Mississipi da década de 1960. Pelo desempenho, Viola Davis colecionou prêmios e seu desempenho colossal foi a maior oponente de Meryl Streep na disputa que lhe rendeu o terceiro Oscar de sua carreira. O momento em que Viola levantou-se para parabenizar a amiga foi um dos momentos mais elegantes da história da premiação, não duvide que Meryl teria feito o mesmo por ela. Neste ano Viola será uma das mães dedicadas de Won't Back Down e ano que vem estará no drama Beautiful Creatures e na pele de uma militar em Ender's Game. Ao que tudo indica, os dias de coadjuvante ficaram para trás. 

Dúvida: o mundo descobre Viola Davis. 

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