Tom, Reese e Pine: sabotagem entre amigos.
A cada novo filme chego à conclusão de que o Oscar não mudou a vida de Reese Witherspoon, e sim, o divórcio com Ryan Phillipe. O casal era um dos mais celebrados de Hollywood desde que se conheceram e engataram um namoro nas gravações de Segundas Intenções/1999 - aquela versão moderninha de Ligações Perigosas de Chordelos de Laclos. Durante o casamento os dois alcançaram seus maiores sucessos de bilheteria, ela mais do que ele - ao ponto de ganhar o Oscar de atriz por Johny e June, onde encarnava a senhora Johny Cash. O divórcio veio alguns anos depois e, em nome da auto-estima, Reese se consolidou como garota propaganda da Avon e seus papéis no cinema começaram a seguir a mesma linha: "a gostosa". Foi assim que ela aceitou domar elefantes em Água para elefantes/2011, enfeitar um triângulo amoroso entre Paul Rudd e Owen Wilson no pífio Como Você Sabe?/2010 e, recentemente, repetiu outro relacionamento a três, desta vez entre Chris Pine e Tom Hardy. Antigamente Reese passaria longe dessas produções. Antes tinha fama de encrenqueira e se rendia a filmes independentes como Eleição (1999) e Psicopata Americano (2000), depois perceberam que seu lado cômico agradava ao público com o seu maior sucesso, Legalmente Loira (2001) e os estúdios não a deixaram mais em paz. Pena que isso não quer dizer que ela recebeu bons papéis nos últimos anos - o que deve mudar quando estrear Mud nos EUA, um filme independente que já é cotado para o Oscar. Essa volta ao mundo indie deve ter alguma relação com seu último filme, o bobinho Guerra é Guerra. É fácil notar que o roteiro nem se preocupa a construir personagens, pensaram que bastava colocar dois amigos espiões disputando a mesma garota que acharam que a trama andaria por si mesma. Acrescente algumas explosões, piadinhas e chamá-lo de comédia romântica (o gênero mais castigado do cinema) e pronto! Tuck (Tom Hardy, o Bane do último filme de Batman) é um agente da CIA romântico e divorciado que conhece Lauren (Reese) pela internet. Antes que ele apresente sua amada ao amigo FDR (Pine), ele terá a surpresa de descobrir que o amigo também está apaixonado por ela. Os dois se tornam rivais e - a parte mais original da trama - utilizam todo o aparato de espiões para sabotar um ao outro. Enquanto os amigos percebem que a amizade está por um fio, Lauren entra no velho dilema de quem é o cara ideal para ela, para isso toda sua figura de mulher moderna vai para o ralo com seus dilemas românticos e um pouco antiquados para alguém que busca emoção com homens sujos e suados. O filme poderia ser uma grande diversão se o diretor McG não repetisse o que já fazia em As Panteras/2000: tornar as cenas de aventura em sequências vazias e cansativas (algumas com o auxílio do vilão russo vivido pelo alemão Til Schweiger). Eu não achei graça do humor infantil, não me empolguei com os dilemas românticos dos personagens e o final chega a ser revoltante. Sei que há quem goste, mesmo sabendo que o filme resistirá menos de uma semana na memória. Algumas pessoas vão reclamar que nesse post eu falei pouco do filme, mas não existe muito o que falar sobre ele. Se existe algum mérito na produção deve-se aos atores que fazem das tripas coração para ganhar a simpatia do público - só para ressaltar, eu disse atores, não personagens.
Guerra é Guerra (This Means War/EUA-2012) de McG com Tom Hardy, Reese Witherspoon, Chris Pine, Chelsea Handler, Angela Basset e Rosemary Harris. ☻☻
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