segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Pódio: Andréa Beltrão

A história da carioca Andréa Beltrão com o cinema nacional é antiga. Nos anos 1980, antes de ficar conhecida nacionalmente como Zelda Scott na série Armação Ilimitada (1986), ela já tinha havia aparecido em Bete Balanço (1984), Garota Dourada (1984), O Rei do Rio (1984) e mais tarde com As Sete Vampiras (1986) e Rock Estrela (1986). Então o cinema em nosso país entrou em crise e os títulos ficaram escassos (esteve em O Escorpião Escarlate/1990 e Vai Trabalhar Vagabundo II /1991 . No período da retomada ela estava à frente do sucesso Pequeno Dicionário Amoroso/1997 que quase apareceu aqui na lista (assim como a versão para a telona de Som & Fúria/2009) se Andrea não houvesse colecionado tantos títulos cinematográficos com atuações inesquecíveis em seu currículo. A seguir as três atuações mais marcantes na telona em minha humilde opinião:

Bronze: A irmã esotérica. 
3º A Partilha (2001)
Muita gente torceu o nariz para esta versão da peça de Miguel Fallabella dirigida por Daniel Filho, acusaram de ser muito novela da Globo e tal. Ok. Tem partes que fazem parecer realmente um especial da emissora que está prestes a virar um seriado, mas com um elenco estelar defendendo um roteiro delicioso sobre quatro irmãs que discutem a partilha dos bens da família fica difícil não gostar. Andréa interpreta Regina, a irmã liberada, esotérica e que não costuma se reprimir, mas por debaixo de tanto alto astral ela também guarda seus problemas e Andréa da conta direitinho destas camadas da personagem. 

Prata: A atriz verídica
É até estranho colocar como melhor interpretação o trabalho realizado em um documentário, mas quem assiste esta obra-prima de Eduardo Coutinho entende exatamente o motivo. A ideia é colocar atrizes e pessoas comuns contando suas histórias de vida, no meio do caminho vemos artistas conhecidas repetindo aquelas histórias e entendemos um pouco mais do processo criativo de interpretar. No caso de Andréa, torna-se comovente como ela se emociona aos prantos ao contar a história de uma mulher que não  se chora diante da câmera ao contar seus dramas. Andréa expõe as vísceras do seu trabalho com uma coragem impressionante. 

Ouro: Hebe Camargo
Também é preciso muita coragem para viver uma das personagens mais famosas da história da nossa televisão e, mais ainda se você não se parecem em nada com ela. Andréa recebeu o desafio do esposo (o diretor Maurício Farias) de encarnar a apresentadora Hebe Camargo e sua atuação foi a única unanimidade do filme. Andréa capta a essência da famosa personalidade seja entre a vida particular ou artística, Andréa transita com desenvoltura por estas esferas e concorre ao Grande Prêmio Cinema Brasil deste ano como melhor atriz (os outros dois citados aqui também lhe renderam indicações. Esta é sua décima indicação e a quinta como Melhor Atriz). Será que ela leva desta vez?

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