terça-feira, 22 de setembro de 2020

10+: The Outsiders

Apontado como um clássico juvenil dos anos 1980, Vidas Sem Rumo (The Outsiders) se tornou cult por reunir vários rostos que se tornariam famosos sob a assinatura do premiado Francis Ford Coppola. Lançado em 1983 assistir ao filme hoje se torna mais emocionante se pensarmos na trajetória dos nomes em seus créditos nas décadas que se seguiram. Este 10+ é para lembrar deste grupo de artistas (em ordem alfabética) e suas carreiras nestes quase quarenta anos que se passaram: 

Ponyboy (C.Thomas Howell)
Chega a ser irônico que o maior destaque do filme seja o que anda mais esquecido por Hollywood. Christopher Thomas estreou no cinema com E.T (1982) aos dezesseis anos, idade em que estava filmando Vidas Sem Rumo. O ator teve seu período de maior popularidade nos anos 1980 em filmes como Admiradora Secreta (1985) e A Morte Pede Carona (1986). A carreira enfrentou problemas logo depois com o polêmico Uma Escola Muito Louca (1986) em que interpretava um rapaz branco que fingia ser negro para entrar na faculdade. Sem destaques no cinema desde então, o ator tem trabalhado em filmes de baixo orçamento e séries de televisão há algum tempo.  
 
Cherry (Diane Lane)
A bela Diane Lane é lembrada ainda hoje como a musa de Francis Ford Coppola, ela trabalhou com ele posteriormente em filmes como O Selvagem da Motocicleta (1983), Cotton Club (1984) e Jack (1996). Depois de vários trabalhos no cinema, Diane foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em Infidelidade (2002) e desde então consegue papéis de destaque no cinema em produções importantes como Trumbo (2015) e Homem de Aço (2013), sendo a mãe da versão mais recente do herói no cinema. Ao longo da carreira a atriz concorreu três vezes ao Globo de Ouro e duas ao EMMY.
 
Two-Bit (Emilio Estevez)
Cada vez mais a cara do pai (o ator Martin Sheen), Emilio Estevez se tornou um rosto bastante conhecido nos anos 1980 por seus trabalhos nos filmes Clube dos Cinco (1985), Repo Man (1984), Tocaia (1987) e Jovens Demais para Morrer (1988). Em 1986 ele começou a trabalhar também como diretor e o mais elogiado deles foi o caleidoscópico Bobby (que concorreu ao Globo de Ouro de melhor filme dramático em 2007 ao recriar o dia da morte do senador Robert Kennedy). Pelo filme, Emilio também foi indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza e se firmou como diretor, produtor e roteirista de filmes indies, como O Público (2017) seu oitavo e último longa na direção. 

O Diretor (Francis Ford Coppola)
Trabalhando cada vez mais como produtor Coppola estava no auge quando dirigiu a versão do livro de S.E. Hinton para o cinema. Estava tão produtivo na época que rodou O Selvagem da Motocicleta (1983) no mesmo ano. Coppola já tinha os prêmios de roteiro por Patton (1970) e O Poderoso Chefão (1973), além dos de produção, direção e roteiro por Poderoso Chefão II (1975). Além disso todos os problemas de Apocalypse Now que lhe renderam outras três indicações da Academia (num total de 12 que já se tornaram 14 ao longo da carreira). Desde O Homem que Fazia Chover (1997) seus filmes não chamam muita atenção de público ou crítica e ele não esquenta muito a cabeça com isso. Já virou lenda. 

Dallas (Matt Dillon)
Matthew Raymond Dillon nunca deu muita ideia para o rótulo de galã. Atuando desde 1979 e conhecido já em seu segundo filme, Queridinhas (1980), o filme de Coppola serviu para que ele se tornasse ainda mais famoso. Ajudou muito que a parceria com o diretor continuou em O Selvagem da Motocicleta em seguida. Famoso por viver tipos rebeldes, Dillon se firmou como um ator bastante seletivo que não liga para a fama. Fez filmes  de sucesso como Drugstore Cowboy (1989), Será que Ele é? (1997) e Quem Vai Ficar Com Mary (1998), foi indicado ao Oscar de coadjuvante por Crash (2004) e surpreendeu como o psicopata de A Casa que Jack Construiu (2018). Seu prestígio aos 56 anos lhe garantiu lugar entre o júri do Festival de Veneza 2020. 

Darrell (Patrick Swayze)
Swayze era mais conhecido na TV do que no cinema quando foi escalado para viver irmão mais velho da família Curtis, mas o sucesso veio mesmo com Dirty Dancing (1987) que usou seus dotes de dançarino e até lhe rendeu sucesso como cantor (como esquecer do hit She's Like the Wind?) e Swayze foi indicado pela primeira vez ao Globo de Ouro de ator. A segunda indicação foi por Ghost/1990 e quem se acostumou a vê-lo nos filmes de ação (como Caçadores de Emoção/1991) levou um susto ao revê-lo como a drag-queen de Para Wong Foo, Obrigado por Tudo Julie Newmar  (1995), seu último grande sucesso e que rendeu a terceira indicação ao Globo de Ouro. Patrick faleceu em 2009, aos 57 anos em decorrência de um câncer pancreático

Johnny (Ralph Macchio)
The Outsiders é o terceiro trabalho de Ralph como ator e Coppola soube muito bem como utilizar sua imagem frágil de olhos expressivos. O ator ficou mundialmente conhecido em seu trabalho seguinte, o Daniel Larusso de Karatê Kid (1984) e embora tenha feito outros filmes, era nos golpes de karatê da franquia que o jovem de origem italiana se garantia. Embora tenha feito o oscarizado Meu Primo Vinny (1992) e o alternativo Nu em Nova York (1993), nada repetiu o sucesso de Larusso. Recentemente, Ralph voltou aos holofotes em 2018 com a série Cobra Kai que revisita os personagens de Karatê Kid.

Sodapop (Rob Lowe)
Robert Hepler Lowe já foi considerado um dos rostos mais bonitos do planeta e ficou conhecido como um dos atores mais influentes dos anos 1980. Vidas sem Rumo foi seu primeiro trabalho no cinema e lhe rendeu vários projetos, embora seu filme mais conhecido ainda seja O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (1985). Sem sucessos nas telonas, a televisão voltou a ser um lugar seguro para ele, lhe garantindo seis indicações ao Globo de Ouro ao longo de sua carreira, seja no drama Thursday's Child (1983) e a comédia Behind the Candelabra (2013)  em que está hilariante como um cirurgião plástico. Seu último trabalho tem sido na série Parks & Recreation.   

A menina (Sofia Coppola)
Sim! Sofia Coppola participa do filme do papai e se você piscar é capaz de perder sua rápida aparição. Francis Ford costumava colocar a filha em vários de seus filmes. Ela aparece em Vidas sem Rumo, O Selvagem da Motocicleta, Cotton Club, Peggy Sue em todos os filmes da trilogia O Poderoso Chefão. Falando nisso, foi o massacre da crítica em seu papel de destaque no terceiro filme da trilogia que colocou a carreira da moça sob nossa perspectiva. Sofia acabou morando no Japão, trabalhou com moda e somente em 1999 deixou claro que preferia ficar atrás das câmeras. Ela se tornou a primeira cineasta americana a ser indicada ao Oscar de direção (por Encontros e Desencontros/2003 que lhe rendeu o Oscar de Roteiro Original) e já dirigiu seis filmes de estilo inconfundível.  

Steve (Tom Cruise)
Tom Cruise  é um dos rostos mais famosos do cinema e consolidou sua fama já nos anos 1980. No mesmo ano de Vidas sem Rumo, ele foi indicado ao Globo de Ouro de ator de comédia por Negócio Arriscado (1983). Não precisa dizer que depois de Top Gun (1986) o ator colecionou sucessos, sendo com Nascido em 4 de Julho (1989) que o Oscar reconheceu seu trabalho pela primeira vez. Tom voltaria a ser indicado novamente por Jerry Maguire (1996) e Magnólia (1999). Por um tempo se dizia que Tom tinha uma lista de grandes diretores que gostaria de trabalhar (Coppola, Scorsese, Spielberg, DePalma, Kubrick...), mas a idade não impediu que Tom deixasse as premiações de lado e investisse cada vez mais em filmes de ação e franquias milionárias.  

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