BRADLEY COOPER (O Lado Bom da Vida) conseguiu sua primeira indicação ao Oscar ao interpretar o bipolar Pat Solitano, um homem que tenta reconstruir a vida depois de sair do sanatório - isso depois de perder o emprego, a casa e o casamento. Pat encontra refúgio na casa dos pais até conhecer uma garota que irá colocar sua vida de cabeça para baixo, mas não espere um melodrama! Pelo papel nesta comédia romântica diferente assinada por David O. Russel, Cooper conseguiu calar os críticos que ainda o consideravam apenas um galã canastrão. Por atingir as notas mais cômicas e dramáticas com precisão, o ator pode até não ganhar o Oscar, mas deve mudar consideravelmente os rumos da carreira - que começou a chamar a atenção com Se Beber Não Case/2009.
DANIEL DAY LEWIS (Lincoln) já tem duas estatuetas de melhor ator na estante: a primeira é por Meu Pé Esquerdo (1989), a segunda é por Sangue Negro (2007) - entre as duas conseguiu ainda indicação por Em nome do Pai (1993) e Gangues de Nova York (2002). Sua ótima (e fantasmagórica) personificação do presidente Abrahan Lincoln durante a Guerra Civil americana em 1965 (e sua cruzada contra a escravidão) pode lhe incluir no seleto grupo dos que tem três carecas dourados na estante. O Oscar parece a conclusão inevitável para uma atuação que já recebeu o Globo de Ouro, o Prêmio do Sindicato e o BAFTA entre outros mimos. No entanto, o filme de Spielberg parece estar sofrendo do mesmo mal que Sangue Negro: é uma produção bem espetacular que parece ser ofuscada pela atuação de seu protagonista.
DENZEL WASHINGTON (Voo) não conseguia uma indicação ao Oscar desde que ganhou o prêmio por Dia de Treinamento (2001), mas particularmente acho que ele merecia mais pelas suas indicações anteriores ao prêmio de melhor ator (Huricane/1999 e Malcolm X/1992). Vale lembrar ainda que Denzel ainda tem um Oscar de coadjuvante por Tempo de Glória (1989) e outra indicação na categoria por Um Grito de Liberdade (1987). Pelo bem vindo retorno de Robert Zemeckis ao mundo dos filmes de carne e osso, Denzel conseguiu sua sexta indicação ao prêmio da Academia pelo papel de um piloto que consegue fazer um pouso de emergência, mas que em pouco tempo passa de herói A vilão devido aos seus problemas com o alcoolismo. Depois de mais de uma década em filmes descartáveis, Denzel volta em grande estilo.
HUGH JACKMAN (Les Miserables) persegue uma indicação ao Oscar há tempos! Pouca gente sabe, mas o australiano que ficou famoso em X-Men (2000) na pele de Wolverine ganhava a vida no teatro fazendo musicais antes de ser descoberto pelo cinema. No papel clássico de Jean Valjean da obra de Vitor Hugo, o ator come o pão que o diabo amassou e ainda sofre a perseguição de um obstinado policial. Ainda acho curioso que tenham feito um musical sobre as mazelas retratadas por Hugo numa França cheia de conflitos em pleno século XIX, mas tudo bem! Jackman já havia cobiçado indicações com Fonte da Vida (2006) e O Grande Truque (2006), mas a Academia sempre demonstrava resistência. Desta vez ele tem a seu favor o Globo de Ouro de melhor ator em comédia/musical - mas será o suficiente para derrotar o favoritismo de Daniel Day Lewis?
JOAQUIN PHOENIX (O Mestre) passou por um período problemático (que dizem ter sido puro marketing pessoal) em que vivia dizendo que abandonaria a carreira de ator. A maluquice acabou custando suas indicações a prêmios por Amantes (2008), mas agora parece que as coisas voltaram aos eixos. Por sua atuação como o marinheiro despedaçado que começa a seguir uma religião fundada por um cientista ele já foi premiado em Veneza e conseguiu sua terceira indicação ao Oscar. O irmão de River Phoenix foi revelado para o mundo como o adolescente confuso de Um Sonho sem Limites (1995) e se tornou um dos atores mais cobiçados de Hollywood como o imperador vilanesco de Gladiador (2000) - filme que lhe rendeu uma indicação ao prêmio de coadjuvante na festa da Academia. Seu prestígio só aumentou quando encarnou Johny Cash na cinebiografia Johny & June (2005) que lhe rendeu a primeira indicação ao Oscar de ator.
O ESQUECIDO: JOHN HAWKES (As Sessões) sabia que teria um páreo duro para conseguir sua indicação ao Oscar de ator, mas muitos imaginavam que sua atuação como o quase totalmente paralisado Mark O'Brien seria uma barbada. Não foi. Hawkes tem momentos brilhantes como o homem que está ciente de que seu tempo de vida é curto e decide perder a virgindade - por mais que isso pareça impossível. Dosando adequadamente drama e humor, o filme se tornou um sucesso, mas nos fins das contas conseguiu indicar somente Helen Hunt para o prêmio de coadjuvante! Hawkes, que já concorreu ao Oscar de coadjuvante como o tio estranho de Inverno da Alma (2010) merecia esse reconhecimento - mas outras chances virão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário