05 Jenipapo (1996) A história de um padre e um jornalista que se envolvem nas lutas dos sem-terra no nordeste brasileiro (e suas consequências) marcou a estreia da produtora Monique Gardenberg como cineasta e teve que ouvir muitas piadinhas sobre a cara de filme estrangeiro que imprimiu ao longa. Com atores brasileiros (Marília Pêra, Daniel Dantas, Julia Lemertz...) em papéis secundários falando em inglês e o protagonismo por conta do canadense Henry Czerny e do belga Patrick Bauchau, o filme segue esquecido (encontrar fotos da produção na internet é complicado) e recebeu o título da fruta de sabor forte por conta de uma cena com seu famoso licor - o filme quase se chamou A Hora do Lobo.
04 Bananas (1971) Antes de enveredar por temas mais sérios em sua carreira (e se envolver em polêmicas sobre sua vida pessoal), os primeiros filmes de Woody Allen tinham como única intenção fazer rir, muitas vezes sem medo de apelar para o absurdo. Aqui ele vive um estadounidense que reclama de tudo e que após o fim do seu romance com a namorada ativista, parte para um país sul-americano que atravessa uma situação política complicada. Ele acaba se metendo no meio de uma revolução só para impressionar a pretendente. Allen está bastante elétrico na pele do protagonista e realiza algumas das cenas mais engraçadas de sua carreira em uma República de Bananas.
03 Tangerine (2015) O cineasta Sean Baker fez história com este filme por dois motivos. O primeiro foi a repercussão por ter se tornado o primeiro filme totalmente filmado com iPhone e o segundo foi dar o protagonismo a duas atrizes trans em papéis trans - um verdadeiro marco para os filmes da terra do Tio Sam. O filme acompanha as amigas Sin-Dee (Kitana Rodriguez) e Alexandra (Mya Taylor, melhor atriz coadjuvante no Independent Spirit daquele ano) pelas ruas de Los Angeles perto do Natal. As duas encontram outros personagens interessantes e com problemas amorosos sempre de forma espontânea, divertida e bafônica. Seu despojamento lembra muito os primeiros filmes do Almodóvar.
02 Tangerinas (2013) Lançado na mesma época e com trama totalmente diferente, esta tangerina é do outro lado do mundo. Este magnífico filme estoniano foi indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro (perdeu para o polonês Ida) com a história de um produtor de tangerinas que em 1992 presencia um confronto sangrento em sua porta e acolhe um homem ferido. Mal sabe ele que sua casa se tornará o cenário para dois inimigos de guerra ponderarem sobre o ódio que a guerra instaurou na região. Um filme simples que fala de questões sérias com uma profundidade impressionante e (o mais importante) sem ser chato. Assista com um lenço por perto.
01 Apples (2020) Fonte de inspiração para este combo, o filme grego que marca a estreia de Christos Nikou é tragicômico na medida certa. Ao retratar uma epidemia de amnésia ao final perto do final do século XX, o diretor conta a história de um protagonista que precisa reaprender tudo sobre a vida com um severo tratamento comportamental. Entre fotos e uma lista de coisas a fazer, ele começa a pensar se tudo aquilo faz realmente sentido. Contido, hipnótico e provocador sem ser escandaloso, o filme é elogiado desde o seu lançamento no Festival de Veneza e bem que poderia ter entrado no páreo de filme estrangeiro no Oscar deste ano.
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