Walter White e o a família Breaking Bad: diluindo a moral.
Sabe aquela série que você sabe que é boa mas você sempre deixa para ver depois. Assim foi meu relacionamento com Breaking Bad. Eu assisti ao primeiro episódio na televisão e depois eu acabava esquecendo do horário e das reprises até que larguei de mão. Quando vi que a série estava na Netflix eu sempre adiei para ver. Ela acumulava tantas recomendações de amigos quanto prêmios (só no EMMY acumulou dezesseis) e eu sempre adiava. Quando ano passado lançaram o filme El Camino na Netflix eu sabia que deveria tomar vergonha na cara e testemunhar as peripécias de Walter White, um professor de pacato de Química que se torna um criminoso procurado pela polícia. Foi durante os meses de agosto e setembro que mergulhei neste reluzente universo criado por Vince Gilligan, com pausas estratégias entre as temporadas para não cansar (ou seja, via primeira e a segunda e dei uma pausa de mais de um mês para ver as outras três). Acho que seria muita pretensão imaginar que eu escreveria algo novo sobre o programa, então me resta apenas elogiar a narrativa mais que envolvente que as cinco temporadas (quatro de treze episódios e a última com dezesseis) desenvolveram. Episódios bem amarrados, temporadas redondinhas... um deleite. Misturando tensão policial com dramas e toques de humor, Breaking Bad se tornou um verdadeiro marco na TV enquanto ela começava a disputar atenção com as plataformas de streaming. Se no início, Walter (Bryan Cranston no papel de sua vida) começa a fabricar metanfetamina para pagar seu tratamento contra o câncer e amparar sua família caso o pior aconteça, ao longo dos episódios as desventuras envolvem diferentes chefões e carteis - além de planos mirabolantes para driblar o cunhado policial Hank (Dean Norris) - enquanto o ego do protagonista infla sem parar. A atuação de Cranston deixa visível como nem mesmo Walt sabia do que era capaz - e estamos falando de mais do que cozinhar a droga, mas de crimes variados que diluem sua moral aos poucos até que na quinta temporada ele admita que faz o que faz por gosto mesmo, seja por dinheiro, vaidade ou sensação de poder (ou seria uma junção dos três?).
Some isso à uma coleção invejável de personagens coadjuvantes inesquecíveis, seja sua esposa Skyler (Anna Gunn), o ex-aluno Jesse Pinkman (Aaron Paul), o advogado Saul (Bob Odenkirk que ganhou sua própria série spin-off que vai para sua sexta e derradeira temporada), o chefão Gus Fring (Giancarlo Esposito), o capanga Mike (Jonathan Banks)... a cada temporada, cada um deles se aprofundava e tornava o programa mais complexo e interessante pelos laços (ou seriam nós?) que se estabeleciam. Vale lembrar que a série estreou na era de ouro do canal AMC, que era pouco conhecido, mas chamou atenção por uma ótima safra de séries, além de Breaking Bad (2008-2014), o canal ainda tinha Mad Men (2007-2015) e Halt and Catch Fire (2014-2017) e vou até contar as primeiras temporadas de Walking Dead (2010 até só Deus sabe quando). Eis que cinco anos depois do fim de Breaking Bad, os criadores junto à Netflix resolveram contar o que acontece com Jesse Pinkman a partir do desfecho dado à série. O resultado é um reencontro com alguns personagens para criar um episódio anabolizado de duas horas de duração. Embora conte um pouco mais de como foi a vida de Jesse depois que foi levado pelo tio de Todd (Jesse Plemons que ganhou muito peso após o fim da série e destoa da imagem que guardei do personagem, já que emendei o último episódio com o filme) para o cativeiro, o filme é um acerto de contas de um personagem que quer mudar de vida, mas antes precisa lidar com seus fantasmas. É um presente para os fãs, mas também um grato reencontro com um universo que parece se expandir ao infinito em nosso imaginário. O filme concorreu no EMMY a melhor filme para TV e outras três categorias técnicas. Como fã, gostaria que vários que a família White também ganhasse seu próprio filme (ainda mais que me rendeu alguma desidratação na última temporada), sobretudo pelo ótimo trabalho de Anna Gunn nas mudanças da esposa zelosa que aos poucos se percebe no pesadelo em que se meteu. Skyler também tem suas dores a exorcizar e adoraria ver como aproveitariam isso. Enquanto não se confirma um novo filme, a minha próxima etapa é assistir Better Call Saul, que deve chegar ao fim em um ano pós-pandemia! Que seja 2021, por favor.
El Camino: reencontrando Walt e Jesse.
Some isso à uma coleção invejável de personagens coadjuvantes inesquecíveis, seja sua esposa Skyler (Anna Gunn), o ex-aluno Jesse Pinkman (Aaron Paul), o advogado Saul (Bob Odenkirk que ganhou sua própria série spin-off que vai para sua sexta e derradeira temporada), o chefão Gus Fring (Giancarlo Esposito), o capanga Mike (Jonathan Banks)... a cada temporada, cada um deles se aprofundava e tornava o programa mais complexo e interessante pelos laços (ou seriam nós?) que se estabeleciam. Vale lembrar que a série estreou na era de ouro do canal AMC, que era pouco conhecido, mas chamou atenção por uma ótima safra de séries, além de Breaking Bad (2008-2014), o canal ainda tinha Mad Men (2007-2015) e Halt and Catch Fire (2014-2017) e vou até contar as primeiras temporadas de Walking Dead (2010 até só Deus sabe quando). Eis que cinco anos depois do fim de Breaking Bad, os criadores junto à Netflix resolveram contar o que acontece com Jesse Pinkman a partir do desfecho dado à série. O resultado é um reencontro com alguns personagens para criar um episódio anabolizado de duas horas de duração. Embora conte um pouco mais de como foi a vida de Jesse depois que foi levado pelo tio de Todd (Jesse Plemons que ganhou muito peso após o fim da série e destoa da imagem que guardei do personagem, já que emendei o último episódio com o filme) para o cativeiro, o filme é um acerto de contas de um personagem que quer mudar de vida, mas antes precisa lidar com seus fantasmas. É um presente para os fãs, mas também um grato reencontro com um universo que parece se expandir ao infinito em nosso imaginário. O filme concorreu no EMMY a melhor filme para TV e outras três categorias técnicas. Como fã, gostaria que vários que a família White também ganhasse seu próprio filme (ainda mais que me rendeu alguma desidratação na última temporada), sobretudo pelo ótimo trabalho de Anna Gunn nas mudanças da esposa zelosa que aos poucos se percebe no pesadelo em que se meteu. Skyler também tem suas dores a exorcizar e adoraria ver como aproveitariam isso. Enquanto não se confirma um novo filme, a minha próxima etapa é assistir Better Call Saul, que deve chegar ao fim em um ano pós-pandemia! Que seja 2021, por favor.
Breaking Bad (EUA / 2008-2014) de Vince Gilligan com Bryan Cranston, Anna Gunn, Aaron Paul, RJ Mitte, Dean Norris, Betsy Brandt, Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Jesse Plemons, Giancarlo Esposito e Krysten Ritter. ☻☻☻☻☻
El Camino: A Breaking Bad Movie (EUA-2019) de Vince Gilligan com Aaron Paul, Jesse Plemons, Jonathan Banks, Kristen Ritter, Matt Jones, Charles Baker e Robert Foster ☻☻☻☻
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