Perseu: semideus em outra missão.
Parece que a moda em Hollywood é matar os deuses do Olimpo. Se a ideia já aparecia explícita em Imortais (2011) ela se repete nesta continuação do remake de Fúria de Titãs (2010). Eu não gostei da refilmagem [sic] dirigida por Louis Leterrier e, pelo visto, nem a Warner que escalou Jonathan Liebesman (de A Invasão do Mundo/2011) para cometer essa sequência. Se o primeiro pecava pela fantasia em excesso, este aqui opta por um tom mais realista, mas que tropeça quando precisa mostrar cenas de ação. Não sei se foi para poupar na qualidade dos efeitos especiais ou se foi na pressa que alguns monstros foram mal produzidos. O minotauro, por exemplo, fica mais subentendido do que explorado numa das sequências que poderiam ser uma das melhores do filme. A trama se passa dez anos depois do primeiro filme, onde depois de derrotar Kraken (chega a doer quando digo isso), Perseu (Sam Worthington - que já desistiu de ser astro) vive como pescador cuidando do seu filho Hélio. Assim como já aparecia no primeiro longa, a descrença da humanidade enfraqueceu os deuses - e as coisas devem piorar consideravelmente quando o deus da morte, Hades (Ralph Fiennes) e o deus da guerra, Ares (Édgar Ramirez) resolverem capturar Zeus (Liam Neeson) para que o titã Cronos possa se fortalecer com seus poderes e alastrar o inferno pelo mundo. Resta a Zeus contar com a coragem de seu filho semideus Perseu para que salvá-lo. Assim como no anterior Perseu irá formar um grupo para ajudar seu pai, só que desta vez ao invés de nomes conhecidos da nação cinéfila como Nicholas Hoult, Madds Mikelsen e Gemma Aterton o rapaz terá que se contentar com a companhia de um descabelado Toby Kebell (quem?) que interpreta o filho semideus de Poseidon (Danny Huston, quase irreconhecível) e a (sempre competente e subestimada) Rosamund Pike. Apesar de ter considerado a trama mais coesa do que o anterior (ainda que o roteiro continue fraco), fica evidente a economia que a produção faz ao abordar as divindades gregas, que mais uma vez são subaproveitadas na franquia. Os deuses do Olimpo era uma das coisas mais interessantes do clássico filme de Ray Harryhausen, mas que essa nova roupagem prefere deixar em terceiro plano, se contentando em distorcer a relação entre os irmãos Hades e Zeus. A coisa até parece que vai melhorar quando os mocinhos visitam Hefesto (Bill Nighy) e ele chega a citar sua esposa Afrodite, mas fica por aí. O negócio é criar cenas de ação, mesmo que desperdice boas ideias da mitologia. Vale ressaltar que a fúria dos fãs do filme original rendeu uma participação mais respeitosa à coruja de Atena que foi ridicularizada no filme anterior. Apesar de ainda não acertar o tom, Fúria de Titãs promete render uma outra sequência, tomare que da próxima vez eles. Espero que o próximo saiba pelo menos desenvolver os personagens, Agenor e Andrômeda devem agradecer se o roteiro lhes der um pouco mais de atenção, assim como o pequeno Hélio que tem algumas cenas em que aparece só para atrapalhar.
Fúria de Titãs 2 (Wrath of Titans/EUA-2012) de Jonathan Liebesman com Sam Worthington, Rosamund Pike, Liam Neeson, Ralph Fiennes e Toby Kebell. ☻☻
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