domingo, 29 de outubro de 2023

Pódio: Alfredo Castro

Bronze: o Homossexual Fugitivo.

3º Sinfonia Inacabada (2006) Alfredo Castro nasceu no Chile em 1955, estudou teatro na Faculdade de Artes na Universidade do Chile e após receber prêmios no teatro ano final dos anos 1970, começou uma extensa carreira na televisão na década seguinte. Não satisfeito com seus dotes artísticos, foi se aprimorar na London Academy of Music and Dramatic Arts nos anos oitenta. A carreira no cinema começou com este filme de estreia de Pablo Larraín, com quem realizou vários trabalhos posteriormente (entre eles O Clube/2015 e o recente O Conde/2023). Aqui, o ator vive um homossexual confinado em um sanatório, mas que planeja sua fuga. Longe de ser o protagonista, ele rouba a cena e se torna o personagem mais interessante em cena. 

Prata: o Psicopata Dançarino
2º Tony Manero (2018) Alfredo interpreta Raul Peralta, um homem  obcecado pelo personagem de Os Embalos de Sábado à Noite. Raul é um sujeito com uma única expressão - que não muda sequer quando está se requebrando ao som da trilha sonora do filme que já assistiu ao uma dezena de vezes e o faz encontrar sentido até nas falas mais toscas do verdadeiro Tony. O sonho de Peralta é participar de um concurso na TV que procura encontrar o melhor Tony Manero do Chile. Ele não se envolve com política (o filme é ambientado na ditadura de Pinochet) e, vale ressaltar, também é um psicopata. O tempo me fez gostar ainda mais deste filme sombrio - e esta parceira de Alfredo Castro com Pablo Larraín os revelaram para o mundo. 

Ouro: o Voyeur Misterioso.
1º De Longe Te Observo (2015) Ganhador do Leão de Ouro no Festival de Veneza, o filme rendeu várias indicações para a atuação de Alfredo Castro no papel de Armando, que poderia ser apenas mais um voyeur se não fosse o dia em que conhece o jovem Elder (Luis Silva), rapaz agressivo, homofóbico e envolvido com gangues de rua. O interesse dele só cresce em torno do rapaz. Começa então um verdadeiro jogo de sedução e poder entre os dois, mas  nada é o que parece. Nas mãos de Castro, Armando torna-se um verdadeiro enigma. Tão incômodo quanto sutil, o filme surpreende ao abordar o cruzamento entre temas sociais e desejos reprimidos. Uma aula de atuação e de cinema. 

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