Quem me conhece sabe o quanto eu adoro essa atriz, mas acho que seria muito óbvio fazer uma lista com seus cinco melhores filmes. Sendo assim, para realçar que errar é humano - mas perdoar é divino - resolvi lembrar os micos que Julianne já pagou numa telona após tornar-se mundialmente conhecida:
5 Hannibal (2000) É fácil entender como Moore se meteu no filme, afinal se trata da continuação de O Silêncio dos Inocentes e apesar de Johnatan Demme ter pulado fora da sequência, Ridley Scott (diante do sucesso de Gladiador) era tentador. O pior mesmo foram as condições do serviço, já que Julianne foi escalada para substituir a premiada atuação de Jodie Foster como a agente Clarice Starling. Se assim a comparação já era inevitável, imagine quando todo mundo sabia que o livro em que o livro era baseado não chegava aos pés do original em densidade psicológica que movia o jogo de atração e repulsa entre o bem (Clarice) e o mal (Hannibal, mais uma vez vivido por Anthony Hopkins). Sendo assim, o filme resolveu incorporar a nojeira do livro com tripas e miolos expostos. O filme foi sucesso de bilheteria, mas Julianne acabou indo parar no analista com as comparações pouco elogiosas com Jodie. Mas convenhamos que sua clarice lhe dava poucas possibilidades de atuação, caindo no velho clichê de mulher endurecida pela vida e em decadência na carreira. Melhor ser comida de canibal...
4 Leis da Atração (2004) Talvez o maior problema do filme seja ter sido lançado próximo de uma comédia dos Irmãos Coen. Era inevitável (e ainda é) não lembrar de O Amor Custa Caro (2003), estrelado por George Clooney e Catherine Zeta-Jones trocando farpas e tensões sexuais nos tribunais quando vemos Moore e Pierce Brosnan trocando farpas e tensões sexuais nos tribunais. A trama é tão convencional e previsível que nos primeiros vinte minutos já sabemos como vai acabar. O casal forma uma dupla de adovogados rivais e que acabam se casando e descobrindo que se amam! Bobinho, bobinho... fica até difícil de comentar mais sobre o filme porque minha mente simplesmente o bloqueou da memória. Melhor procurar a parceria de Moore com um autêntico filme dos Coen: O Grande Lebowski (1998), milhões de vezes mais original, engraçado e inusitado.
3 Amores de Picasso (1996) Esse aqui também é fácil de entender o motivo de Julianne ter participado: Iria atuar pela primeira vez com Anthony Hopkins e para o diretor James Ivory. Julianne ficou tão empolgada que nem se preocupou que era mera coadjuvante como uma das esposas do pintor cubista. O problema é que o roteiro é de uma chatice elevada ao cubo que não ajuda em nada a narrativa arrastada que o diretor imprime durante a sessão. Tipo de filme pretensioso que quando não dá certo dá muito errado. O filme foi esquecido nas premiações e nas prateleiras das locadoras, mas deve ser lembrado por ter marcado a estréia de uma boa atriz que atualmente anda sumida das telonas: Natascha McElhone (a esposa olhuda do pervertido seriado Californication).
2 O Vidente (2007) O filme só não fica em primeiro lugar porque Julianne nem tem muito o que fazer em cena, se seu personagem fosse substituído por uma pedaço de papelão daria no mesmo. A trama gira em torno de Nicolas Cage (que começava a ficar esquisito com suas plásticas e implantes capilares) que é um sujeito capaz de ter premonições e passa a ser solicitado pela polícia. Moore faz uma policial que fica andando atrás do vidente feito uma barata tonta e... só. Como par do protagonista escolheram Jéssica Biehl, que também tem outra personagem que não decola, que, no caso, poderia ser trocada por outro pedaço de papelão. O filme é um verdadeiro sonífero, nem os efeitos especiais salvam.
1 Evolução (2001) Se O Vidente é um sonífero, esse aqui é uma afronta ao cérebro humano. Dizem que era uma tentativa de fazer um novo
Homens de Preto (o que eu já acho péssimo), outros apostam que era para ser um pastiche do cultuado seriado
Arquivo-X (e a presença de David Duchovny ressalta isso), mas a verdade é que se trata de uns filmes mais vergonhosos já produzidos por Hollywood. Tudo é tão cretino que me recuso até em comentar muito o fiapo de trama: um grupo de cientistas descobre formas de vida alienígena que começam a se desenvolver na terra, gerando confusões e escatologia. A pergunta é como Julinne Moore foi parar num troço desses? Eu acho que a conta do cartão de crédito dela estrapolou! Ou ofereceram o papel para Gillian Anderson (a parceira de Duchovny em Arquivo X), mas como ela não torra seus tostões assim, percebeu a presepada que era. Assim, apelaram para outra ruiva. Moore, querida, nunca mais aceite um papel de segunda mão, ok!