domingo, 2 de maio de 2021

NªTV: Invencível

 
Omni e Invencível: de pai para filho.

Entendo perfeitamente os motivos que fizeram a Amazon Prime Video adotar o tradicional lançamento semanal de episódios de algumas de suas séries. A estratégia funciona bem não apenas para manter os segredos da trama, como também serve para prender o espectador sempre sedento por novidades nas plataformas. Como não tenho muita paciência para longas maratonas e vivo esquecendo o dia em que os episódios são liberados - somado com os compromissos da semana e tal... passei a tarde deste domingo vendo os três últimos episódios de Invencível. Confesso que soube que a primeira temporada acabou na sexta-feira somente na manhã de hoje e fiquei curioso de assistir os episódios que faltavam (e também confesso que fiquei surpreso quando descobri que fazia três semanas que não assistia o "desenho" mais falado da temporada). Publicada pela Image Comics de 2003 a 2018, a série escrita por Robert Kirkman (também criador da HQ de Walking Dead) ganhou fãs fervorosos nos quadrinhos por sua habilidade em  utilizar fórmulas do gênero e subvertê-las logo em seguida. Na transição para a telinha pela Amazon, algumas arestas foram aparadas e deram maior fluência à história do adolescente Mark Grayson (voz de Steve Yeun), que descobre ter herdado os super-poderes do pai, Nolan Grayson (voz de J.K. Simmons) que é também conhecido como Omniman - que na verdade é um extraterrestre que veio habitar na Terra. No primeiro episódio o design sem novidades e o andamento do episódio em que conhecemos o maior grupo de super-heróis do planeta dá a impressão que estamos diante de mais uma animação de super-heróis. No entanto, depois da cena pós-crédito tudo muda. Diante de uma atitude insana de Omniman começamos a imaginar o que está por trás de tudo aquilo e, mais ainda, o que a série reserva depois do banho de sangue escorrer pela TV. Vale destacar que Invencível não tem nada de infantil. As cenas de luta são superviolentas, com muito sangue, vísceras, membros amputados, cabeças explodindo e golpes capazes de fazer o filme Watchmen () e a série The Boys () morrerem de inveja. Ao longo dos episódios novos personagens são apresentados e ampliam as possibilidades da temporada composta de oito episódios, mas faz o favor de deixar muitas pontas para as duas seguintes já anunciadas pelos produtores. Apesar da pegada mais violenta para arquétipos famosos dos quadrinhos (o herói novato que precisa lidar com a rotina da escola e problemas com a namorada, o ser superpoderoso que perde sua humanidade, um demônio capaz de desvendar crimes, alienígenas ameaçadores, organizações que regulam as ações dos heróis...), Invencível faz uma espécie de mistura hardcore de tudo que já vimos antes no gênero. Neste ponto, o fato de ser lançado semanalmente evita que possamos perceber o quanto  a pancadaria soa repetitiva ao longo dos episódios com seus litros de sangue, dentes quebrados, cérebros jorrando e tripas pelo chão. Ao final do primeiro episódio eu só imaginava os motivos do filme sempre prometido nunca ter saído do papel - mas com o sucesso da animação na TV o sonho dos fãs pode estar cada vez mais perto. 

Invencível (Invincible/EUA-2021) de Robert Kirkman, Ryan Ottley e Jeff Allen com vozes de Steven Yeun, Sandra Oh, J.K. Simmons, Zazie Beetz, Gillian Jacobs, Zachary Quinto e Clancy Brown. 

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