Michiel e Blake: fantasia romântica cheia de química.
Apesar de badalada, Blake Lively ainda não havia me convencido de que era uma boa atriz, dessas que carregam um filme nas costas parecendo que é a coisa mais fácil do mundo. Pois com A Incrível História de Adaline a esposa de Ryan Reynolds (que conheceu nas filmagens do esquecível Lanterna Verde/2011) dá corpo às expectativas que depositavam sobre ela. Fazia três anos que atriz não aparecia na tela (precisamente depois do micado Selvagens/2012 de Oliver Stone) e nessa fantasia romântica ela aparece com fôlego para se tornar uma diva. Dirigido pelo jovem Lee Toland Krieger, o filme agrada sem muito esforço ao contar uma história complicada: a vida de uma mulher incapaz de envelhecer. O que poderia ser uma dádiva para muita gente, mostra-se uma espécie de maldição aos olhos de Adeline Bowman (Blake Lively). Adaline nasceu em 1908, casou, teve uma filha e ficou viúva. Aos vinte e nove anos sofreu um acidente que é apresentado como a causa de seu corpo se recusar a envelhecer (segundo o roteiro, os motivos para isso só serão descobertos em 2035... então tá!). Com a filha já crescida, Adeline percebe que sua vida pode estar em risco quando agentes do FBI começam a investigá-la e a personagem passa a fugir, auxiliada por identidades falsas. Começa então a jornada solitária da protagonista, que evita envolver-se amorosamente não apenas para manter seu segredo, mas por também ter receios em lidar com a morte das pessoas que ama. Quando ela conhece Ellis Jonas (Michiel Huisman) ela começa a repensar sua estratégia de sobrevivência - mas sempre que seu segredo é colocado em risco ela hesita em envolver-se emocionalmente. Ainda que decore o filme com alguns itens científicos, Krieger capricha no tom romântico da história e deixa a fantasia permear a trama de forma discreta, sem exageros numa harmonia mais que eficiente. Pode se dizer que ele deve muito à atmosfera de O Curioso Caso de Benjamin Button (2008) na criação de seu filme, mas ainda assim, consegue lhe atribuir um brilho próprio. Com bela fotografia, cadência correta e uma química invejável entre o elenco, A Incrível História de Adaline surpreende pela forma envolvente com que dribla as armadilhas do gênero e entrega justamente o que os fãs do gênero apreciam. Muito do mérito se deve à escolha de Lively para o papel principal (e precisam agradecer aos deuses do cinema por Katherine Heigl ter desistido do papel) que convence num papel complicado, mas vivido com elegância, serenidade e inteligência, evocando a imagem de uma mulher construída ao longo de um século de experiências. No entanto, devo registrar, a ótima atuação de Harrison Ford como o pai de Ellis e que torna-se fundamental para conclusão da história e da veterana Ellen Burstyn como a filha conselheira da protagonista. A Incrível História de Adaline foi uma das maiores surpresas de 2015.
A Incrível História de Adaline (The Ages of Adaline/EUA-2015) de Lee Toland Krieger com Blake Lively, Micheil Huisman, Harrison Ford, Ellen Burstyn, Kathy Baker e amanda Crew. ☻☻☻
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