Treadaway: fantasia romântica das boas.
Quando terminei de assistir a este filme irlandês, tive a impressão que a francesa Agnés Merlet deveria ter dirigido o primeiro filme da saga Crepúsculo - e talvez até escolhido a bonita Rachel Hurd Wood para o papel de Bella Swan. Sei que os admiradores de Refúgios irão detestar esse comentário - e aqueles que ainda não viram o filme, provavelmente terão menos vontade ainda de assistí-lo depois dessa consideração - mas o fato é que Merlet conseguiu construir uma fantasia romântica como há muito não se via. Seu protagonista, James Furlong (vivido por Harry Treadaway na idade adulta) pode não ser um vampiro, mas carrega a morte consigo desde o dia em que nasceu. Depois de vitimar sua mãe durante o parto, James cresce sabendo que tem uma maldição correndo nas veias. Basta que seja ferido ou ameaçado, para que uma praga se espalhe ao seu redor, matando os seres vivos que estão por perto. Da grama, passando pelos pássaros e pessoas ao redor, não sobra nada em seu caminho. Ainda menino ele torna-se responsável pela morte de sua família, mas o pior é quando ao ser encaminhado a um orfanato, torna-se responsável involuntariamente pela morte de quase todas as crianças que estavam ali. Assustado, James refugia-se na floresta vivendo no isolamento. Depois do tom trágico dessa primeira parte, ele continua com a apresentação da outra protagonista da história, Mae West O'Mara (Rachel Hurd-Wood). De cabelos escuros, pele pálida e olhos azuis, ela parece a versão que funciona da namorada de vampiro vivida por Kirsten Stewart. Mae também vive uma espécie de maldição em sua família. Todos apresentam cânceres variados desde a juventude e ela acaba de retirar o tumor que estava em seu intestino. Passada tanta dramaticidade, o filme ganha tom de romance quando Mae encontra James na floresta e se identificam quase que imediato com a história do outro. Acrescente a isso o fato do amor trazer vida para as redondezas devastadas de seu lar de James - e o filme ainda retomar o único sobrevivente do tal orfanato - você pode perceber do que o filme é feito. Refúgios quase sempre alcança as notas que deseja, do trágico ao romantismo à moda antiga, o filme só peca pela trilha sonora de filme da Disney! Bem cuidado e com bons efeitos especiais, o filme promete não decepcionar aqueles que detestam a Saga Crepúsculo, mas que careciam de uma fantasia romântica de verdade! Eu poderia tecer inúmeras considerações sobre o filme (o medo causando a devastação, a morte fugindo ao controle das pessoas...), mas seria exagero, o longa vale por si só.
Refúgios (HideAways/Irlanda-2011) de Agnés Merlet com Harry Treadaway, Rachel Hurd-Wood, Thomas Brodie-Sangster, Susan Lynch e Stuart Graham. ☻☻☻
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