Seth, Mark e Mila: piadas repetitivas.
O filme de estreia de Seth MacFarlane foi a grande surpresa de 2012! A bilheteria impressionou tanto os magnatas de Hollywood que o criador da série Família da Pesada (e seus infinitos desbobramentos) foi convidado a apresentar o Oscar 2013 no próximo dia 23. Apesar de eleger o poster de Ted como o mais cool do ano passado, eu já ando tão escaldado com comédias que esperei bastante para assistir ao filme na comodidade de meu humilde lar. Ao final da sessão eu só me perguntei o motivo de tanto estardalhaço. Sei que os fãs do filme vão dizer que ele toca em assuntos sérios como a dificuldade do homem contemporâneo amadurecer, como as amizades masculinas podem minar um relacionamento e blábláblá. Esses fatores realmente estão no filme, mas debaixo de inúmeras piadas feitas para quem acha graça em ver um ursinho de pelúcia sexualizado e que usa drogas. Elas são até engraçadas no inúcio, mas depois elas começam a cansar pela, lá pela metade eu já estava bastante entediado com um filme de inúmeras possibilidades surreais. O filme gira em torno de John, um garoto solitário que ganha dos pais um ursinho de pelúcia. John fica tão apegado ao urso que um dia seu desejo de que o urso possa falar e ser seu amigo a vida inteira é atendido. No universo de Ted, ambos ficam famosos, mas com o tempo as pessoas se acostumam com a ideia do urso falante e eles precisam levar uma vida comum - a ideia de astros decadentes deve ter motivado o roteiro sobre drogas, bebedeiras e prostitutas. A coisa começa a complicar quando a a namorada de John, Lori (Mila Kunis), não aguenta mais a influência do ursinho no seu relacionamento. Algumas confusões depois, ela pede para que o namorado decida ficar com o urso ou com ela (graças à cena mais exagerada do filme, e, por isso mesmo, a mais engraçada). Não fosse o amigo ser um urso, já teríamos visto cenas parecidas dezenas de vezes em comédias românticas - e outras nem tanto. Achei que as ideias de MacFarlane soam desequilibradas longe do formato curto dos desenhos animados, ele joga piadas sobre tudo (Embalos de Sábado à Noite, Flash Gordon, Taylor Lautner...), mas nem sempre acerta o alvo. Assim, não achei muita graça do conjunto. A necessidade de ter um desfecho gerou até a necessidade de um moleque vilão que tem um pai frustrado que rebola diante da TV (Giovanni Ribisi em mais um momento bizarro para sua coleção). Como não podia deixar de ser o final é previsível e deixa o sabor de que Ted não teria fôlego para ser um sucesso, não fosse pelo crescente número de quem acha graça em grosserias, consumo de drogas e escatologia. Obiviamente que um filme de MacFarlane não seria politicamente correto, mas precisava ser tão repetitivo? Talvez a sequência seja melhor.
Ted (EUA/2012) de Seth MacFarlane com Mark Wahlberg, Mila Kunis, Seth MacFarlane e Sam Jones. ☻☻
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