Não há novidade alguma em dizer que Homem-Aranha no Aranhaverso (2019) se tornou um marco na história da animação. Ao romper de vez com o design um tanto padronizado de contornos fofinhos em cenário límpidos de Hollywood, o filme era um verdadeiro jorro de criatividade visual que combinava diversas técnicas de animação em um espetáculo visual que lhe valeu o Oscar de Melhor Animação. Para além disso, foi a primeira vez que as plateias se depararam com o conceito de multiverso na telona e, sendo feita de forma tão eficiente, o resultado foi um sucesso de escala mundial. Vale destacar que introduzir Miles Morales no universo cinematográfico também foi um acerto, além de ter origem negra e latina, o menino causa identificação imediata nas plateias por sua pouca idade e imensa vontade de acertar com as grandes responsabilidades que seus poderes trazem para sua vida. Quem viu a primeira aventura de Miles no cinema, sabe que ele contou com a ajuda de Homens-Aranhas de outros universos, entre eles Spider Gwen, Spider-Noir e o próprio Peter Parker que andava meio desiludido com o fim do seu casamento. Se antes a aventura mostrava novas características de antigos conhecidos, agora com Através do Aranhaverso, segunda parte de uma trilogia planejada pela SONY, conhecemos um grupo ainda maior de Homens-Aranhas que estão dispostos a consertar alguns efeitos colaterais que atravessar multiversos podem causar. No centro de tudo isso, existe a saudade que Miles sente de Gwen e a dificuldade de relacionamento com o pai, prestes a se tornar Capitão de polícia e que não consegue entender como o seu filho pode ter se tornado alguém tão, digamos, distraído. Sim, Miles tem problemas para conciliar sua vida de adolescente e de protetor da vizinhança e a coisa só complica quando ele descobre que existe um vilão com poderes estranhos na vizinhança: o Mancha. Capaz de atravessar o emaranhado do universo, o Mancha é um dos efeitos colaterais dos acontecimentos do primeiro filme e se torna uma ameaça para todos os universos. Na primeira olhada, parece que uma Sociedade formada por Homens-Aranhas de vários universos liderada por Mighel O'Hara, o herói de 2099, está disposta a impedir o estranho vilão, mas na verdade o objetivo da tal sociedade é muito maior. Miles Morales não faz a mínima ideia do que o espera, mas pelo menos ele se depara com um visual ainda mais elaborado que o de sua aventura anterior (sim, isso é possível!) enquanto precisa provar seu valor de forma definitiva. Aqui existem ainda mais estilos diferentes de animação e compõem um emaranhado ainda mais complexo para a aventura. Spider Gwen também recebe mais destaque por aqui e deve ter ainda mais na nova aventura anunciada para o ano que vem, só fico imaginando o que será feito para superar o visual do que vemos aqui. Se existe um problema com o filme é que ele avança um pouco mais do que deveria e deixa o seu desfecho em aberto com um gancho para a terceira parte da aventura, algo que pega a plateia de surpresa quando começam a aparecer os créditos finais.
Homem-Aranha Através do Aranhaverso (Spider-Man across the Spider-verse/ EUA - 2023) de Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson com vozes de Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Oscar Isaac, Issa Rae, Jake Johnson, Karan Soni, Daniel Kaluuya, Brian Tyree Henry, Luna Lauren Velez e Mahershala Ali. ☻☻☻☻
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