Winona: momento de luz na carreira.
Desde que foi lançado o primeiro trailer, Stranger Things foi direto para o pódio de estreias mais esperadas do ano. A nova série de mistério da Netflix foi lançada há uma semana é já possui fãs fiéis aguardando a segunda temporada (que acaba de ser encomendada). A trama é ambientada na pequena cidade de Hawkins onde uma série de fatos estranhos começam a acontecer após o desaparecimento do menino Will (Noah Schnap). Para o desespero da mãe, Joyce (Winona Ryder) ninguém sabe direito o que aconteceu com menino e a polícia não parece muito preocupada, já que em Hawkins faz uns vinte anos que ninguém desaparece (e realmente pensam que ele aparecerá em breve). Não demora muito para que a mãe de Will passe a receber telefonemas estranhos ou ver luzes piscantes e considerar que o filho quer enviar-lhe uma mensagem. Não bastasse isso, começam a existir indícios de que uma criatura estranha anda pelas redondezas. Enquanto Joyce tenta encontrar o filho por conta própria, o xerife Jim Hopper (David Harbour) tenta entender o que está acontecendo numa cidade que costumava ser bastante tranquila e o trio de amigos de Will também irão se aventurar em busca do amigo - só que no caminho os pequenos Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin) aparecerá uma misteriosa menina (Millie Bobby Brown) e... melhor parar por aqui. A criação dos irmãos Duffer ainda conta com o charme de ser ambientada no início dos anos 1980, caprichando na reconstituição de época que vai para além dos cenários e figurinos: os personagens realmente agem como se estivessem num filme dos anos 1980! Seja nas referências que aparecem nos diálogos ou nos dilemas juvenis que enfrentam, existe uma atmosfera oitentista que torna Stranger Things muito mais coerente e um tanto nostálgica. Misturando E.T. (1982) com Conta Comigo (1986), Goonies (1985), Poltergeist (1982) e tantos outros filmes que misturavam doses de humor e mistérios, a direção consegue manter o interesse ao amarrar os oito episódios como se compusessem um filme envolvente de pouco mais de seis horas de duração. A diversidade do elenco, com núcleos formados por adultos, adolescentes (com direito à um triângulo amoroso) e infantis, também ajuda a dar forma ao programa para que agrade diversas faixas etárias. Embora o nome de Winona Ryder apareça primeiro nos créditos, o grande destaque da série são as crianças escolhidas criteriosamente pelos produtores (e a menina Millie Bobby Brown é um verdadeiro achado), são os pequenos que tomam a nossa atenção durante os episódios. Vale ressaltar que, como fã de Winona, fico feliz de vê-la retornar aos holofotes depois de uma fase estranha na carreira, aqui ela se joga no papel de mãe desesperada sem paraquedas, sem medo de cometer exageros, afinal trata-se da sua grande chance desde que retomou a carreira em Cisne Negro (2010). O outro destaque do elenco é David Harbour, que está ótimo como o xerife de bom coração e que parece estar apenas esperando a chance de se tornar herói na cidadezinha que escolheu para fugir de seus próprios fantasmas. Tão divertido quanto assustador, Stranger Things nem parece ter sido criado praticamente por uma dupla de poucos trabalhos no currículo. Até aqui The Duffer Brothers (como os manos assinam a produção) tinham apenas dois curtas de terror, um longa de suspense no currículo (Escondidos, lançado no ano passado e que prometo comentar em breve por aqui) e a experiência de fazer alguns roteiros para a série Wayward Pines - baseada na trilogia literária de Blake Crouch. Agora, com total liberdade para criar o universo próprio da nova série, os manos conseguiram um dos maiores acertos da temporada e que já figura como uma das melhores estreias do ano.
As crianças: referências oitentistas.
Stranger Things (EUA/2016) de The Duffer Brothers com Winona Ryder, David Harbour, Millie Bobby Brown, Matthew Modine, Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Natalia Dyer, Charlie Heaton e Joe Keery. ☻☻☻☻☻
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