Charlie, Anya, Henry, Maisie e Blu: faltou o palhaço It. |
Começando as postagens aqui no blog neste ano 2021, ainda em clima de ressaca de 2020, escolhi falar de Os Novos Mutantes um dos filmes mais atribulados dos últimos tempos - e a cara do ano que passou. Previsto inicialmente para chegar aos cinemas em abril de 2018, o filme foi adiado e remexido tantas vezes que provavelmente o que vimos chegar ao público é algo bem diferente do que foi pensado inicialmente. Para piorar, o filme ainda foi uma das vítimas da fusão da Fox com a Disney (e por consequência, com a Marvel) o que fez com que muitos dos filmes que estavam para estrear ficassem numa espécie de limbo. Vale lembrar que quando o filme foi pensado a Fox finalmente havia se dado conta de que o universo mutante era bem mais vasto e rico do que estavam explorando nos filmes dos X-MEN (que invariavelmente girava em torno dos mesmos personagens a maior parte do tempo, Wolverine que o diga). Fugindo da seriedade de Xavier e sua turma, o escracho de Deadpool (2016) funcionou bem nas bilheterias e fez com que os produtores pensassem em fazer filmes de herói enveredando por outros gêneros. Os Novos Mutantes seria um filme de terror - e o primeiro trailer deixava isso bem claro, mas a ideia chegou tarde e tanta gente deu pitaco que o filme já chegou ultrapassado aos cinemas (com uma pandemia mundial para complicar ainda mais as coisas). O filme foi ameaçado de nunca ser lançado, depois ir direto para o streaming (Disney Plus) e motivado pela reabertura dos cinemas (e, acredite, a possível identificação do público com personagens confinados) o filme foi lançado nas telonas. O longa começa com a chegada de Dani Moonstar (Blu Hunt) numa instituição supervisionada pela Doutora Reyes (Alice Braga), Dani não sabe direito como foi parar ali, mas conta com os outros "pacientes" para entender o que está acontecendo. Ela conhece e meiga Rahne Sinclair (Maisie Williams), a esquentada Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), o bom moço Sam Guthrie (Charlie Heaton) e o brasileiro Roberto (Henry Zaga). Apesar de alguns atritos eles vão começar a se entender, principalmente motivados por controlar seus poderes e a suspeita de que Doutora Reyes irá prepara-los para se tornar membros dos X-Men. No entanto, uma série de situações estranhas começam a acontecer e colocam em risco a vida de todos, especialmente de Dani. É engraçado como o filme parece tenta ser uma mistura do clássico adolescente Clube dos Cinco (1985) com a premissa de It (2017) - o que faz perder muito o impacto. O filme até que tem momentos interessantes de suspense, mas que são isolados pela inconsistência do roteiro. Os efeitos especiais não são tão especiais assim e os poderes dos personagens são pouco explorados até o final que deixa a sensação de que vimos o piloto de algum seriado que estreará no ano seguinte. Triste é que Novos Mutantes fecha a história dos mutantes na Fox depois que X-Men:Fênix Negra (2019) já exibia todo o desgaste da fórmula no estúdio. O desgaste é tanto que até a Marvel vai demorar um pouco para explorar este universo novamente no cinema. Quando estreou em 2000, X-Men: O Filme se tornou um dos filmes mais aclamados do ano por estabelecer uma nova forma de se pensar filmes de heróis, mas vinte anos depois aqueles paradigmas já demonstravam cansaço e chegam ao fim com esta despedida massacrada.
Os Novos Mutantes (The New Mutants/EUA-2020) de Josh Boone com Anya Taylor-Joy, Alice Braga, Blu Hunt, Maisie Williams, Henry Zaga e Charlie Heaton. ☻☻
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