Jackman: Wolverine como manda o figurino.
Eu fui um dos sujeitos que torceu o nariz quando Bryan Singer topou adaptar o universo dos mutantes da Marvel para o cinema. Fã de carteirinha dos dois filmes anteriores do cara - o oscarizado Os Suspeitos (1995) e o menos badalado O Aprendiz (1998) - eu (e todo resto da humanidade) andava desconfiado de filmes inspirados em HQ depois das peruagens de Batman e Robin (1997). Singer procurava credibilidade ao declarar que a maioria dos filmes de heróis não funcionavam porque os diretores não tinham consciência de que estavam fazendo filmes e não histórias em quadrinhos. Deu para entender? Bem, se não deu bastou ver o primeiro filme da franquia mutante para perceber que Singer continuava não brincando em serviço. Pra começar, o longa tem a abertura mais bacana dos filmes dos mutunas: num campo de concentração, temos a impressão de estar diante de mais um filme sobre o holocausto, até o momento em que somos apresentado aos poderes de um Magneto nos primórdios. Depois somos apresentados aos personagens sem pressa, percebemos que Professor Xavier (Patrick Stewart) é o líder pacifista dos mutantes e os ensina a domar seus poderes na sua escola. O seu lado oposto é Magneto (o excelente Ian McKellen), líder da fraternidade mutante e que teme que a intolerância humana volte a vitimar os diferentes, até aí tudo bem, só que Magneto acredita que a melhor defesa é o ataque - e para isso conta com a ajuda de mutantes como Mística (Rebecca Romjin Stamos, que entra muda e sai calada, mas ganhou uma legião de fãs), Groxo e Dente de Sabre. O filme é curto, com uma hora e meia e Singer priorizou a apresentação dos persgonagens, entre eles Cyclope (James Marsden), Jean Grey (Famke Janssen), Tempestade (Halle Berry, ainda sem Oscar), Vampira (Anna Paquin), mas o que mais chamou atenção foi o então desconhecido Hugh Jackman como Wolverine. Jackman se tornou astro da noite para o dia depois que encarnou o mutante com garras de adamantium e recebeu cada vez mais destaque na série. Em pensar que ele nem era o favorito para o papel, tendo aceito depois da desistência de Russel Crowe e do afastamento de Dougray Scott (alguém lembra dele?), no fim das contas ele encarna a alma impressa por Singer no filme: nada de maniqueísmo. A coisa mais bem sacada de Singer foi criar analogias em todo o filme sobre uma realidade que conhecemos bem: o medo gerando preconceito e terrorismo. Esse fator deu um verniz político ao filme que serviu de referência para os filmes de heróis que se seguiram. Nada mal para um diretor que nem era fã de gibi!
X-Men - O Filme (X-Men - The Movie) de Bryan Singer com Hugh Jackman, Patrick Stewart, Halle Berry, Ian McKellen e Famke Janssen. ☻☻☻
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