quarta-feira, 19 de junho de 2013

LADIES & GENTLEMEN: Sam Rockwell

O californiano Sam Rockwell nasceu no dia 5 de novembro de 1968 e aos dois anos mudou-se com a família para Nova York. Seus pais também eram atores e aos cinco anos o  menino teve que atravessar o divórcio do casal. Ele acabou indo morar com o pai em São Francisco e passando os verões com a mãe em Manhattan. Sua estreia como ator aconteceu ao lado da mãe quando tinha apenas dez anos. Quem conheceu o ator durante a adolescência garante que os tipos inconsequentes que costuma viver nas telas são inspirados nele mesmo, já que ele vivia chapado e correndo atrás das garotas em festas. Sua estreia no cinema aconteceu numa produção de Francis Ford Coppola de 1989, o obscuro Palhaço Assassino (Clownhouse), onde interpretava um dos três fugitivos de um manicômio que, disfarçados de palhaços, aterrorizam três crianças. A produção marcou a despedida de Rockwell de São Francisco. Decidido a tornar-se ator, mudou-se para Nova York e foi aprimorar o seu talento. Lentamente ele conseguiu participações em produções para a TV e pequenas aparições em filmes conhecidos como Noites Violentas no Brooklyn (1989), As Tartarugas Ninja (1990) e O Dono da Noite (1992). Com mais de uma dezena de títulos desconhecidos no currículo, as coisas pareciam começar a mudar quando o ator foi convidado por Woody Allen para participar de Celebridades (1998). Apesar de sua eficiência em cena, a carreira ainda não decolou. O ponto de mudança foi mesmo em 1999. Naquele ano, o ator participou do shakesperiano Sonhos de Uma Noite de Verão, fez uma participação no divertido Heróis Fora de Órbita e chamou a atenção do público como o prisioneiro mais desagradável de À Espera de Um Milagre (1999). Sua personificação como o vilão Wild Bill caiu no gosto da crítica - era como se o ator percebesse que a personificação de um sujeito tão deplorável fosse a grande chance de sua carreira. Apesar de todos os olhos estarem voltados para o gigante Michael Clarke Duncan (que foi indicado ao Oscar de coadjuvante), Rockwell recebeu uma cota generosa de elogios e não parou mais de ganhar papéis de destaque. No ano seguinte foi o vilão bobo de As Panteras (2000) e no ano seguinte participou de cinco produções - a de maior prestígio foi O Assalto  (2001) de David Mamet, onde atuou ao lado de Gene Hackman e Morgan Freeman. Sua chance como protagonista só veio em 2002, quando George Clooney o escalou para sua estreia na direção. Confissões de Uma Mente Perigosa contava com mais uma atuação inspirada de Rockwell. O roteiro de Charlie Kauffman retratava os delírios da biografia de  Chuck Barris que dizia ter trabalhado como agente da CIA (e vivido histórias tão mirabolantes que nem a CIA admite suas sandices). Rockwell ganhou o prêmio de ator no Festival de Berlim pelo papel e vivia ali a criação de um tipo que lhe persegue até hoje: o "doidinho". Mas sua versatilidade ainda lhe rendeu papéis como o amigo traidor em Os Vigaristas (2003) de Ridley Scott e uma participação especial no descolado O Guia do Mochileiro das Galáxias (2005). Talvez pelo tom cômico que tempera suas atuações, o ator surpreenda mesmo em personagens sérios como o de Charley Ford em O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007) e Frost/Nixon (2008). Apesar de curtir muito sua atuação como o viciado em sexo de No Sufoco (2008), minha atuação favorita de Rockwell está na estreia de Duncan Jones no cinema. Lunar (2008) é uma pérola pouco famosa da ficção científica recente de Hollywood, mas traz um trabalho memorável do ator como um astronauta que entra em crise de identidade sozinho na Lua. Solitário em cena, Rockwell tem uma performance memorável submerso nos conflitos do personagem - mas o grande público deve lembrar mesmo é dele como o o rival de Tony Stark em Homem de Ferro 2, lançado no mesmo ano. Ainda sem indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, imaginaram que sua atuação em A Condenação lhe rendesse alguma coisa. Engano. Restou fazer menos do que devia em filmes como Cowboys & Aliens (2011) e O Babá(ca)  (2011). Sorte que de vez em quando aparecem roteiros como de Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2012) para lhe render prêmios no cinema independente e associações de críticos. Com cinco filmes agendados para estrear em 2013 - entre eles o elogiado no Festival de Berlim, A Single Shot e o novo longa de Clark Gregg, Trust Me. Você ainda vai esbarrar com ele em alguma telona neste ano.

Com o diretor Clooney (esq.) em  Confissões de Uma Mente Perigosa: melhor ator em Berlim. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário