domingo, 14 de outubro de 2012

APOSTAS PARA O OSCAR 2013 - CAPÍTULO II


Hyde Park on Hudson
Roger Michell é um diretor que já provou sua versatilidade em comédias românticas (Notting Hill/1999) e dramas (Vênus/2006 e Recomeçar/2003), mas a Academia nunca lhe deu o devido reconhecimento. Isso pode mudar com Hyde Park on Hudson onde visita um momento bastante íntimo do 32º Presidente americano, Franklin Roosevelt (vivido por Bill Murray). Trata-se de seu caso de amor com a prima Margareth Stuckley (Laura Linney) ambientado num fim de semana de 1939 quando o Rei e a Rainha do Reino Unido visitaram Nova York. Pela forma sentimental com que conduz a história o filme pode garantir uma vaga na categoria de coadjuvante - graças às performances de Olivia Williams como Eleanor Roosevelt e Olivia Colman como Rainha Elizabeth,. As duas atrizes inglesas subestimadas tem aqui a chance de entrarem de vez no primeiro time de Hollywood.  

Lincoln
Parece que presidentes americanos estão na moda - e se você é como eu e pensa que Steven Spielberg deixou o melhor de seu talento no passado, saiba que ele dedica seu próximo filme para nós! Só de ver Daniel Day Lewis transmutado no 16º presidente americano neste retrato de seus últimos quatro anos de vida (enquanto lutava na Guerra Civil e enfrentava inimigos de gabinete em seu projeto de libertação de escravos). A trama é inspirada no livro "Team of Rivals" de Doris Kearn Goodwin e tem impressionado com material que Spielberg tem divulgado na imprensa - não só pela qualidade da produção mas pelo elenco que ainda inclui Joseph Gordon-Levitt, Tommy Lee Jones, Jackie Earle Haley Sally Field, Jared Harris e John Hawkes. Parece que Spielberg chegará com fome de estatuetas nessa temporada...

The Surrogate
Depois de sua ótima atuação indicada ao Oscar de coadjuvante em Inverno da Alma (2010), John Hawkes tem mais uma chance de fazer bonito nas premiações como protagonista deste filme independente. Em The Surrogate ele interpreta uma vítima de pólio que está prestes a morrer e contrata uma prostituta para que acabe com sua virgindade. Além de Hawkes o filme conta com uma atuação certeira da sumida Helen Hunt (que sempre sabe o que fazer quando uma produção  depende de sua química com um bom parceiro de cena). Com a aclamação do filme em Sundance este é um dos fortes candidatos à vaga indie na disputa ao Oscar do próximo ano. O filme é assinado pelo australiano Ben Lewin, que usou tintas autobiográficas no roteiro - ele contraiu poliomielite quando era criança e perdeu o movimento das pernas. 

Life of Pi
Faz um tempinho que a Academia parece ter esquecido o diretor taiwanês Ang Lee, neste ano o jejum pode ser quebrado com o primeiro filme em 3D produzido pelo diretor: Life of Pi. O filme baseado no famoso romance do canadense Yann Martel (e que rendeu uma polêmica danada por se inspirar até demais numa história do brasileiro Moacyr Scliar) conta a história de um jovem indiano  (Suraj Sharma) que após um naufrágio perde toda a família e sobrevive 227 dias em um bote salva-vidas somente na companhia de um tigre. Pense em todas as possibilidades metafóricas dessa experiência e você terá ideia do que se trata o filme. Aclamado por aliar força narrativa e efeitos especiais, não subestime o poder desta produção na temporada de ouro. 

The Paperboy
Desculpe amigos, eu ia comentar sobre o novo filme de Tarantino (Django Unchained) quando me lembrei deste filme assinado por Lee Daniels (Preciosa/2009) que é elogiado por algumas das atuações mais surpreendentes deste ano. Adaptado da obra de Pete Dexter o filme conta a história de dois jornalistas (Matthew McConaghey e David Oyelowo) que caem na história de uma loura profana (Nicole Kidman) que jura que seu amante (John Cusack) é acusado de um crime que não cometeu. Nessa jornada ela acaba ganhando o coração do jovem Jack (Zac Efron, elogiado!!!) numa trama narrada por Macy Grey!! Quer mais, misture tudo isso numa atmosfera noir virada do avesso e a habilidade de Daniels em extrair atuações vigorosas do elenco (dizem que Nicole saboreia sua personagem como se fosse um pêssego suculento e Cusack tem a atuação de sua vida num rato de homem). Desculpe Tarantino, vc fica para a próxima! 

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