quinta-feira, 7 de setembro de 2023

PL►Y: Pânico 6

 
Ghost Face: reciclagem das boas. 

Quem leu minha apreciação sobre o Pânico (2022) anterior percebeu que eu não curti muito a reformulada proposta pelos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. Quando uma nova sequência foi anunciada o alarme soou quando problemas com o valor a ser pago para Neve Campbell causaram divergências e ela acabou fora da trama. Talvez minhas expectativas baixas tenham colaborado para que eu gostasse muito mais desse novo filme do que o exemplar lançado no ano passado. Pânico 6 continua com seu apelo nostálgico sobre a série criada por Wes Craven, mas consegue utilizar esse apelo para construção de uma trama envolvente que utiliza as referências aos filmes anteriores como pistas sobre os crimes que acontecem em torno das irmãs Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega), só que agora em novo cenário: a cidade de Nova York. Depois dos acontecimento do último filme as duas foram morar na cidade grande, motivadas principalmente pelo fato de Tara agora estar na faculdade. Curioso que o segundo filme também apresentava Sidney (Campbell) na faculdade, mas o que a dupla de diretores faz aqui consegue alcançar um melhor resultado do que Pânico2 (1997) A começar pela surpresa do primeiro ato em que revela-se a identidade do assassino sem maiores cerimônias para depois virar do avesso as expectativas do espectador. As irmãs Sam e Tara voltam a ser alvo de perseguições, assim como todos os seus amigos que, conforme explicações típicas da franquia,  podem ser tanto as próximas vítimas como também o assassino querendo disfarçar sua sede de sangue. A ideia dos crimes acontecerem na cidade grande perto da data do Halloween também provoca uma tensão diferente no filme, especialmente por Ghost Face ter se tornado um ícone do terror com o filme Facada (o filme que conta a história de Sidney no cinema dentro da franquia) e sua fantasia ter se tornado bastante popular. Ao longo de tantos anos o filme ainda apresenta a complexidade do universo que Pânico criou ao longo dos anos, com seus assassinos variados e motivações estapafúrdias, apresentando até mesmo uma espécie de museu gerada pelo culto dos fãs dos crimes ocorridos em Woodsboro e que tem seus artefatos ligados aos crimes com uma máscara gasta pelo tempo (e que tudo indica ser a mesma utilizada nos primeiros crimes ocorridos nos anos 1990). Ajuda a temperar ainda mais a história todo estigma que caiu sobre os ombros de Sam após a identidade de seu pai ter ficado famosa, além da sensação que um dos personagens clássicos da franquia corre risco de sair do mapa. Aqui não apenas Courtney Cox se torna um alvo com risco de deixar a série como Hayden Panettiere também ao retornar como Kirby Reed, icônica personagem de Pânico IV (2011). A produção só peca por estivar demais o último ato, mas diante da proeza rara numa Hollywood assolada por sequels, remakes e reboots: reverenciar o material original ampliando ainda mais o universo a que se dedica, a falha se torna até pequena. Não desejando ser mais do mesmo, PânicoVI coloca a obra master do slasher movie dos anos 1990 em novos trilhos para o século XXI. Que venham novos filme. 

Pânico 6 (Scream VI/ EUA -2023) de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett com Melissa Barrera, Jenna Ortega, Courtney Cox, Hayden Panettiere, Mason Gooding, Dermot Mulroney, Jasmin Savoy Brown, Skeet Ulrich, Jack Champion, Liana Liberato, Josh Segarra, Devyn Nekoda, Tony Revolori e Matthew Giuffrida.  

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