Hugh Jackman : O Melhor ator de 2006
Mês que vem estréia por aqui Cisne Negro, o novo filme de Darren Aronofsky e até lá espero comentar sobre os filmes anteriores do cara. Vou começar pelo filme que foi a coisa mais marretada que o cara já fez. Fonte da Vida foi um desses projetos que demoram anos para ser realizados, sendo difícil de conseguir financiamento, distribuidores... precisa de astros... é cancelado despudoradamente no meio da produção. Ou seja, foi o projeto mais complicado que Darren já fez, demorando seis anos para chegar aos cinemas. Darren foi de artista promissor com Pi (1998) ao auge com Réquiem por um Sonho (2000) e achou que poderia lançar o roteiro mais maluco que lhe viesse na telha. Foi assim que surgiu The Fountain. O filme foi badalado na época da produção porque Brad Pitt e Cate Blanchett se interessaram por ele, depois desistiram do projeto e tudo foi cancelado - com um corte de metade do orçamento. Enquanto isso, Hugh Jackman desperdiçava seu talento em filmes pós-X-Men, quanto seu agente disse que ele deveria se dedicar a produções mais ambiciosas. Foi quando o roteiro de Aronofsky caiu em seu colo e ele resolveu bancar parte da produção. Fonte da Vida é um filme bem menos complicado do que dizen. Por debaixo da narrativa complexa, trata-se de uma bela história de amor sobre um homem que quer vencer a morte. O filme possui dois núcleos narrativos (e não três como os que não entendem pensam), Jackman vive o doutor Thomas Creo que tenta buscar a cura do câncer que vitima sua esposa, Izzi (Rachel Weisz), correndo contra o tempo acaba se deparando com a essência de uma árvore rara encontrada na América do Sul que tem resultados impressionantes no combate à doença. Ao lado dessa narrativa existe o livro criado por Izzi, onde um explorador espanhol (também Jackman) parte em busca dessa mesma árvore para salvar sua rainha (também Weisz) tendo que enfrentar muitos perigos. Darren insere outra camada narrativa que parece ser a do próprio Creo imortalizado rumando à uma nebulosa que os astecas acreditavam ser o destino das almas. Na verdade todas as tramas são variações do mesmo tema: o homem em busca da imortalidade, rumando ao desconhecido em busca de repostas nem sempre existentes. Aronofsky consegue conduzir suas ideias de forma coesa e arranca atuações inspiradas de seu elenco, especialmente de Jackman que apresenta nuances que mereciam o Oscar daquele ano. Sua atuação devastadora casa à perfeição com o visual do arrebatador do filme - com efeitos criados a partir de texturas químicas. Apesar de toda a alardeada complexidade, Fonte da Vida é uma história de amor em formato de ficção científica (ou seria metafísica?), o que não o faz deixar de ser lírico como todo bom romance.
Fonte da Vida (The Fountain - EUA/2006) de Darren Aronofsky com Hugh Jackman, Rachel Weisz, Sean Gulette, Ellen Burstyn e Mark Margolis. ☻☻☻☻
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