Malcolm, Dorian Grey, Vanessa, Victor e Ethan: medos reais e imaginários.
Nenhuma série que estreou em 2014 me conquistou tanto quanto Penny Deadful. O fato é que o canal Showtime estava atento ao apelo das séries de horror perante a audiência e resolveu se aplicar na produção da sua cria. Ambientado em 1893, a produção ainda dá um toque especial, com ar de versão gótica de Downton Abbey. O título faz referência aos livros de bolso que contavam histórias de horror que mesclavam histórias sobre personagens reais (como Jack - o Estripador) e histórias sobre fantasmas, vampiros e outros seres sobrenaturais, portanto a trama abre espaço para seres que emanam muito da realidade e da fantasia de um mundo em grande transformação às portas do século XX - onde o real e o imaginário pareciam ter uma linha tênue (e invisível) de separação. À produção coube o desafio de mexer num caldeirão onde sobram referências macabras e, ainda assim, tornar a experiência agradável ao espectador. Sendo assim, a produção é puro deleite para os fãs do gênero, mas não só para esses, especialmente pela habilidade como a produção conduz a trama dividida nos oito capítulos da temporada. Exibido no Brasil pela HBO, os dois primeiros episódios contaram com a direção arrojada de J.A. Bayona (cineasta espanhol responsável pelo sucesso O Impossível/2012) e, ao que tudo indica, os próximos episódios contarão com o mesmo domínio cênico de uma história repleta de elementos malditos. A história acontece ao redor de Malcolm Murray (Timothy Dalton), pai de Mina, uma jovem que foi sequestrada por uma criatura da noite. Malcolm busca sua filha com a ajuda de Vanessa Yves (a excepcional Eva Green), amiga da filha desaparecida e que precisa lidar com sua mediunidade à flor da pele. Em sua jornada pelos mistérios da trama, eles contam ainda com a ajuda de um pistoleiro americano chamado Ethan Chandler (Josh Hartnett, ator com sede de ressurreição) e do jovem Victor Frankenstein (Harry Treadaway). Além disso, vivem cruzando o caminho do misterioso Dorian Grey (Reeve Carney) - jovem com queda para a pornografia e a devassidão. Tempere um grupo desses com enigmas que ecoam desde o Egito Antigo, vampiros e demônios (pessoais ou não) cruzando a cada esquina - numa mescla irresistível de realismo e fantasia. Criado pelo astuto John Logan (roteirista indicado três vezes ao Oscar e responsável pelo melhor James Bond de todos os tempos, Operação Skyfall/2012), o seriado tem potencial para se tornar uma das mais cultuadas dos próximos anos, Além do texto o elenco é uma atração a parte, é comovente a forma como a série mostrou Victor trazendo um homem de volta à vida com auxílio dos raios (e ótima atuação de Alex Price como a criatura), além de ser arrepiante quando o mal mostra-se à espreita. Nesse quesito, Eva Green (atriz francesa revelada por Bertolucci em Os Sonhadores/2003 e musa de Cassino Royale/2006) está arrasadora na pele (e sobretudo nos olhos) de Vanessa Ives, tão sexy quanto assustadora e sempre mais esperta que os personagens que estão ao seu redor (sejam vivos ou os mortos). Não se surpreenda se quiser assistir aos episódios mais de uma vez, de atmosfera intoxicante tem esse efeito. Graças a Deus que a segunda temporada já está mais do que confirmada!
Eva Green: uma Bondgirl assombrosa!
Penny Deadful (EUA-Irlanda-Reino Unido/2014) de John Logan com Eva Green, Timothy Dalton, Josh Hartnett, Harry Treadaway e Reeve Carney. ☻☻☻☻☻
Capítulos Temporada 1 amava. Penny Dreadful é uma série de horror e suspense, com um engraçado , sem dúvida, cativa o quadro espectador. Eu adoraria vê-lo , você pode desfrutar de Penny Dreadful em HBO , canal que oferece produções de sucesso . Eu certamente vê-lo.
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