sábado, 31 de dezembro de 2022

Melhores 2022 - Cinema

Com a chegada do último dia de 2022, chega também a minha lista de favoritos cinematográficos do ano. Sei que algumas pessoas irão torcer o nariz para algumas de minhas escolhas, mas é sempre bom lembrar que uma lista é sempre subjetiva e de gosto bastante pessoal - o que não impede que você tenha escolhas diferentes do que foi visto durante o ano. Lembrando que os filmes citados foram lançados no Brasil em 2022, o que inclui filmes que foram lançados no exterior anteriormente e que chegaram aqui tardiamente. A seguir o que a minha memória levará de melhor do ano que chega ao fim:

ELENC


CINEASTA REVELAÇÃ

ROTEIR

ARTISTA REVELAÇÃ

ATRIZ C
✪ADJUVANTE

AT
✪R COADJUVANTE

MELHOR AT✪R

MELH✪R ATRIZ

DIREÇÃ

FILME DO AN

E quais foram seus favoritos do ano? Registre nos comentários que assim que eu voltar de férias aqui no blog eu prometo ler. Até breve!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

PL►Y: Ruído Branco

 
Drive, Gerwig e família: o apocalipse nosso de cada dia. 

Ao que parece, White Noise era a grande aposta para a Netflix na temporada de ouro de 2022, mas as exibições para os críticos não foram muito promissoras. Reclamaram do tom e da narrativa um tanto perdida impressa pelo diretor Noah Baumbach na adaptação do livro de Don DeLillo (lançado em 1985) sobre uma família às voltas com um apocalipse iminente e as reflexões sobre vida e morte que ela provoca neste microcosmos (o próprio ruído presente no título é uma referência à morte que pode chegar a qualquer instante sem se fazer notar com muita antecedência). Conhecendo a cinematografia de Noah e o pouco que conheço de DeLillo imaginei que esta combinação seria um espetáculo ácido um tanto desproporcional ao que a maioria do público aprecia, foi com esta impressão que assisti ao filme. O filme conta a história de Jack (Adam Driver) um professor universitário especializado em estudos sobre Hitler que ao lado da esposa, Babette (Greta Gerwig), leva uma vida tranquila junto aos quatro filhos que juntaram debaixo do mesmo teto. Vivendo em um confortável subúrbio e com alusões à vida acadêmica, a família precisa lidar com algo inesperado quando um acidente acontece nas redondezas e precisam fugir às pressas de uma ameaça que ninguém sabe ao certo o que é - e gera teorias atrás de teorias. Se levarmos em conta que Jack guarda em segredo que não sabe falar alemão, que sua esposa utiliza escondida uma pílula misteriosa e que os filhos adoram uma teoria da conspiração iremos perceber que o filme trata do medo do desconhecido, tornando-se um prato cheio para Baumbach exercitar atmosferas até então não exploradas em sua carreira. Existe aqui um exercício de suspense em tom de farsa que beira a galhofa, mas que se contem para segurar a graça e a tensão até o final que beira o surreal. No fim das contas o desconhecido revela o medo da morte e as consequências insanas na vida dos personagens, capazes de aceitar qualquer promessa ilusória de perpetuar a existência, ainda que na maior parte do tempo ninguém pareça aproveitar a vida tanto assim. Este parece o filme mais elaborado e ambicioso de Baumbach, mas o senso de humor peculiar do diretor deve espantar parte do público que não captar o tom quase de paródia. Entre diálogos rebuscados, piadas com a vida acadêmica, a sociedade de consumo e  família, o filme diverte quem entrar na brincadeira. Pode até parecer um grande SPOILER, mas no fim das contas tudo termina do mesmo jeito que começa, talvez porque a vida seja um tanto assim mesmo - e aquela cena final do supermercado ao som de New Body Rhumba do LCD Soundsystem (que achei sensacional) deve ilustrar bem a mensagem do filme: "enquanto a morte não vem, resta aproveitar!"

Ruído Branco (White Noise / EUA - 2022) de Noah Baumbach com Adam Driver, Greta Gerwig, Don Cheadle, Raffey Cassidy, Sam Nivola, May Nivola e Andre L. Benjamin. ☻☻ 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

4EVER: Pelé

 
23 de outubro de 1940 ✰ 29 de dezembro de 2022

Edson Arantes do Nascimento nasceu na cidade de Três Corações em Minas Gerais. Filho de jogador de futebol, desde pequeno Edson gostava de jogar bola. Aos quatro anos se mudou para Bauru (SP) junto com a família e aos dez anos iniciava a carreira de jogador no infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube onde conquistou o bicampeonato em 1954 e 1955. Pelé ganhou onze vezes o título de artilheiro do campeonato paulista, fez sua estreia na seleção brasileira em 1957 com 17 anos (incompletos) e em 1965 já era considerado o melhor jogador do mundo. O atleta se despediu da seleção em 1971 e se aposentou em 1977. Ao longo da carreira nos gramados, Pelé marcou 1282 gols. Após deixar os jogos, Edson Arantes do Nascimento foi Ministro dos Esportes de 1995 até 1998. O atleta faleceu em decorrência de um câncer de cólon diagnosticado no ano passado.   

NªTV: Melhores2022

Outra lista de favoritos para finalizar o ano que chega ao fim. Seguem os meus favoritos da TV, lembrando que é uma lista de gosto bastante pessoal e que não consegui ver tudo que tinha vontade em um ano tão corrido como 2022. Segue o que mais curti:

MELH✪R SÉRIE DE COMÉDIA 

AT✪R COADJUVANTE


 ATRIZ C✪ADJUVANTE 


MELHOR AT✪R

MELH✪R ATRIZ

MELHR SÉRIE DE DRAMA

PL►Y: Um Herói

Jadidi: quando a sorte vira azar. 

Os filmes de Asghar Farhadi costumam ser saudados como dramas tão engenhosos que começam a soar como um verdadeiro suspense diante dos desafios que recaem sobre seus protagonistas. Foi assim que ele levou para casa o Oscar de filme estrangeiro com o brilhante A Separação (2011) e depois repetiu o feito com O Apartamento (2016), mesmo quando seus filmes não alcançam todas as notas desejadas, eles costumam ser crônicas interessantes sobre o ser humano e as conjecturas que o cerca (foi assim com O Passado/2013 e Todos Já Sabem/2018). Este Um Herói saiu do Festival de Cannes do ano passado com o Grande Prêmio do Júri, mas acabou perdendo sua vaga no Oscar de Filme Estrangeiro. Pouco tempo depois o filme se envolveu numa polêmica em que Farhadi foi acusado de plágio por ter copiado a ideia de outro roteirista. Polêmicas a parte, o filme está disponível no Telecine Play e vale sua atenção para acompanhar a sucessão de desventuras de Rahim (Amir Jadidi), um homem que foi preso por conta de uma dívida. Liberado por dois dias para visitar a família, a namorada lhe apresenta uma bolsa que acabou de encontrar na rua e está cheia de moedas de ouro. Rahim fica tentado a usar as moedas para pagar a dívida, mas após uma série de situações resolve devolver a bolsa para a dona. O gesto chama atenção de muita gente que exalta sua postura e se comove com sua história de endividamento, ele só não imagina que depois de ser tão querido pela opinião pública, uma série de detalhes irá lhe causar mais transtornos do que imaginava. Um Herói abarca uma série de assuntos, alguns se relacionam com a cultura do Irã, outras com a velocidade com que as notícias se propagam nas redes sociais. A já notória habilidade de Asghar Farhadi lidar com os dois lados de uma história, torna uma tarefa difícil para o espectador classificar seus personagens entre mocinhos e vilões. Entre detalhes, mentiras e omissões, Um Herói se torna um labirinto angustiante para seus personagens e deixa o espectador cada vez mais curioso em imaginar como tudo aquilo irá terminar. Vale ressaltar o bom trabalho de Amir Jadidi como Rahim, que torna seu personagem confiável (ainda que seja  um dos sujeitos mais atrapalhados da história do cinema), além de Mohsen Tanabandeh como o antagonista sempre disposto a mostrar o outro lado da história para a plateia. Quando estes dois explodem, fica ainda mais difícil tomar partido de toda situação que o filme instaura. 

Um Herói (Ghahreman /Irã - França / 2021) de Asghar Farhadi com Amir Jadidi, Mohsen Tanabandeh, Sahar Goldust, Fereshteh Sadre Orafaiy, Sarina Farhadi e Ehsan Goodarzi ☻☻

PL►Y: The Souvenir - Parte II

 
Honor Swinton Byrne: o luto de uma cineasta em formação. 

É muito interessante imaginar a relação que o primeiro The Souvenir (2019) tem com a vida da diretora Joanna Rogg. A protagonista é uma estudante de cinema dos anos 1980, Julie (Honor Swinton Byrne) que escuta todo o tempo dizerem para ela contar mais de sua história em seus filmes. Ela se considera uma jovem privilegiada, com os pais sempre dispostos a bancar suas despesas e talvez por ter uma vida tão previsível se envolveu com Anthony (Tom Burke) - um diplomata que tinha sua cota de problemas pessoais para resolver e acaba drenando a namorada para dentro deles. Baseado em um romance vivido pela própria Joanna, a sinceridade impressa fez do seu filme um sucesso em festivais e perante o público cult. Com a repercussão do filme, ela bancou um segundo longa metragem sobre a jornada de Julie em busca da própria voz. O filme começa praticamente depois do desfecho do primeiro e agora a protagonista tenta se acostumar com a ausência do namorado. Quem viu o primeiro filme sabe que a vida dos dois não era um mar de rosas, mas a própria personagem estranha a espécie de vazio que se instaurou em sua vida. Embora ainda esteja disposta a investir em um novo romance, ela não sabe ainda muito bem o quanto ela está disponível para viver uma nova história de amor e parece mais preocupada em terminar o seu filme de conclusão da faculdade de cinema. Mais uma vez, suas ideias e roteiro são criticadas, de forma que pedem para que seja mais pessoal na construção de seu projeto e, enquanto observa as filmagens dos filmes de seus colegas, Julie parece um tanto intimidada na construção de um filme baseado em sua história com Anthony. Se já existe o estresse de fazer um filme para conclusão do seu curso, a coisa complica ainda mais quando precisa vivenciar novamente momentos complicados de seu relacionamento. São nestes momentos que considerei The Souvenir - Parte II um filme mais interessante que o primeiro. A parte do luto é um tanto repetitiva e maçante, deixando a melhor parte para quando os colegas de curso - que compõem sua equipe de filmagem - começam a questionar detalhes cênicos, sejam as atitudes dos personagens (que Julie tenta reproduzir como de fato aconteceram) ou a estranha sensação de que os dias não passam naquela narrativa. Penso que Rogg imprime aqui alguns pontos foram ressaltados sobre o primeiro filme e aqui ela afirma ser tudo intencional na reconstrução de sua história. Tilda Swinton (mãe da atriz principal na vida real) repete seu papel de mãe dentro da tela, mas o que chama atenção são os demais personagens que cruzam o caminho da personagem, entre cineastas em potencial, atores e profissionais em formação, a diretora consegue imprimir uma atmosfera bastante realista sobre o universo habitado por Julie durante seu amadurecimento profissional e emocional. 

The Souvenir - Parte II (The Souvenir - Part II / Reino Unido - Irlanda - EUA / 2021) de Joanna Rogg com Honor Swinton Byrne, Tilda Swinton, Alice McMillan, Oli Bauer, Jaygann Ayeh, Charlie Heaton, Richard Ayoade, Frankie Wilson, Jack McMullen, Harris Dickinson e Jow Alwyn. ☻☻

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

10+ Filmes de 2022

 Difícil escolher dez filmes entre os meus favoritos de 2022, mas ela segue prontinha. Lembrando que levei em consideração os filmes que foram exibidos no Brasil de 1º de janeiro até a data de hoje. Acho que está é minha lista mais diversa em muito tempo. Seguem os dez em ordem alfabética:











E quais foram os seus favoritos do ano?

PL►Y: El Planeta

 
Ale e Amalia: tempos de crise. 

Divertido e despretensioso, a estreia de Amalia Ullman enquanto diretora é uma bela crônica pós-crise econômica na Espanha, mas também fala um bocado sobre um mundo que vive cada vez mais de aparências, seja nas redes sociais ou fora delas. Este é por sinal um dos pontos mais interessantes do filme, que nos lembra que antes das ilusões vendidas nas redes, já existiam pessoas especializadas num jogo de aparente sucesso e felicidade constante no mundo real. O roteiro e a câmera de Amalia se voltam para duas personagens que sabem exatamente como se portar em determinados espaços para exalar uma imagem bem sucedida - ainda que dentro de casa a geladeira esteja vazia e precisem ler livros com a luz do corredor já que a grana curta não permitiu que a conta fosse paga. Existe um tanto de graça e outra porção de melancolia no retrato construído da mãe María Rendueles (Ale Ullman) e da filha Leonor Jimenez (a própria Amalia Ullman). María faz o que pode para manter a imagem de elegância fora de casa, sempre possui histórias sobre contatos influentes na sociedade e planos para o futuro. Ela Sabe quais são as melhores lojas e restaurantes, assim como domina a arte de devolver a mercadoria dentro do prazo de troca após usar na data pretendida. Já Leonor tenta a carreira de estilista, foi viver um tempo em Londres, mas acabou voltando para casa da mãe após não conseguir grande coisa, agora depende de um trabalho com Christina Aguillera, mas precisa de dinheiro para bancar a passagem de volta. Já cogitou até a prostituição para conseguir algum dinheiro, mas não acha que o valor a ser pago por um cliente não dá para comprar nada além de um livro. Em cartaz na MUBI, El Planeta acompanha as desventuras destas duas personagens com um humor refinado e irônico se beneficiando bastante da intimidade das duas atrizes que são mãe e filha fora da tela. Neste jogo de aparências quem ganha é a plateia que se diverte com as duas personagens que sabem o que é bom, mas não tem dinheiro para bancar o tipo de vida que almejam, assim como tantas pessoas que conhecemos em um país em que os números de inadimplentes só cresce.  

El Planeta (Espanha / 2021) de Amalia Ullman com Amalia Ullman, Ale Ullman, Nacho Vigalondo, Zhou Chen, Andrea Escobar e Carlos Carbonell. 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

PL►Y: Top Gun Maverick

 
Teller e Cruise: sobre lições aprendidas. 

Pode se dizer que o sucesso de Top Gun: Maverick é um verdadeiro triunfo na carreira de Tom Cruise. Afinal, desde que o primeiro Top Gun (1986) se tornou um clássico dos anos 1980 foi cogitada uma continuação, que nunca saiu do papel. A ideia já parecia tão superada quanto ultrapassada quanto o astro de Hollywood começou  a retomar o gosto pela ideia. Faz um tempo que Cruise parece ter deixado de lado aquela lista de grandes diretores com que gostaria de trabalhar e ser respeitado como ator sério, com o passar do tempo, passou a se dedicar cada vez mais às franquias milionárias e convencer a Paramount a bancar uma continuação de um dos seus primeiros sucessos rendeu várias brigas em que precisou convencer que o filme não era uma produção a ser destinada ao streaming, mas um espetáculo a ser visto no cinema. O resultado é que o filme chegou aos cinemas e se tornou um dos mais vistos de 2022, deixando para trás todas as desconfianças de que o público não faz questão de ir ao cinema se não for para ver filmes de super-heróis. É verdade que o filme tem cenas espetaculares, que prometem se tornar referências do gênero assim como no primeiro Top Gun, mas existe também um arcabouço dramático por trás de tudo isso, seja sobre o que o destino reservou para o destemido Maverick ou para Tom Cruise em Hollywood depois dali. Décadas depois do primeiro filme, Maverick (Tom Cruise) ainda é Capitão e enfrenta problemas institucionais com sua postura em testar limites. Quando o filme começa, ele paga o preço por isso ao ser convidado a ser tornar professor de um grupo de jovens pilotos de caça que estão prestes a realizar uma missão complicada. Retornar à Top Gun faz o protagonista retomar várias lembranças, seja sobre o destino de seu amigo Goose (Anthony Edwards) ou de Iceman (Val Kilmer), mas também de um interesse amoroso que ficou no passado entre os dois filmes, Penny (Jennifer Connelly). Entre tudo isso, estão várias discrições técnicas sobre treinos e a missão a ser realizada (de forma que o diretor Joseph Kosinski capricha em todas as cenas de voo que tem em mãos), além da pendenga pessoal que precisa resolver com o filho de Goose, Bradley (Miles Teller). A tensão entre os dois mostra-se a verdadeira alma do filme, uma relação quase de pai e filho, em que o limite entre proteção e deixar a vida seguir o seu curso se misturam sem muito critério. Com mais de duas horas de duração, o filme consegue segurar a atenção e não tem medo de criar reviravoltas. E o que tudo isso tem relação com o o passar do tempo para o jovem Tom Cruise? O principal é ele perceber que ser o mocinho da história pode não ser o suficiente e que passar o bastão para outros personagens está longe de ser uma humilhação, mas um recurso bastante digno diante do prestígio que ainda possui. Cruise tem aqui sua melhor interpretação em muito tempo e o filme torna visível a sua emoção de voltar à trajetória de Maverick e ter momentos como aquele em que encontra Val Kilmer debilitado por uma doença. Sim a vida é dura, mas o cinema pode fazer com que se torne um espetáculo campeão de bilheteria.  

Tom Gun: Maverick (EUA - 2022) de Joseph Kosinski com Tom Cruise, Miles Teller, Jomn Hamm, Jennifer Connelly, Glen Powell, Val Kilmer, Monica Barbaro, Ed Harris, Lewis Pullman e Jay Ellis. 

PL►Y: Glass Onion - Um Mistério Knives Out

 
Craig e os demais convidados: um crime na Grécia. 

Lançado com a pompa de um presente de natal para os assinantes da Netflix, Glass Onion chegou rapidamente ao topo das produções mais vistas na gigante do streaming. Esta aposta na continuação do sucesso Entre Facas e Segredos (2019) do diretor Rian Johnson também terá reflexos na temporada de prêmios que está em andamento, uma vez que a Netflix investe pesado para que a produção abocanhe algumas indicações no Oscar que se aproxima. O mais interessante é que o filme poderia repetir o que seu antecessor apresentou ao público (ao ponto de ser indicado ao Oscar de Roteiro Original em 2020), mas pretende fazer algo mais com um título que diz exatamente o que se vê. A expressão Glass Onion (traduzindo: cebola de vidro) é dita várias vezes durante a sessão e é utilizada na construção do roteiro que brinca mais uma vez com as percepções da plateia e as camadas na construção de um mistério de quem é o assassino da história. No entanto, Rian Johnson elabora muito mais em torno desta questão, tornando cada vez mais complexo a ideia de quem morreu e de quem matou. Durante a primeira hora se cria a ideia de um assassinato iminente, para depois descobrirmos que o primeiro crime aconteceu antes mesmo da história começar. Na verdade, vários crimes ocorreram envolvendo os convidados do bilionário apaixonado por tecnologia e um tanto sem escrúpulos chamado Miles Bron (Edward Norton). Seus convidados são a nata do que vemos hoje no mundo das celebridades, políticos incertos com carreiras a zelar (Kathryn Hahn), um youtuber envolvido em polêmicas desmioladas (Dave Bautista), um cientista com credibilidade ameaçada (Leslie Odom Jr.), uma influencer envolvida em polêmicas (Kate Hudson) e a ex-sócia de Bron que se deu mal em um processo cheio de más intenções (Janele Monáe). No meio destes conhecidos, o bilionário não faz a mínima ideia o que o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig reprisando seu papel do filme anterior) faz em sua festa sob o sol escaldante da Grécia. A ideia era que todos participassem de uma brincadeira de investigação sobre a morte de Miles Bron, mas nada sai como o esperado. Entre alfinetadas entre os personagens e a nossa realidade, Rian Johnson descasca sua cebola de vidro com ajuda especial de uma personagem que rouba a cena do investigador que o filme quer nos fazer acreditar que é um verdadeiro gênio, mas que aqui consegue ser pouco mais do que um narrador de luxo. Glass Onion trata-se de uma construção engenhosa e divertida, apresentando uma trama mais lapidada que o filme anterior, especialmente na forma como desenrola seus mistérios até o desfecho. Se no filme anterior Johnson já brincava com o gênero e suas convenções, aqui ele faz isso com ainda mais desenvoltura, ao ponto de não se preocupar de deixar os mistérios fermentando por muito tempo. Não será novidade se um terceiro filme comece a ser cogitado, eu só gostaria que o seguinte oferecesse mais elementos sobre o personagem de Daniel Craig, já que aqui, a aparição de Hugh Grant dá um aperitivo do homem que existe por trás  da lenda. 

Glass Onion - Um Mistério Knives Out (Glass Onion / EUA -2022) de Rian Johnson com Daniel Craig, Edward Norton, Kate Hudson, Dave Bautista, Kathryn Hahn, Leslie Odom Jr., Janelle Monáe e Hugh Grant. 

domingo, 25 de dezembro de 2022

10+ Pôsteres de 2022

Inaugurando as listas por aqui, está a nossa tradicional lista de melhores pôsteres do ano. Em 2022 não achei tão difícil escolher os meus dez favoritos do ano. A maioria já está disponível no Brasil (apenas três permanecem inéditos por aqui) e notei uma grande presença dos filmes de terror. Segue a lista por ordem de gosto pessoal:

#10 "Men" de Alex Garland

#09 "Smile" de Parker Finn


#06 "Cocaine Bear" de Elizabeth Banks





#01 "TÁR" de Todd Field

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

PL►Y: Imersão

 
Castro: imerso em paternidade ou preconceitos? 

Se Ricardo Darín pode ser considerado o maior astro do cinema da Argentina, acho justo que Alfredo Castro seja seu equivalente quando o assunto é o cinema chileno. O veterano é um dos nomes mais cobiçados para as produções de seus país e seu estilo contido de olhar misterioso se torna um verdadeiro trunfo na construção de personagens ambíguos capazes de fazer a diferença em filmes como este Imersão em cartaz no Prime Video. O filme foi exibido no último Festival de Gramado e chamou atenção pela forma com que prende a atenção da plateia brincando com nossas percepções e preconceitos no decorrer da direção segura de Nicolas Pestiglione. A trama começa aparentemente simples, com Ricardo (Alfredo Castro) passeando de barco com suas duas filhas, a tranquila Claudia (Mariela Mignot) e a questionadora Tere (Consuelo Carreño). Eles irão visitar uma propriedade da família que anda largada faz tempo, mas que será posta à venda. No caminho, se deparam com um trio de pescadores que pedem socorro com um barquinho que está naufragando. Ricardo pensa que tudo aquilo é um golpe e segue seus planos como se nada estivesse acontecendo sob os protestos de Tere. Chegando na casa caindo aos pedaços, a filha insiste na preocupação com aqueles três homens deixados à própria sorte ali perto e os planos da família são alterados em nome de um resgate que é visto quase como uma pirraça entre pai e filha. Tão logo os personagens se reencontram,  a tensão entre Ricardo e Tere só piora. Existe as suspeitas constantes de que os resgatados estejam escondendo algo sinistro. Seriam assaltantes? Seria um grande golpe? A trama evolui com base nas suspeitas (ou seriam preconceitos?) e atitudes cada vez mais questionáveis do patriarca, que se por um lado argumenta  apenas proteger as filhas, por outro adota comportamentos cada vez mais ofensivos com os personagens que cruzaram seu caminho. O roteiro cria assim uma série de metáforas sobre as relações familiares e de classe com os espaços que habitam, sejam as discussões familiares com a casa decrépita que foram visitar ou o barco que não sabe para onde vai com os personagens trocando farpas a todo instante enquanto dependem um do outro em momentos distintos do roteiro. No final das contas, uma arma, que seria a ilusão de proteção de Ricardo se torna o elemento de uma tragédia anunciada. Tão enxuto quanto angustiante, Imersão é um filme que merece atenção no meio dos filmes disponíveis no streaming. 

Imersão (Inmérsion/Chile - México / 2021) de Nicolas Pestiglione com Alfredo Castro, Consuelo Carrño, Mariela Mignot, Alex Quevedo, Michael Silva. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

PL►Y: RRR - Revolta, Rebelião, Revolução

 
Rao e Teja: super-heróis indianos?

RRR chegou aos cinemas no exterior com o peso de ser o filme mais caro já realizado na Índia, hoje o filme se tornou um sucesso e até figura em algumas listas de melhores filmes do ano. O Globo de Ouro lhe reservou lembranças na categoria de Filme Estrangeiro e existe uma enorme campanha em torno do filme para que chegue ao Oscar, uma vez que a Índia não o selecionou para vaga de Melhor Filme Internacional. Particularmente não vejo no filme o fôlego  necessário para figurar em categorias além das técnicas. Seus efeitos especiais, fotografia, montagem e trilha sonora não fazem feio perante qualquer blockbuster lançado por Hollywood em 2022, já nas outras categorias, não vejo os votantes da Academia cedendo muito espaço para a história de dois amigos que, em meio às cenas de ação, arranjam tempo para cantar e dançar, mesmo quando um deles é esfolado por um chicote cheio de pregos. RRR funciona como um filme de ação absurda (assim como muitos filmes do Jackie Chan o foram nos anos 1990) a diferença é o seu tempero indiano carregado. O filme é ambientado na década de 1920, quando a Índia ainda era colônia britânica - tendo em seu início um pequeno retrato de como eram as relações entre os indianos e seus colonizadores. Vendo os indianos tratados feito coisas, o roteiro conta a história de dois personagens que vivenciam estas situações em lados opostos. Um deles é  Bheem (N.T. Rama Rao Jr.) que luta para encontrar sua irmã levada pela família de um oficial britânico e, por conta disso, acaba se tornando persona non grata das autoridades locais. Bheem se torna um verdadeiro guerreiro e, do lado oposto está Raju (Ram Charan Teja), um soldado capaz de enfrentar multidões e que encontra-se em ascensão no exército britânico, ainda que tenha origem indiana. Raju e Bheem se tornam amigos e o tempo se encarregará de colocar um contra o outro, pelo menos até que o roteiro desenrole todos os seus segredos. Haja segredos para dar conta das mais de três horas de duração, tempo suficiente para o filme ir da comédia mais ingênua até as cenas de violência mais extrema. O que o diretor S. S. Rajamouli realiza aqui é realmente impressionante enquanto espetáculo de cor, som e fúria. Ele não parece preocupado em soar ridículo ou inverossímil, moldando quase uma saga de dois super-heróis indianos. Existe tanta vibração em RRR que é impossível ficar indiferente ao que vemos na tela. Não dá para levar a sério, mas existem aqui um punhado de cenas impressionantes que podem render a Rajamouli convites para dirigir em Hollywood em breve (fico imaginando o que ele faria se tivesse em suas mãos um filme do porte de Eternos2 da Marvel). O filme está em cartaz na Netflix e vale ser visto, nem que seja por curiosidade. 

RRR - Revolta, Rebelião, Revolução (RRR Rise Roar Revolt / Índia - 2022) de S. S. Rajamouli com N.T. Rama Rao Jr.,  Ram Charan Teja, Ajay Devgn,  Alia Bhatt, Olivia Morris, Shriya Saran, Ray Stevenson, Alison Doody e Mark Bennington. 

PL►Y: RED - Crescer é uma Fera

 
Meilin e suas amigas: domando as emoções. 

Dia desses conversando com alguns amigos, cheguei à conclusão que realmente envelheci. Não ando com paciência para filmes escapistas e a minha cota de animações assistidas ao longo de 2022 foi praticamente irrisória. Não sei muito bem o que está acontecendo comigo, mas o fato é que resolvi ver a última animação da Pixar que está disponível no Disney+, RED - Crescer é uma Fera. Eu sei, o título não faz sentido algum, mas ao ver o filme ganhar espaço nas premiações minha vontade de assisti-lo cresceu consideravelmente. Colabora muito para isso o fato da diretora ser a Domee Shi, a animadora responsável por aquele curta incomum chamado Bao que levou o Oscar de animação em 2019 após causar estranhamento ao ser exibido antes de Os Incríveis2 (2018). O curta investia na fantasia para abordar temas difíceis como a maternidade, o crescimento e a síndrome do ninho vazio. De certa forma, RED retoma alguns destes temas com grande habilidade ao contar a história de Meilin (Rosalin Chiang), uma menina de treze anos bastante confiante e que possui três melhores amigas que enchem seus dias de alegria. Meilin não é nada frágil (e em alguns momentos até a compararam com a Mônica criada pelo Maurício de Souza), mas a coisa complica bastante quando ela se torna um enorme panda vermelho. Ela não faz a mínima ideia do motivo disso acontecer e, obviamente, procura esconder esta situação de todo mundo. O fato é que trata-se de uma espécie de maldição familiar que recaiu sobre as mulheres de sua família há tempos. Existe uma forma de reverter, mas a graça do filme é ver como Meilin subverte nossas expectativas utilizando isso ao seu favor até que precise realizar uma escolha definitiva em sua vida. Obviamente que não precisa ser um gênio para perceber que o filme tem uma analogia com a menstruação e a chegada da maturidade feminina, mas existe algo mais do que isso quando sua personagem precisa aprender a lidar com as emoções para evitar que o panda tome atitudes um tanto, digamos, drásticas. O roteiro começa de forma intimista como uma alegoria sobre a adolescência até que atinja proporções maiores até o desfecho tão emocionante como bem humorado. Domee Shi cria um visual caprichado para o seu filme e nos oferece personagens divertidos sem perder de vista os dilemas da família da protagonista (sempre entre as tradições e os conflitos entre mãe e filha). RED está indicado ao Globo de Ouro de Melhor Animação e está entre os favoritos para uma vaga no Oscar da mesma categoria, o triste foi ver o sucesso do filme ser modesto nos cinemas por conta de um controverso lançamento no Disney+ ao mesmo tempo em que chegava aos cinemas (o que deixou o resultado de bilheteria bastante inferior ao que merecia). 

RED - Crescer é uma Fera (Turning Red / EUA - 2022) de Domee Shi com vozes de Rosalie Chiang, Sandra Oh, Ava Morse, Hyein Park, Maitreyi Ramakrishnan, Wai Ching Ho, Orion Lee e Mia Tagano. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

NªTV: White Lotus - 2ª Temporada

Sharpe, Aubrey, Meghaan e Theo: amigos até o capítulo dois. 

Eu gostaria de escrever sobre a segunda temporada de White Lotus quando ela ainda estava fresquinha na minha cabeça, mas a última semana foi tão atribulada que acabei demorando mais do que devia. Talvez tenha passado da hora de comentar sobre a série, mas ainda tenho vontade de expor meu ponto de vista sobre este delicioso exercício de Mike White sobre o que hóspedes de um luxuoso hotel podem ter de mais mordaz. Se na primeira temporada as relações de classe eram o foco da temporada, aqui White volta sua criatividade para os relacionamentos amorosos e tudo que possa ter relação com isso: casamento, traição, desejo, fidelidade, aparências... o mais interessante é ver como o diretor e roteirista brinca com seus personagens em torno deste tema, os descascando sem piedade e expondo o que o ser humano pode ter de mais contraditório. Aqui ele lida com um número de personagens ainda maior do que na temporada anterior, mas ao longo dos capítulos consegue estabelecer aquele mesmo equilíbrio no desenvolvimento de cada um deles. Quem está de volta é a milionária Tannya (Jennifer Coolidge) que está em crise no seu casamento e segue sua rotina de visitar os hotéis da rede luxuosa White Lotus, no entanto, a contragosto do esposo (Jon Gries), ela leva a assistente (Haley Lu Richardson) para as férias - e as discussões já começam por aí. Existe também três gerações de uma família, o avô (F. Murray Abraham), o pai (Michael Imperioli) e o filho (Adam DiMarco) que se hospedam no hotel na Sicília para procurar seus parentes distantes, mas nos momentos em que estão juntos, o assunto que está em pauta é a forma como estas diferentes gerações enxergam as mulheres, o amor e o sexo. Existem ainda duas garotas de programa locais (Simona Tabasco e Beatrice Grannò) que tentam ganhar a vida como podem enquanto a gerente do hotel (Sabrina Impaciatore) vive de vigilância em cima delas. Para completar, temos dois casais de amigos, um riquíssimo formado por Cameron (Theo James) e Daphne (Meghann Fahy) e outro composto pela advogada Harper (Aubrey Plaza) e o empresário Ethan (Will Sharpe) que viverão uma tensão crescente até o último episódio. Ah, claro, no primeiro episódio fica claro que aconteceram algumas mortes no hotel - até que a história retroceda e conte como foi a semana daqueles personagens enquanto especulamos quem morreu e quem matou diante. Se Jennifer Coolidge faz mais do mesmo na pele de sua personagem,  o prêmio de minha personagem favorita da temporada vai para Aubrey Plaza, que está perfeita como a mulher que não suporta o casal de amigos do esposo que lhe fazem  companhia naqueles hotel. Após o final absurdo desta temporada, ficamos com o gostinho de quero mais e esperando para ver o que Mike White irá aprontar da próxima vez. Aqui ele parece um tantinho mais controlado do que na temporada anterior (e os personagens tiveram que ralar muito para se impor aos cenários de encher os olhos que aparecem por aqui), mas, como parece ser o lema de White Lotus, mesmo o paraíso está contaminado por um verdadeiro inferno astral de seus habitantes. Não sei porquê, mas depois de duas temporadas praianas, seria legal ver os personagens em férias de inverno em uma nova temporada.   

 White Lotus - Segunda Temporada (EUA-2022) de Mike White com Jennifer Coolidge, Aubrey Plaza, Theo James, F. Murray Abraham, Haley Lu Richardson, Michael Imperioli, Adam DiMarco, Will Sharpe, Simone Tabasco, Tom Hollander, Beatrice Grannò, Meghann Fahy e Sabrina Impacciatore. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

PL►Y: O Desconhecido

 
Joel e Sean: cada vez mais estranho. 

Mark Frame (Joel Edgerton) acaba de conhecer seu novo parceiro para serviços sujos, o estranho Henry Teague (Sean Harris). Os dois se conheceram há pouco tempo e Mark parece cada vez mais tenso em ter que trabalhar com alguém de comportamento instável, por sua vez, por mais que Henry tente ser simpático, sua figura nervosa sempre se torna mais instigante do que Mark parecia supor. Quando o filme de Thomas M. Wright começa, temos a impressão que será mais um daqueles dramas marginais sobre duplas que começam se estranhando e aos poucos se tornam amigas. Depois parece que se torna um filme policial convencional de investigação, mas (ainda bem) não é nada disso. Exibido no Festival de Cannes desse ano e comprado pela Netflix, O Desconhecido envereda por outros caminhos que o tornam cada vez mais surpreendente e sombrio. Boa parte desta sensação se deve ao fato do filme contar aos poucos quem é na verdade o misterioso Henry, seja por seu comportamento esquisito ou pelas sombras do passado que pretende esconder. O filme constrói assim uma narrativa ambiciosa, com uma linha narrativa que se bifurca lançando uma nova lente sobre os dois homens que conhecemos no início da sessão. Para que tudo funcione, o diretor trabalha muito bem com as ambiguidades nas atuações de Joel Edgerton e Sean Harris, num jogo de curiosidade e repulsa que se fortalece até o arrepiante último ato da sessão. Não existem tiros e perseguições, deixando que a mente do espectador trabalhe a maior parte do tempo pelo poder da sugestão e dos silêncios banhados de tensão num trabalho surpreendente do diretor. Este é o segundo longa do diretor australiano Thomas M. Wright, que antes já tinha uma consolidada carreira de ator (ele interpretou o Johnno, par de Elisabeth Moss em Top of the Lake) e aqui ele já demonstra habilidade no tratamento de temas difíceis e construção de uma narrativa de tensão crescente e, o pior de tudo, foi inspirada em uma história real. Conhecendo este último elemento, a história se torna ainda mais assustadora, assim como a performance de Sean Harris, que apresenta aqui o melhor trabalho de sua carreira num exercício sutil de timidez e aflição soturna. 

O Desconhecido (The Stranger / Austrália - 2022) de Thomas M. Wright com Joel Edgerton, Sean Harris, Jada Alberts, Cormac Wright, Steve Mouzakis e Alan Dukes. 

GLOBO DE OURO 2023

Depois de um ano complicado, o Globo de Ouro finalmente realizou as mudanças que havia proposto para si em nome do prestígio que ainda tinha. O resultado é o retorno para a exibição na televisão e a melhor lista de indicados em muito tempo. Obviamente que alguns queridos da temporada ficaram de fora (como Till e Entre Mulheres), mas confesso que fiquei muito feliz com a lembrança de Carolina  e  Ciao Papa entre as canções. Nas categorias televisivas, Ruptura tem minha torcida em todas as categorias e adoraria ver Aubrey Plaza premiada por seu trabalho na segunda temporada de White Lotus (que terminou ontem na HBO e já estou devendo a crítica).  A seguir todos os indicados, façam as suas apostas: 
Banshees of Inisherin: o mais lembrado com oito indicações. 

                                                 CATEGORIAS DE CINEMA

MELHOR FILME – DRAMA
"Avatar: O caminho da água"
"Os Fabelmans"
"Tár"
"Top Gun: Maverick"

MELHOR FILME - COMÉDIA/MUSICAL
"Babilônia"
"Os Banshees de Inisherin"
"Glass Onion: Um Mistério Knives Out"
"Triângulo da tristeza"

 MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
"Inu-Oh"
"Marcel the Shell with Shoes On"
"Gato de Botas 2: O Último Pedido"
"Red: Crescer é uma Fera"

MELHOR DIRETOR
James Cameron - "Avatar: O caminho da água"
Martin McDonagh, "Os Banshees de Inisherin"
Steven Spielberg - "Os Fabelmans"

MELHOR ROTEIRO
Todd Field, "Tár"
Tony Kushner & Steven Spielberg, "Os Fabelmans"
Martin McDonagh, "Os Banshees de Inisherin"
Sarah Polley, "Entre mulheres

ATOR EM FILME - COMÉDIA/MUSICAL
Diego Calva, "Babilônia"
Daniel Craig, "Glass Onion: Um Mistério Knives Out"
Adam Driver, "Ruído branco"
Colin Farrell, "Os Banshees de Inisherin"
Ralph Fiennes, "O Menu"

ATOR EM FILME – DRAMA
Brendan Fraser - "The Whale"
Hugh Jackman - "The son"
Bill Nighy - "Living"
Jeremy Pope - "The inspection"

MELHOR ATRIZ EM FILME – DRAMA
Cate Blanchett - "Tár"
Olivia Colman - "Império da luz"
Viola Davis - "A mulher rei"
Michelle Williams - "Os Fabelmans"

MELHOR ATRIZ EM FILME - COMÉDIA/MUSICAL
Margot Robbie - "Babilônia"
Anya Taylor-Joy - "O Menu"
Lesley Manville - "Sra. Harris vai a Paris"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM FILME
Angela Bassett, ""Pantera Negra: Wakanda para sempre""
Kerry Condon, "Os Banshees de Inisherin"
Dolly De Leon, "Triângulo da tristeza"
Carey Mulligan - "Ela disse"

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM FILME
Brendan Gleeson, "Os Banshees de Inisherin"
Barry Keoghan, "Os Banshees de Inisherin"
Brad Pitt, "Babilônia"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"RRR" (India)
"Close" (Bélgica)
"Decision to leave" (Coreia do Sul)

MELHOR TRILHA ORIGINAL EM FILME
Hildur Guðnadóttir, "Entre mulheres"
Justin Hurwitz, "Babilônia"
John Williams, "Os Fabelmans"
Carter Burwell, "Os Banshees de Inisherin"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL EM FILME
"Hold My Hand" ("Top Gun: Maverick")
"Lift Me Up" ("Pantera Negra: Wakanda para sempre")
"Naatu Naatu" ("RRR")

Ruptura: eu na torcida!

CATEGORIAS DE TV

MELHOR SÉRIE DE TV - DRAMA
"Better Call Saul"
"The Crown"
"A Casa do Dragão"
"Ozark"

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE TV - DRAMA
Jeff Bridges, "The Old Man"
Kevin Costner, "Yellowstone"
Diego Luna, "Andor"
Bob Odenkirk, "Better Call Saul"

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE TV - DRAMA
Emma D'arcy – 'A casa do dragão"
Laura Linney – "Ozark"
Imelda Staunton – "The Crown"
Hilary Swank – "Alasca: Em Busca da Notícia"
Zendaya – "Euphoria"

SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME
"Black Bird"
"Dahmer: Um Canibal Americano"
"Pam & Tommy"
"The Dropout"
"The White Lotus: Sicily"

ATOR EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME
Taron Egerton - "Black Bird"
Colin Firth - "A Escada"
Andrew Garfield - "Em nome do céu"
Evan Peters - "Dahmer: Um Canibal Americano"
Sebastian Stan - "Pam & Tommy"

ATRIZ EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME
Jessica Chastain - "George and Tammy"
Julia Garner - "Inventando Anna"
Lily James, - "Pam & Tommy"
Julia Roberts - "Gaslit"
Amanda Seyfried - "The Dropout"

ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME
Jennifer Coolidge - "The White Lotus"
Claire Danes - " A Nova Vida de Toby"
Daisy Edgar-Jones - "Em nome do céu"
Niecy Nash-Betts - "Dahmer: Um Canibal Americano"
Aubrey Plaza - "The White Lotus"

ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME
F. Murray Abraham - "The White Lotus"
Domhnall Gleeson - "O paciente"
Paul Walter Hauser - "Black Bird"
Richard Jenkins - "Dahmer: Um Canibal Americano"
Seth Rogen - "Pam & Tommy"

MELHOR SÉRIE DE TV - COMÉDIA/MUSICAL
"Abbott Elementary"
"O Urso"
"Hacks"
"Only Murders in the Building"

ATOR EM SÉRIE DE TV - COMÉDIA/MUSICAL
Donald Glover - "Atlanta"
Steve Martin - "Only Murders in the Building"
Martin Short - "Only Murders in the Building"
Jeremy Allen White - "O Urso"

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE TV - COMÉDIA/MUSICAL
Quinta Brunson - "Abbott Elementary"
Kaley Cuoco - "The Flight Attendant"
Selena Gomez - "Only Murders in the Building"
Jean Smart - "Hacks"

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA-MUSICAL OU DRAMA
John Lithgow - "The Old Man"
Jonathan Pryce - "The Crown"
Tyler James Williams - "Abbott Elementary"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA-MUSICAL OU DRAMA
Elizabeth Debicki - "The Crown"
Hannah Einbinder - "Hacks"
Julia Garner - "Ozark"
Janelle James - "Abbott Elementary"
Sheryl Lee Ralph - "Abbott Elementary"