Adam McKay (Vice) O diretor era famoso por suas comédias em parceria com Will Ferrell, até que um belo dia resolveu mudar e criar comédias que lançassem um olhar ácido sobre a política americana. O primeiro filme desta nova fase foi A Grande Aposta (2016) que obteve cinco indicações ao Oscar e lhe rendeu o prêmio de roteiro original. Naquele ano ele também concorreu ao prêmio de direção pela forma imprevisível que conduzia sua narrativa. Nesta biografia ácida sobre o ex-primeiro ministro estadounidense Dick Cheney, Mckay foi lembrado novamente pela Academia na categoria. Adam também concorre como produtor e pelo roteirista pelo texto original.
Alfonso Cuarón (Roma) O cineasta mexicano já tem um Oscar de diretor na estante por Gravidade (2013 que também lhe rendeu o Oscar de edição), após receber todos os prêmios de melhor direção da temporada, ele é o favorito a levar a estatueta na noite do dia 24 de fevereiro. O motivo é o tom contemplativo com que revisita personagens de sua infância. Banhado de nostalgia, Cuaron nós faz viajar no tempo de suas memórias e dificilmente o filme sairia do papel sem a Netflix ter embarcado no projeto. Cuarón também concorre aos prêmios de produtor, roteiro original e fotografia. Esta é sua segunda indicação ao Oscar de direção, mas o diretor já coleciona dez indicações ao prêmio da Academia.
Paweł Pawlikowski (Guerra Fria) O diretor do oscarizado Ida (melhor filme estrangeiro de 2014) volta à premiação em grande estilo com uma história de amor repleta de desencontros e música. Usando como pano de fundo o cenário europeu do pós-guerra, Guerra Fria se tornou um dos filme mais apreciados do ano passado. O filme já lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes e o polonês surpreendeu ao cravar sua indicação ao prêmio de direção. Esta é a sua primeira indicação ao Oscar e vale lembrar que a obra ainda concorre aos prêmios de Filme Estrangeiro e Fotografia. Nas três categorias conta com seu maior rival, o mexicano Roma.
Spike Lee (Infiltrado na Klan) Esta é a primeira vez que o famoso diretor afro-americano é indicado ao prêmio de melhor diretor. Sua primeira indicação foi ao Oscar de roteiro original por Faça a Coisa Certa (1989). Em 1998 concorreu a Melhor Documentário por 4 Little Girls e em 2016 recebeu um Oscar Honorário pelo conjunto da obra. Obviamente que é muito mais saboroso ganhar estatuetas por um filme, especialmente um que só coleciona elogios desde que foi lançado. Infiltrado na Klan promove um reencontro do diretor com o público e os temas engajados (e ainda lhe rendeu indicações como produtor e roteiro adaptado).
Yorgos Lanthimos (A Favorita) Era questão de tempo que o cineasta grego recebesse uma indicação ao Oscar de direção. Famoso pelos roteiros estranhos e narrativas secas, pode se dizer que Yorgos encontrou grande equilíbrio ao trabalhar pela primeira vez com um roteiro de outra autoria. Ao virar do avesso as convenções dos filmes de época neste triângulo de amor e poder (música Rosana, por favor), o diretor fez uma verdadeira obra-prima. Sua primeira vez no Oscar foi com a indicação de filme estrangeiro para Dente Canino (2009) e a segunda foi com a indicação a roteiro original por O Lagosta (2015). Ele também concorre como produtor ao prêmio de Melhor Filme do Ano.
O ESQUECIDO: Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela) Seguindo a lógica dos favoritos pelo número de indicações, o ator que estreou na direção em 2018 bem que merecia ter sido lembrado nesta categoria. Nasce Uma Estrela concorre em oito categorias, mas ficou de fora na de melhor diretor - o que é bastante curioso, já que o projeto exigiu toda a credibilidade do ator em sua produção. Cooper foi lembrado nas categorias de ator, roteiro adaptado e produtor (reparou como os diretores deste ano estão em várias frentes de trabalho?). Vale lembrar que Cooper já foi indicado outras três vezes ao Oscar por seus trabalhos como ator, somando um total de seis indicações até agora. Ele merece.
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