Brad Pitt (O Homem que Mudou o Jogo)
Quando li um comentário de Brad Pitt sobre a busca de Leonardo DiCaprio por personagens interessantes (em 2004) tive a impressão que o muso da mulherada estava repensando a carreira. Desde então Brad se empenha em filmes sérios, bem distante das diversões desenfreadas de longas como Sr. & Srª Smith (2005). Neste filme sobre um visionário que modifica a forma de se escalar um time de baseball, Pitt conseguiu sua terceira indicação ao Oscar (já concorreu anteriormente ao prêmio de coadjuvante por 12 Macacos/1995 e ator principal por O Curioso Caso de Benjamin Button/2008). Longe dos tipos estranhos que lhe garantiram as indicações anteriores, Pitt provou ser capaz de construir um tipo comum em 2011 - não só neste longa como em A Árvore da Vida - que pode dar uma mãozinha na hora da Academia votar.
Demián Bichir (Uma Vida Melhor)
Num ano onde Leonardo DiCaprio esperava uma vaga no Oscar, Demián Bichir poderia até achar que tinha poucas chances - porém sua indicação ao prêmio do Sindicato deve ter lhe rendido bons presságios. Ilustre desconhecido no cinema, Bichir coleciona personagens marcantes em seriados como Capadócia e Weeds. Quem assistiu ao mexicano Sexo, Pudor e Lágrimas (1999) pode até lembrar dele como Tomas, mas recentemente o ator apareceu como Fidel Castro no história de Che (2008) Guevara dirigida por Steve Soderberg. Demián está no páreo deste ano pelo papel de Carlos Galindo, um humilde jardineiro de Los Angeles que tenta livrar seu filho do envolvimento com gangues e agentes da imigração (enquanto tenta dar-lhe o que o título promete). Ao explorar a temática dos imigrantes latinos nos Estados Unidos, Bichir tem momentos que garantiram o seu lugar entre os melhores do ano.
Gary Oldman (O Espião que Sabia Demais)
Fazia tempo que Gary Oldman merecia uma indicação ao Oscar (especialmente depois da esnobada criminosa por Drácula/1992). Presente em dezenas de filmes, o ator passou os últimos anos querendo se desfazer do rótulo de vilão favorito de Hollywood (como ficou conhecido em superproduções como O Profissional/1994, Amor a Queima Roupa/1993, Perdidos no Espaço/1998 e O Quinto Elemento/1997). Nos últimos anos dedicou-se a tipos mais simpáticos como o Tenente Gordon dos Batmans (2005;2008;2012) de Christopher Nolan, além de ser o padrinho de Harry Potter (desde 2004) - personagens que parecem um ensaio para a composição econômica de George Smiley, membro da elite do serviço secreto que investiga a suspeita de um espião infiltrado no seu grupo. Dizem que Oldman quase desistiu do papel por não ter encontrado os óculos considerados ideais para o papel. Sorte que os encontrou!
George Clooney (Os Descendentes)
O engraçado é que sempre que Clooney é indicado ao Oscar os críticos sempre dizem que é sua melhor atuação. Clooney já possui um Oscar de coadjuvante pelo agente de Syriana (2005) e já brigou pelo prêmio principal como o advogado Michael Clayton (2007) e como o consultor de demissões em massa de Amor sem Escalas (2010), mas, parece, que sua melhora atuação (é mesmo!) como o pai que corre sério risco de ficar viúvo (vivendo o desafio de cuidar das filhas enquanto a esposa está inconsciente no hospital). Clooney se rende às garras do diretor Alexander Payne numa atuação que equilibra drama e comédia. Ainda conta a favor do astro, o sucesso de seu último longa como diretor (Tudo pelo Poder/2011 que o indicou ao Oscar de roteiro adaptado). Clooney já faturou o Globo de Ouro de ator dramático e poderia permanecer como o favorito ao Oscar de ator se Jean Dujardin não houvesse recebido o prêmio do sindicato dos atores. Clooney é o único entre os concorrentes a já ter um Oscar.
Jean Dujardin (O Artista)
No ano que poderia ser de Brad Pitt no Oscar, o senhor Jolie viu entrar uma pedra muda e preto e branca no seu sapato: Jean Dujardin. Dujardin atua no cinema francês desde 2002 e seu filme mais famoso é OSS 117 (2006) onde vivia um agente secreto. O filme lhe rendeu indicações a alguns prêmios de seu país, mas apesar do sucesso com o público feminino a crítica o acusava de ser um canastrão - o que hoje beira o impossível! Em O Artista, Jean vive o astro do cinema mudo George Valentin que teme a chegada do cinema falado. Pela atuação que combina a pantomina do cinema mudo com as sutilezas de seu personagem ele pode levar o Oscar para a casa depois de levar o prêmio de ator em Cannes, o Globo de Ouro de ator de Comédia/Musical, o Prêmio do Sindicato dos Atores entre muitos outros prêmios. Se levar, vermos o nascimento de um astro!
O ESQUECIDO: Michael Fassbender (Shame)
Premiado em Veneza e indicado ao Globo de Ouro de ator dramático, Michael Fassbender foi a maior ausência entre os indicados deste ano. O motivo? Acho que tem relação com o discurso de George Clooney no Globo de Ouro que dizia que Fassbender não precisava de taco para jogar baseball... a boataria em torno de sua cena de nudez frontal acabou custando a indicação. Na pele de um viciado em sexo que tem sua rotina transformada com a visita da irmã (Carey Mulligan, outra esquecida), o ator prova porque é o ator mais festejado do ano passado. Esta não é a primeira vez que trabalha com o diretor Steve McQueen e é esquecido no Oscar - já que entrou no radar das premiações em 2008 no papel do prisioneiro em greve de fome em Hunger. Com cinco atuações bastante comentadas em 2011 (inclusive como Magneto em X-Men: Primeira Classe), o ator de Bastardos Inglórios (2009) deve fazer barulho nos próximos anos (com ou sem roupa).
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