Levitt: matador duro de matar.
Jospeh Gordon Levitt participou do primeiro filme de Rian Johnson, o noir colegial A Ponta de Um Crime (2005) e depois que Johnson chamou menos atenção do que deveria com Vigaristas (2008) o ator ajudou o amigo a produzir essa ficção científica que estava em várias listas de lançamentos mais aguardados de 2012. Looper trata de viagens no tempo com ideias que eu não lembro de terem sido utilizadas em outros do gênero. Obviamente que à primeira olhada Exterminador do Futuro (1984) é inevitável, mas o texto de Johnson amplia qualquer possibilidade quando nosso cérebro tenta se acomodar com o que vemos na tela. A história se passa em 2044, onde a viagem no tempo ainda não foi inventada, mas existem os chamados loopers, matadores que trabalham para a máfia do futuro. A coisa funciona mais ou menos assim: no futuro é muito complicado sumir com os corpos, então a máfia envia a vítima para 2044 de olhos vendados e um looper o executa e incinera o corpo sem que ninguém de falta dele. O protagonista da trama é Joe (Levitt), mas as coisas começam a complicar quando Seth (Paul Dano) recebe como vítima o Seth mais velho vindo do futuro. O velho Seth lhe conta que no futuro existe um tal Rainmaker, um novo líder do crime praticamente indestrutível e capaz das maiores atrocidades para fazer prevalecer o seu poder. É Rainmaker que ordena o extermínio dos loopers aposentados pelos próprios loopers do passado. Não vai demorar muito para que o próprio Joe tenha que dar cabo de sua versão mais velha - e assim como o amigo, fraqueje. Logo ele saberá que o velho Joe irá aproveitar sua viagem no tempo para eliminar a criança que crescerá e se tornará o temido Rainmaker. Ao contrário do que se pode pensar os dois Joes lutam por causas distintas (devido ao período de vida de cada um). Esse é apenas o ponto de partida de um filme que promove várias surpresas e alguns dilemas morais de seus personagens, afinal, é justo eliminar uma criança pelo que ela se tornará no futuro? Não lembro de um diretor ter tanto cuidado em explicar o efeito que as alterações no presente causam na mente de um personagem enviado de volta ao passado (e o excelente diálogo entre Willis e Levitt deixa isso bastante evidente). Johnson mostra um futuro mais realista do que a maioria das produções futuristas e por isso mesmo, torna-se bastante crível. Além das cenas de ação e efeitos especiais usados com cautela, mas de forma eficiente, o filme conta com atuações dedicadas de Levitt - copiando expressões de Willis (confesso que estranhei aquelas lentes, sombrancelhas e lábios artificiais no ator)- e Willis assumindo o peso dos anos de forma despudorada. Para dar um jeito em tanta testosterona, Emily Blunt encarna uma mamãe durona de deixar a Sarah Connor de Linda Hamilton orgulhosa. Bem editado e bem contado, o filme desenvolve a ação sem perder de vista as relações entre os personagens. Looper consegue a proeza de injetar novo fôlego à uma ideia já desgastada (viagem no tempo), mesmo que apele um bocado ao mostrar o Rainmaker mirim como um personagem de filme de terror.
Looper - Assassinos do Futuro (Looper/EUA-China/2012) de Rian Johnson com Joseph Gordon Levitt, Bruce Willis, Emily Blunt, Jeff Daniels, Pierce Gagon, Paul Dano e Noah Segan. ☻☻☻☻
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