terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

HIGH FI✌E: Fevereiro

Cinco filmes assistidos no mês de fevereiro que merecem destaque:

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N@ CAPA: Lançamentos 2017

O ano promete!

Na capa que decorou o blog nos meses de janeiro e fevereiro o destaque foi para alguns dos filmes que serão lançados no ano cinematográfico que se inicia depois de todas as especulações sobre o Oscar. Vale a pena ficar atento aos lançamentos a seguir (seguindo sempre da esquerda para a direita):


Em Thelma o diretor Joachim Trier vê sua protagonista ter super poderes quando se apaixona Landline conta a história de uma adolescente que descobre que o pai é infiel, no elenco John Turturro, Jenny Slate e Edie Falco Luc Besson cria outra fantasia de ficção científica em Valerian e a Cidade dos Mil Planetas com Dane DeHaan e Rihanna Mulher-Maravilha promete ser o filme definitivo para o universo DC nos cinemas - antes da estreia de Liga da Justiça em novembro Planeta dos Macacos 3: A Guerra retoma a saga de César e seu grupo ☻ Debra Winger e Tracy Letts redescobrem o desejo no casamento em The Lovers Get Out mostra o encontro de um afro-americano com os pais de sua namorada brancaCharlize Theron protagoniza Atomic Blond, suspense baseado na HQ de Antony Johnston Wim Wenders dirige Alicia Vikander e James McAvoy em Submergence sobre um homem mantido em cativeiro por combatentes jihadistas.


Coco é o novo filme da Pixar sobre um menino de 12 anos que irá promover uma reunião de família Kong: Skull Island retoma a mitologia de King Kong com Brie Larson e Tom Hiddleston O que acontece quando um grupo de astronautas descobre vida em Marte? Veja a resposta em Life, filme estrelado por Jake Gyllenhaal e Ryan Reynolds Elisabeth Moss vive na cidade concebida pelo sueco Ruben Östlund em The Square David Oyelowo está em outra ficção científica sobre astronautas: God Particle Eva Green estrela o novo filme de Roman Polanski: Based on a True Story sobre uma muher obsessiva Tilda Swinton está em Okja produção original da Netflix que deve dar o que falar Ryan Gosling caça andróides em Blade Runner2049 de Denis Villeneuve Emma Watson se envolve com um homem misterioso em The Circle 


Guardiões da Galáxia 2 contará um pouco mais da origem de Peter Quill (Chris Pratt) ☻ Ruth Wilson volta para sua cidade natal após 15 anos em Dark River Michael Fassbender é um detetive no novo filme de Thomas Alfredson: The Snowman O galã Louis Garrel muda o visual em Redoutable Fatih Akin faz Diane Kruger sofrer em In The Fade Idris Elba está na fábula apocalíptica The Dark Tower O novo filme do Homem Morcego é Lego Batman, sucesso que já está em cartaz no BrasilJames McAvoy tem múltiplas personalidades em Split Woody Harrelson é o neurótico protagonista da esperada comédia Wilson


Mute do diretor Duncan Jones conta a história de um bartender mudo que enfrenta gangsters para descobrir o que houve com um amigo Colin Firth deseja viajar ao redor do mundo sozinho em The Mercy Homem Aranha: De Volta para a Casa é o primeiro filme do aracnídeo com o selo Marvel Hugh Jackman se despede de Wolverine em grande estilo no violento Logan Mark Renton (Ewan McGregor) e Sick Boy (Johnny Lee Miller) estão de volta em Transpotting2 Jacob Tremblay é o filho de Naomi Watts e Lee Pace em The Book of Henry Jeremy Renner  está em Mind River como um agente do FBI que investiga um assassinato numa reserva indígena Song To Song é mais um filme com aquele estilo próprio de Terrence Mallick e elenco estelar Um adolescente busca a tia desaparecida em Lean on Pete


Gugu Mbatha Raw está no drama Irrepleaceable you John Cameron Mitchell está de volta com How To Talk to girls at Parties com Elle Fanning e Nicole Kidman Elle Fanning também está  na biografia Mary Shelley ao lado de Douglas Booth Brie Larson lida com uma família disfuncional em The Glass Castle  Uma mulher reage de forma diferente ao pedido de casamento em Permission  Em Stronger o casal formado por Jake Gyllenhall e Tatiana Maslany vivem um romance dramático O Deus do Trovão está de volta em Thor: Ragnarok, dirigido por Taika Waititi Paddy Considine volta à direção vivendo a crise do boxeador Matty Burton em Journeyman Michelle Pfeiffer e Kieffer Sutherland enfrentam problemas no drama Where is Kyra? 


Alicia Vikander e Eva Green são duas irmãs em conflito que viajam rumo ao desconhecido em Euphoria  Na trama de Baby Driver é a vez de Ansel Elgort se vê em apuros ao ter que dirigir para um criminoso Gary Oldman está irreconhecível na pele de Winston Churchill em The Darkest Hour (sentiu cheiro de Oscar?) Catherine Waterston será a heroína de Alien: Covenant Elogiadíssimo em Sundance, Call Me by Your Name traz Armie Hammer vivendo um polêmico romance com um adolescente  Julianne Moore volta a trabalhar com Todd Haynes em Wonderstruck Dunkirk coloca Tom Hardy na guerra segundo Christopher Nolan   Willem Dafoe vive tempos difíceis nas férias de verão de The Florida Project

10+ Fantasias segundo Tilda Swinton

Tilda Swinton

A irlandesa é tão única que em vários momentos ela já parece um personagem! Dona de um visual andrógino (e de uma elegância bastante particular), ela inspira vários autores que lhe oferecem papéis dos mais variados. Tilda já participou de mais de 70 produções, ganhou um Oscar (por Conduta de Risco/2007) e está na lista de favoritas de diretores como os irmãos Coen, Wes Anderson e Joon-Ho Bong. Essa lista é para lembrar as caracterizações desta grande atriz: 

#10 O marido de David Bowie

#09 A Madonna
(O Jardim/1990)

#08 A Psiquiatra Esquisita
(O Teorema Zero/2013)

#07 A Vampira Zen

#06 A Mestre Anciã

#05 A Heroína de Época
(Orlando, A Mulher Imortal/1992)

#04 O Anjo Gabriel
(Constantine/2005)

#03 A Octogenária

#02 A Ministra Sinistra

#01 A Fashionista

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

PL►Y: Sob a Sombra

Narges: o sexismo como fantasma assustador. 

Você já deve ter perdido a conta de quantos filmes sobre casas mal assombradas você já viu, mas este aqui levou para a casa o BAFTA de melhor filme de estreia ao misturar filme de horror com a opressão às mulheres no Irã. Dirigido por Babak Anvari o filme começa com Shideh (Narges Rachidi) sendo expulsa da universidade de medicina por motivos que nunca ficam muito claros, mas acredita-se que tem relação com seu envolvimento em política. Diante do ocorrido ela terá que voltar para a casa e se dedicar somente ao esposo Iraj (Bobby Naderi) e à filha, Dorsa (Avin Manshadi) enquanto cresce a tensão diante da guerra iminente (o filme é ambientado nos anos 1980, após a revolução ocorrida no país). Se já existe uma tensão perceptível entre o casal, ela piora muito quando Iraj, que é médico, parte para trabalhar em outra localidade. Antes de partir ele pede para que a esposa vá com a filha para um lugar mais seguro, já que tudo indica que Teerã será alvo de bombardeios. Shideh prefere ficar no apartamento onde vivem. O fato é que começa a acontecer coisas estanhas na casa, principalmente em torno de Dorsa que sempre retrata haver pessoas diferentes na casa. A menina acredita que existem criaturas visitando o prédio, mas a mãe pensa que tudo não passa de criação de uma menina assustada com tudo o que está acontecendo na cidade. O interessante no filme é como o diretor Anvari cria um drama sobre opressão no Irã e mescla com criaturas ancestrais que Shideh não acredita na existência. O efeito é que o horror existe nos dois casos, mas aqui se complementam como elementos de uma única cultura. Não é por acaso que as tais criaturas, que nunca podem ser vistas, perseguem pessoas das quais elas sempre roubam algo muito valioso (no caso de Dorsa, a boneca e de Shideh seu vídeo clandestino de ginástica da Jane Fonda e, posteriormente, seu livro de medicina). Importante perceber aqui a simbologia desses objetos, a boneca que simboliza certa ingenuidade, assim como o futuro que espera Dorsa numa sociedade onde a mulher tem pouco espaço ou voz (e que reflete um pouco o que o futuro reserva para a própria Shideh diante das limitações que enfrenta em sua própria vida - e a deixa tão inquieta perante a filha), assim como o vídeo de ginástica - Fonda sempre foi um símbolo de força e politização e assim como a musculatura, as ideias de Shideh apresenta uma discípula de sua força feminina e essa ideia se reforça quando some o livro de medicina. Sob A Sombra pode até ser confundido com um filme de terror tradicional, tropeça um pouco em alguns sustos, mas tem ideias suficientes para nos deixar assombrados - e não apenas com os fantasmas. O filme também concorreu ao BAFTA de melhor filme britânico do ano (ainda que seja falado em persa) e está disponível no Netflix. Embora não seja tão radical quanto o cult Garota Sombria Caminha à Noite (2014), outro terror com personagens iranianos, o filme também tem seus méritos ao utilizar a linguagem fantasiosa do horror para falar de assuntos bem reais. 

Sob a Sombra (Under The Shadow/Reino Unido - 2016) de Babak Anvari com Narges Rachidi, Bobby Naderi e Avin Manshadi. ☻☻☻

PREMIADOS OSCAR 2017

Ali, Emma, Viola e Casey: atores confirmam o favoritismo antes da gafe surpresa final. 

O que foi o Oscar de ontem, meus amigos? Achei a apresentação de Jimmy Kimmel um tanto arrastada com suas piadinhas sobre Trump (e o monólogo inicial não empolgou) e doces caindo para quem estava na plateia. No entanto, valeu por ver os atores falando sobre seus filmes favoritos (eu confesso que fiquei profundamente emocionado ao ver Shirley MacLaine - que mais tarde testemunhou o irmão cometer a maior gafe da noite... ou melhor, da história!). Enfim, houve poucas surpresas, mas a que reservaram para o final só não foi mais celebrada pelo estado de choque da plateia. Segue abaixo os premiados da noite (com ☻ tradicionalmente marcando meus acertos) e alguns comentários sobre a maior premiação do cinema norte-americano):

Filme: Moonlight
Pois é, errei, mas até  a produção errou quando colocou o cartão que não devida nas mãos de Warren Beatty e Faye Dunaway! O que foi aquela duplicata do envelope de Melhor Atriz que os deixou sem saber o que fazer (ou pensaram que La La Land era o ganhador mesmo e não faria a mínima diferença que o nome de Emma Stone estivesse diante dos seus olhos). Ou seja, o menino de Moonlight penou até para levar o Oscar de Melhor Filme - o que foi a maior confusão da história do Oscar! No entanto, passado o susto foi emocionante ver a celebração do filme de Barry Jenkins. 

Diretor: Damien Chazelle - La La Land 
 Alguém tinha dúvidas de que Chazelle levaria essa aos 32 aninhos? O rapaz promete fazer uma carreira brilhante nos próximos anos, só espero que não fique sempre preso ao universo musical. No entanto, com o anúncio de Moonlight era visível a sensação de dividir os prêmios principais para não ficar feio para ninguém. Para quem achava que o filme bateria recordes de estatuetas ele foi o mais premiado da noite - com cinco dignas estatuetas.  

Cinéfilos do mundo inteiro desejavam que estivesse o nome de Isabelle Huppert naquele envelope, mas faz um tempinho que Emma é querida em Hollywood e fez questão de criar uma carreira séria bastante disciplinada nos últimos anos (sem falar no seu jeito de "gente como a gente"). Com prêmios em Veneza, Globo de Ouro, BAFTA, SAG a menina deu um upgrade e tanto no currículo (e o páreo estava duro este ano).

Ele não é muito querido e pensei que Denzel levaria essa para casa (e pela cara de desapontado, Denzel também achava que seria o premiado da noite). O irmão de Ben recebeu um papel que era para ser de Matt Damon, mas o fez totalmente dele. Polêmicas policiais à parte, foi merecido por fazer muito com tão pouco diante da câmera. O caso do ator certo no papel exato. 

Ator Coadjuvante: Mahershala Ali - Moonlight 
Era a única certeza de prêmio para o filme de Barry Jenkins. Mahershala teve um ano agitado e chamou atenção em vários papéis, mas nada que se compare ao seu papel de mentor emocional do protagonista. Sua atuação emerge quase como um herói, não fosse a necessidade do filme mostrar que a vida está longe de ser um conto de fadas. Sua presença magnética perpassa todo o filme como se fosse um espectro. 

Atriz Coadjuvante: Viola Davis - Um Limite Entre Nós 
O que dizer de Viola Davis? Que este é apenas o primeiro Oscar de uma das atrizes americanas mais brilhantes em atividade! A cena em que sua personagem contida explode diante da câmera é inesquecível e merece todos os prêmios!Viola já era a atriz negra recordista de indicações ao Oscar (três), só faltava ter seu talento (mais que reconhecido) coroado pela Academia. Diva, absoluta e suprema!

Roteiro Original: Kenneth Lonergan - Manchester à Beira-Mar 
Diante do duelo que se anunciava entre La La Land e Moonlight era óbvio que era um prêmio mais do que certo para o filme de Lonergan, afinal, o diretor/roteirista tem na dramaturgia um dos seus maiores méritos. Kenneth ainda vai aparecer outras vezes no Oscar - e com esse prêmio espero que filme mais vezes nos próximos anos. 

Roteiro Adaptado: Moonlight 
Merecidíssimo! A forma como o diretor utiliza um texto teatral para fazer cinema é magnífica. Não há resquício de teatro filmado e ainda assim a dramatúrgica do texto está toda ali, em cada conflito, cada emoção contida, cada desejo de redenção pelos sentimentos mais nobres que o protagonista busca incansavelmente.

Animação: Zootopia 
Eu amo o filme da Disney, especialmente pela sua capacidade de falar para crianças e adultos uma dura realidade que vemos cada vez mais: a alimentação do medo pela mídia, o preconceito e a necessidade de que a verdade apareça em tempos de pós-verdade.

Documentário em Curta-Metragem: Os Capacetes Brancos 
Disponível há tempos no Netflix o filme merece atenção pela história humanista sobre os conflitos na Síria. Difícil ficar indiferente.

Documentário: O.J. Simpson - Made in America
É incrível que o filme da ESPN com mais de sete horas de duração tenha derrotado favoritos como Eu Não Sou o Seu Negro e 13ª Emenda, mas o Oscar serviu para comprovar que não é apenas de boa dramaturgia que se faz TV, mas de bom jornalismo também!

Filme Estrangeiro: O Apartamento (Irã)
Era o meu favorito (sou fã de Farhadi desde que assisti A Separação/2011) mas achei que todo o drama do longa seria derrotado pela simpatia do filme alemão (Toni Erdman), felizmente eu estava errado. Só pela leitura da carta agradecimento de Farhadi o filme já merecia destaque na noite com milhões de espectadores. 

Curta-Metragem de ficção: Sing 
Duas meninas que defendem que os desafinados também podem cantar no coral. Fofinho. 

Curta de Animação: Piper 
Curta de animação da Disney com passarinhos fofinhos. 

Canção Original: "City of Stars" -  La La Land 
Alguém duvidava que o filme ganharia essa? Só preferia que Ryan Gosling houvesse cantado a música na apresentação - assim como Emma Stone deveria ter cantado Audition e mostrado que a graça de La La Land vem da humanidade de seus personagens (e não de seus dotes vocais).

Fotografia: La La Land 
Merecido pelo trabalho com luzes e cores.

Figurino: Animais Fantásticos e onde Habitam
É um belíssimo trabalho de figurino, mas tenho a impressão que já vi tudo aquilo antes. Mesmo que eu achasse que  Jackie levaria essa,  o colorido de La La Land era mais marcante.

Maquiagem e Cabelo: Esquadrão Suicida 
Eu sabia! Eu sabia! O filme da DC foi espinafrado pela crítica, mas o seu trabalho na caracterização dos personagens é sua melhor qualidade. Vamos ver se o povo se anima e faz um filme melhor da próxima vez. Potencial ele tem.

Mixagem de Som: Até o Último Homem 
Bastante justo, já que as cenas de guerra do filme impressionam de verdade.

Edição de Som: A Chegada
Ainda que merecido tem aquele gostinho de prêmio de consolação para um dos filmes mais marcantes do ano e que só levou essa. 

Efeitos Visuais: Mogli: O Menino Lobo 
Se você pensar que tirando o menino todo o resto era um grande fundo verde... merecido demais!

Direção de Arte: La La Land 
Merecido, especialmente pela memorável sequência final do filme. 

Edição: Até o Último Homem
Grande equívoco, a edição da primeira parte do filme é horrível, mas devem ter considerado que o efeito de contraste com a segunda funciona. 

Trilha Sonora: La La Land 
Se o filme de Chazelle perdesse nesta categoria ele não faria o menor sentido.

PLACAR

La La Land - 05
Moonlight - 03
Manchester à Beira-Mar - 02
Até o Último Homem - 02
Um Limite Entre Nós - 01
A Chegada - 01
Mogli - 01
Esquadrão Suicida - 01
Animais Fantásticos e Onde Habitam - 01
Zootopia - 01
O Apartamento - 01

Número de Acertos
17 acertos em 24 categorias

Um acerto a menos que no ano passado! Se Faye estivesse certa, eu empatava rsrs...

domingo, 26 de fevereiro de 2017

4EVER: Bill Paxton

17 / 05 / 1955 ✰ 26 / 02 /  2017

Nascido na cidade de Fort Worth no Texas, o filho de executivo William Paxton se mudou para Los Angeles aos 18 anos e começou a trabalhar no cinema com o rei dos filmes B Roger Corman em meados dos anos 1970. O tempo passou e como coadjuvante mostrou-se cada vez mais versátil. Tornou-se um dos atores  favoritos do diretor James Cameron (com quem fez Exterminador do Futuro/1984, Aliens - o Resgate/1986, True Lies/1994 e Titanic/1997). Paxton ainda participou de outros sucessos como Apollo 13 (1995) e foi o protagonista do blockbuster Twister (1996) ao lado de Helen Hunt, além do bizarro Encaixotando Helena/1993 em que aparecia como veio ao mundo.  Em 2001 estreou como diretor no arrepiante A Mão do Diabo/2001 e participou de várias séries de TV, a que lhe rendeu mais sucesso foi o esposo de várias mulheres em Big Love (2006-2011) - que lhe rendeu quatro indicações ao Globo de Ouro na categoria de ator de série dramática. Paxton faleceu aos 61 anos por complicações geradas por uma cirurgia. 

Apostas para o Oscar 2017

La La Land: Será que irá quebrar recordes de estatuetas?

Nem adianta entrar nas polêmicas se o filme irá levar as 14 estatuetas a que concorre, afinal ele não deve emplacar a de melhor ator (para Ryan Gosling) e é praticamente impossível que consiga um empate na categoria de melhor canção original (ele vai levar por City of Stars, mas Audition ficará por isso mesmo - logicamente). Ainda assim ele poderia levar doze e superar o clássico Ben Hur (1959), o bilionário Titanic (1997) e o épico O Sr. Dos Anéis - O Retorno do Rei (2003)? Sim, mas ele pode perder a categoria de roteiro original para Manchester à Beira Mar e até na de figurino, já que a Academia adora premiar filmes de época. Enfim, o musical de Damien Chazelle deve levar quase todos a que concorre, mas um pouco de surpresas fariam muito bem à noite dedicada ao maior prêmio do cinema americano. Eu já fiz alguns comentários diante dos indicados deste ano, mas aqui apenas destaco quem deverão ser os contemplados da cerimonia de hoje:

Melhor Filme
La La Land: Cantando Estações

Melhor Diretor
Damien Chazelle - La La Land: Cantando Estações

Melhor Atriz
Emma Stone - La La Land: Cantando Estações

Melhor Ator
Denzel Washington - Um Limite Entre Nós

Melhor Ator Coadjuvante
Mahershala Ali - Moonlight: Sob a Luz do Luar

Melhor Atriz Coadjuvante
Viola Davis - Um Limite Entre Nós

Melhor Roteiro Original
Kenneth Lonergan - Manchester à Beira-Mar

Melhor Roteiro Adaptado
Moonlight: Sob a Luz do Luar

Melhor  Animação
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho

Melhor Documentário em Curta-Metragem
Os Capacetes Brancos

Melhor Documentário em Longa-Metragem
Eu Não Sou Seu Negro

Melhor Longa Estrangeiro
Toni Erdmann (Alemanha)

Melhor Curta-Metragem
Sing

Melhor Curta em Animação
Piper

Melhor Canção Original
"City of Stars" -  La La Land: Cantando Estações

Melhor Fotografia
La La Land: Cantando Estações

Melhor Figurino
Madeline Fontaine - Jackie

Melhor Maquiagem e Cabelo
Esquadrão Suicida

Melhor Mixagem de Som
Até o Último Homem

Melhor Edição de Som
Até o Último Homem

Melhores Efeitos Visuais
Mogli: O Menino Lobo

Melhor Design de Produção
La La Land: Cantando Estações

Melhor Edição
La La Land: Cantando Estações

Melhor Trilha Sonora
La La Land: Cantando Estações

Os indicados 2017: quem leva?

PREMIADOS INDEPENDENT SPIRIT AWARDS 2017

Moonlight: o grande premiado do Independent Spirit. 

Sempre acontecendo com descontração na véspera do Oscar, o Independent Spirit Awards se dedica à nata do cinema independente americano. Nos dois últimos anos o premiado na categoria de melhor filme coincidiu com o escolhido pela Academia que também considerou Spotlight (2015) e Birdman (2014) os melhores dos anos anteriores. Será que o ISA verá Moonlight também levar o Oscar de Melhor Filme? os contemplados nesta edição, algumas coincidências serão inevitáveis! A seguir todos os contemplados na premiação:

Melhor filme

Melhor Diretor  

Melhor Ator

Melhor Atriz

Melhor Atriz Coadjuvante

Melhor Ator Coadjuvante 

Melhor Roteiro

Melhor Primeiro Roteiro

Melhor Edição

Melhor Fotografia

Melhor Filme de Estreia

Melhor Documentário
O.J. - Made in America

Filme Estrangeiro
Toni Erdman

Prêmio Especial Robert Altman

Prêmio John Cassavetes
Spa Night

INDICADOS AO OSCAR 2017: Melhor Filme

A Chegada
A ficção científica de Denis Villeneuve mistura linguística e discurso pacifista (em meio ao encontro com alienígenas) e foi lembrada em oito categorias: filme, diretor, roteiro adaptado, fotografia, edição, mixagem de som, edição de som e design de produção - e bem que poderia ter rendido uma indicação para Amy Adams na categoria de melhor atriz! O filme não é favorito a nenhum prêmio, mas pode surpreender e levar alguma categoria técnica para casa. 

O faroeste moderno de David Mackenzie foi exibido numa mostra paralela em Cannes e colheu alguns elogios. No entanto, ninguém esperava que um filme modesto e de pequeno orçamento tivesse força suficiente para conseguir ficar entre os melhores filmes do ano - mas a Academia estava atenta ao longa! A história de dois irmãos que assaltam bancos para salvar a fazenda da família ainda concorre nas categorias de ator coadjuvante (Jeff Bridges), roteiro original e montagem.  

O filme ficou famoso como aquele que trouxe Mel Gibson de volta ao coração de Holywood. O filme de guerra do ano conta a história do herói de guerra Desmond Doss, que desafiou superiores com sua convicção de servir ao país sem precisar pegar em armas. O filme ainda concorre nas categorias de diretor (Gibson), ator (Andrew Garfield), edição de som, mixagem de som e montagem. Não é favorito a nada, mas pode levar alguma categoria técnica. 

Muita gente ficou surpresa quando o filme apareceu entre os concorrentes à estatueta de Melhor Filme. No entanto, o prêmio de melhor elenco do SAG e as semanas em que ficou no topo da bilheteria americana, provam que o filme tem seus méritos - e o principal deles é contar como três mulheres negras se tornaram fundamentais para a NASA chegar ao espaço. O filme ainda concorre aos prêmios de melhor atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e roteiro adaptado.

O favorito (e forte candidato a mais premiado da noite) é um musical que brinca com referências do gênero para criar uma Los Angeles entre a realidade e a fantasia. O filme concorre em mais 13 categorias: diretor (Damien Chazelle), atriz (Emma Stone), ator (Ryan Gosling), roteiro original, fotografia, montagem, figurino, trilha sonora, mixagem de som, edição de som, design de produção e duas músicas no páreo de melhor canção. 

Lion 
O filme australiano conta a história de um menino indiano que se perdeu dentro de um trem e acabou adotado por um casal amoroso da Tasmânia. Quando adulto ele resolve procurar sua família biológica com ajuda do... Google!? O filme do estreante Garth Davis caiu nas graças da Academia e concorre a mais cinco categorias: ator coadjuvante (Dev Patel), atriz coadjuvante (Nicole Kidman), roteiro adaptado, fotografia e trilha sonora. 

O filme de Keneth Lonergan tem o foco num personagem que deve superar uma tragédia familiar, especialmente quando precisa cuida do seu sobrinho... mas não espere obviedades! No páreo ainda nas categorias de diretor, ator (Casey Afleck), atriz coadjvuante (Michelle Williams), ator coadjuvante (Lucas Hedges) e roteiro original, o filme marca um triunfo para o serviço de streaming Amazon que comprou os direitos do filme em Sundance e se tornou responsável por sua distribuição. 

Barry Jenkins faz um filme único que extrai poesia de um cenário árduo - em que um menino busca sua identidade pela afetividade num mundo que o rejeita. A narrativa em três momentos distintos do personagem concorre ainda aos prêmios de direção, ator coadjuvante (Maharshala Ali, o favorito), atriz coadjuvante (Naomie Harris), fotografia, montagem, trilha sonora e roteiro adaptado.  O filme é o único com chances de derrotar La La Land!

A peça Fences de August Wilson já rendeu prêmios para Viola e Denzel no teatro. Será que fará o mesmo no cinema ao retratar os conflitos de uma família afro-americana diante dos sonhos do filho ser jogador de futebol? O filme é o favorito ao Oscar de atriz coadjuvante (Viola Davis) e as chances de Denzel levar a estatueta de melhor ator cresceram nas últimas semanas (desde que ele levou o SAG para casa). O filme ainda concorre na categoria de roteiro adaptado. 

Elogiado desde que foi exibido no Festival de Cannes, mas, talvez, nem a Academia goste de lembrar que o casamento inter racial já foi considerado crime em alguns estados do Tio Sam. Ao contar a história real do perseguido casal formado por Richard e Mildred Loving, o filme foi indicado somente na categoria melhor atriz (Ruth Negga, impecável), mas merecia estar em pelo menos outras quatro categorias: Filme, diretor, ator (Joel Edgerton) e roteiro original. Imperdível. 

sábado, 25 de fevereiro de 2017

BREVE: Um Limite Entre Nós

Denzel e Viola: atuações espetaculares num filme longo demais.

Ano passado o Oscar precisou lidar com a polêmica de no segundo ano consecutivo ter apenas atores caucasianos indicados ao Oscar. No meio de toda a barulheira, todo mundo sentiu falta de Idris Elba (Beasts of No Nation/2015) entre os indicados, mas foram outros atores que demonstraram a sua indignação. A verdade era que, para além das não indicações, havia um mercado com poucos filmes com papéis de destaque para atores afro-americanos. Foi necessário todo o burburinho em torno do #OscarSoWhite para que não apenas a Academia renovasse seus votantes diante da busca de uma maior diversidade, mas também que os produtores se voltassem para histórias com personagens que inspirassem atuações memoráveis. Não foi por acaso que filmes como Moonlight, Estrelas além do Tempo, Loving e Um Limite Entre Nós conseguiram espaço no Oscar, incluindo na categoria de Melhor Filme e nas categorias de elenco. Curiosamente, Um Limite Entre Nós se tornou um peso pesado da temporada por trazer dois atores icônicos para a Academia e que já interpretaram os mesmos personagens nos palcos (e foram premiados por suas performances). Faz tempo que Denzel Washington é o astro negro de maior prestígio em Hollywood, com dois Oscars na estante (coadjuvante por Tempo de Glória/1989 e ator por Dia de Treinamento/2001) ele pode levar a terceira para casa por sua atuação como o tagarela Troy Maxson, um homem que planejava ser um jogador profissional de basebal e viu seus sonhos serem destruídos por "não ter a cor certa". O tempo passou e Troy vive com a esposa e tenta educar os dois filhos sem maiores ilusões enquanto ganha a vida como gari. Os conflitos são inevitáveis quando o caçula vê no futebol a chance de melhorar de vida. A partir daí, Troy passa a ser um grande obstáculo para que ele realize seu sonho, o que começa a gerar conflitos em toda a família, inclusive de Troy com a própria esposa, a sempre sensata Rose Maxson (Viola Davis). Viola Davis se tornou a favorita ao prêmio de atriz coadjuvante por mais uma atuação memorável na telona  e já é a atriz negra com mais indicações na história do Oscar (uma de coadjuvante por Dúvida/2008 e outra de atriz por Histórias Cruzadas/2011), como é uma das atrizes mais celebradas nos Estados Unidos atualmente, provavelmente ela ainda irá fazer muita história em Hollywood. Aqui, enquanto Denzel cria um personagem expansivo (às vezes até chato, mas nunca caricato), Viola aposta na sutileza, como se guardasse suas forças para aquele momento em que explode diante da câmera. De fato, os dois formam uma dupla irresistível de assistir, que nos faz até perdoar que o filme tenha o maior jeitão de teatro filmado, com seus longos diálogos e quase cento e quarenta minutos de duração. Se o filme fosse mais enxuto provavelmente seria mais envolvente, mas entendo que Denzel (que assina seu terceiro filme na direção) quis preservar o olhar do dramaturgo August Wilson (que também assina o roteiro adaptado indicado ao Oscar) sobre um micro universo que reflete a tensão de uma época (ainda mais) complicada para a população afro-americana. Embora esteja entre os concorrentes a melhor filme no Oscar, Um Limite Entre Nós vale mesmo é por seu casal de atores espetaculares. 

Um Limite Entre Nós (Fences/EUA-2016) de Denzel Washington com Denzel Washington, Viola Davis, Stephen Henderson, Jovan Adepo e Russell Hornsby.