Miá e Fábio: sendo Miá e Fábio.
Nada contra comédias que querem apenas fazer rir, o problema é quando elas não trazem nenhuma novidade. Fábio Porchat e Miá Mello protagonizam essa comédia romântica que pretende apenas fazer rir. Na história eles são os recém-casados Fábio e Miá, ele trabalha animando festas infantis ao lado do pai, ela é uma economista e juntos irão viajar num cruzeiro rumo à Europa. É evidente que com Fábio Porchat no alto dos créditos você imagina que irão acontecer várias trapalhadas, algumas são engraçadas, outras nem tanto, mas nada que comprometa o resultado final. Existem algumas coisas que irão tornar a lua de mel do casal mais perigosa do que deveria, uma delas é a mania de Fábio curtir tudo que está incluindo no pacote da viagem (mesmo que algumas coisas aconteçam ao mesmo tempo que outras), além de não gastar um centavo a mais com nada que não esteja incluído no pacote. Outro aspecto que compromete a paz dos pombinhos é a presença do casal formado por antigos relacionamentos da dupla. O mauricinho Beto (Alejandro Claveaux) é tudo que Fábio não é (e nem quer ser), mas mesmo assim sua presença ameaça o moço (e alguns dados sobre a vida sexual dele só pioram as coisas). Por outro lado, Beto está casado com a ex-modelo e médica adepta de métodos alternativos Laura (Juliana Didone) - e Fábio nutriu por toda infância/adolescência uma paixão platônica por ela, mas agora ele precisa ser forte para não cair em tentação - já que ela considera que ele se tornou bem mais interessante do que suas expectativas. Esse "passado condenável" da dupla, serve de base para um plano estapafúrdio dos aparentemente simpáticos funcionários do cruzeiro, Suzana e Wilson (Inez Viana e Marcelo Valle), um casal divorciado que trabalha no navio e que não mede esforços para conseguir uns trocados explorando os passageiros inexperientes. Apesar de divertido e tentar driblar aquela cara de especial de fim de ano da Globo, o filme tropeça em algumas piadas (como a forçada confusão da madrinha de Miá pensando que Wilson é o esposo da afilhada, além da minguada Laura parecendo ameaça para a bem mais interessante Miá Mello) sobretudo na presença de um dos amigos mais inconvenientes da história do cinema: o hediondo Cabeça (Rafael Queiroga). Cabeça é uma ameaça maior ao relacionamento dos protagonistas do que seus ex-amores, afinal, que marmanjo dormiria na quarto do amigo em plena lua de mel dele? Sem falar, que recém-casado faria uma sandice dessas (exceto os que tem segundas e terceiras intenções, claro)? No fundo, Cabeça serve apenas para maximizar uma característica que deveria ser incômoda em Fábio: a imaturidade. Até Cabeça aparecer ele poderia ser considerado um sujeito brincalhão, mas era atencioso com a esposa apesar das inseguranças de todo mortal, mas era preciso patinar o clichê dos homens "mais imaturos que as mulheres". Quando Cabeça aparece, Fábio parece ter o cérebro atrofiado e se transforma em outra pessoa. Isso incomoda mais do que qualquer outra coisa no roteiro (mais até do que ser uma colagem de situações e não uma história propriamente dita). No entanto, essa empreitada baseada no programa de TV da dupla diverte sem maiores compromissos.
Meu Passado me Condena (Brasil/2013) de Julia Rezende com Fábio Porchat, Miá Mello, Marcelo Valle, Rafael Queiroga, Inez Viana, Juliana Didone, Alejandro Claveaux, Elke Maravilha e Catarina Abdala. ☻☻☻
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