A comédia sobre a maior crise financeira do século XXI estreou no finalzinho do ano e foi colocada entre os favoritos da noite. Tratar termos complicados como se fossem parte de uma grande piada é o seu maior trunfo. A seu favor estão as críticas positivas e os prêmios que recebeu na temporada (o do Sindicato dos Produtores foi o mais importante e o BAFTA de roteiro adaptado ajuda muito). Contra está o fato do Oscar não ter o hábito de premiar comédias (e ano passado já premiou uma). O filme ainda concorre nas categorias de diretor (Adam McKay), ator coajuvante (Christian Bale), sendo o favorito nas categorias de roteiro adaptado e edição.
A história da jovem imigrante irlandesa que fica dividida entre as oportunidades da vida nos Estados Unidos da década de 1950 e os amores de sua terra natal, tornou-se um dos filmes mais elogiados do ano passado. O filme ainda está indicado nas categorias melhor atriz (Saoirse Ronan) e roteiro adaptado. Feito com o maior jeitão de clássico o filme ganharia vários Oscars se fosse lançado há uns vinte anos, mas hoje é o tipo de filme singelo que quase não se produz mais - e que a Academia teria muito pudor em premiar em sua categorias principal. Mesmo assim, é um dos meus favoritos na categoria.
O australiano George Miller retorna ao universo que o revelou para o mundo, mas, dessa vez retorna mais elaborado, frenético e caótico. Seu herói acaba sendo coadjuvante ao lado das fugitivas lideradas por Furiosa e se metendo numa fuga alucinante que se tornou sucesso nas bilheterias mundiais. Presente em várias listas de melhores do ano o filme concorre ainda aos prêmios de direção (George Miller), fotografia, edição, figurino, maquiagem, mixagem de som, edição de som, efeitos especiais e direção de arte, sendo o favorito nas categorias técnicas (mas sua torcida na categoria é grande).
Uma adolescente é raptada e vive sete anos presa dentro de um quarto. Durante esse tempo, teve um filho que poderá ajudá-la a voltar a ter uma vida normal fora dali. Baseado no famoso best seller de Emma Donnoghue, o filme tem como mérito manter o olhar do pequeno Jack como guia do espectador, transformando o que poderia ser um filme árduo, numa bela história da relação de amor entre mãe e filho. Brie Larson é a favorita ao prêmio de melhor atriz pelo papel da mãe, Donnoghue tem chances na categorias roteiro adaptado e a direção de Lenny Abrahamson também foi indicada.
Sob o filme do homem que é atacado por um urso no ano de 1820, sendo abandonado por seus companheiros, paira a pergunta: será que Leonardo DiCaprio finalmente ganhará um Oscar? Tudo indica que sim - e o favoritismo do ator fortaleceu o filme que chega à cerimonia no auge de sua carreira. Entre os indicados é o que mais impressiona pelo seu tom épico (e a Academia adora isso). O filme está no páreo de direção (Alejandro González Iñárritu, que pode ganhar pela segunda vez consecutiva - algo inédito), ator coadjuvante (Tom Hardy), fotografia, edição, maquiagem, mixagem de som, edição de som, direção de arte e efeitos especiais, sendo o filme com mais indicações da noite.
Sucesso de público e crítica, o filme está indicado em nove categorias (filme, ator/Matt Damon, roteiro adaptado, mixagem de som, edição de som, efeitos especiais e direção de arte) e não é favorito em nenhuma delas - mas pode levar alguma categoria técnica para casa. A história do astronauta que fica perdido no planeta vermelho (e precisa sobreviver até que uma missão de resgate chegue) recebeu um tratamento caprichado do diretor Ridley Scott - que conseguiu equilibrar tensão e bom humor durante toda a sessão. Damon tem a seu favor o Globo de Ouro de ator de comédia pela sua performance espirituosa.
O filme de Steven Spielberg não fez o sucesso esperado, mas agradou a Academia com seu jeitão dos velhos tempos de Hollywood. A história do homem acusado de espionagem e seu advogado - que não fazia a mínima ideia de onde estava se metendo durante a Guerra Fria - rende bons momentos, sobretudo com a atuação econômica e memorável de Mark Rylance (que pode levar o Oscar de ator coadjuvante por sua atuação). O filme ainda aparece nas categorias de melhor roteiro original, melhor trilha sonora, edição de som e direção de arte.
Um dos favoritos ao maior prêmio da noite é este drama baseado nas investigações dos jornalistas do The Boston Globe sobre crimes de pedofilia relacionados aos padres da região. O assunto delicado é tratado sem firulas ou sensacionalismos pelo diretor Tom McCarthy, resultando num raro caso de filme polêmico que a Academia abraçou com várias indicações de peso. O concorre a melhor diretor (McCarthy), ator coadjuvante (Mark Ruffalo), atriz coadjuvante (Rachel McAdams), roteiro original e edição. Num ano atípico, ele está ao lado de O Regresso e A Grande Aposta como favorito ao prêmio de Melhor Filme.
O ESQUECIDO: CAROL
Aclamado desde a sua exibição no Festival de Cannes2015, o filme de Todd Haynes perdeu força na reta final do Oscar, o que lhe custou as categorias de Melhor Filme e Melhor Diretor - sorte que foi lembrado nas categorias de melhor atriz/Cate Blanchett, atriz coadjuvante/Rooney Mara, roteiro adaptado, fotografia, figurinos e trilha sonora. A história da mulher madura que se apaixona por uma jovem durante um complicado divórcio recebeu muitos elogios pelo seu trato visual e emocional. Todd Haynes homenageia, mais uma vez, os filmes clássicos e as divas do cinema num contexto totalmente inusitado às suas referências.
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