domingo, 13 de junho de 2021

#FDSérie DIVERSIDADESXL: Feel Good

 
Charlotte e Mae: ótima primeira temporada. 

Reza a lenda que as segundas temporadas são sempre as mais arriscadas, afinal, as séries não devem se repetir, mas precisam manter suas identidades aprofundando as questões que seus personagens apresentaram na temporada anterior. Quando assisti a primeira temporada de Feel Good na Netflix (lembro como se fosse hoje, era uma noite de domingo em que eu não fazia a mínima ideia do que assistir e resolvi dar uma chance para aquele programa que acabava de ficar disponível na gigante do streaming), vi os seis episódios (curtinhos em seus vinte minutos) de uma vez só, compondo uma espécie de filme episódico e que terminava com um dramático gancho para a segunda temporada. Confesso que fiquei bastante apreensivo com o que estava por vir. Talvez esta curiosidade de saber o destino das personagens tenha pesado quando tentei ver toda a segunda tmeporada de uma vez tão logo foi lançada nesse ano. Consegui ver dois capítulos por dia e olhe lá. Criado e escrito pela comediante Mae Martin (que conta com Joe Hampson na lapidação do texto), em sua primeira temporada, a série caprichava no humor (ainda que autodepreciativo) por conta de sua protagonista, Mae (Mae Martin) que ganha a vida como comediante e cai de amores por uma pessoa que assistia a um de seu shows de stand up, George (Charlotte Ritchie). As duas se aproximam, se apaixonam, passam a conviver, os problemas começam a surgir, mas toda a autenticidade do programa reside justamente na forma como constrói aquela relação. No entanto, conforme a temporada avança, o passado de Mae com o uso de drogas começa a se tornar mais presente e prejudicar o que poderia ser visto como um idílico romance. A química entre Mae e Charlotte é fundamental para que tudo funcione conforme o esperado e as duas dão conta de transformar o casal na alma do programa. Quando a segunda temporada começa, aquela sensação de angústia deixada na season finale retorna, mas aos poucos se dilui em um conjunto de situações tão repetitivas quanto previsíveis. É verdade que a trama constrói para si um conjunto de elementos que tornam esta segunda temporada muito mais densa, já que somado ao processo de reabilitação da protagonista, existe ainda um diagnóstico de estresse pós-traumático e revelações sobre o passado sobre relacionamentos abusivos que ela vivenciou. Talvez o problema seja que ficou coisa demais para ser trabalhada nos novos seis episódios e sobrou pouco espaço para o que vimos anteriormente. O humor foi praticamente embora e  Mae sofre um bocado... soa até exagerado todas as coisas complicadas que acontecem com ela durante a temporada. Em determinados momentos eu imaginava o motivo de ainda estar assistindo a série, talvez eu desejasse um final feliz para ela, mas do jeito que termina eu nem sei dizer se foi feliz ou não. Recentemente descobri que esta é a última temporada, o que só piora minha percepção sobre o que fizeram com o programa em 2021. Acho que complicaram demais as coisas em Feel Good e não tiveram tempo de trabalhar suas ambições de forma satisfatória, o resultado é que até o romance que era empolgante na temporada anterior se tornou tedioso nesta temporada. Feel Good virou Feel Bad

Feel Good (Reino Unido / 2020-2021) de Mae Martin com Mae Martin, Charlotte Ritchie, Phil Burgers, Lisa Kudrow, Shophie Thompson, Tom Andrews, Jack Barry e Ramon Tikaram. 1ª temporada ☻☻☻ / 2ª temporada 

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