A Família Addams: a mais cool de todos os tempos.
Lembrei dos filmes da Família Addams por quatro motivos nesta semana: ter me decepcionado com Sombras da Noite de Tim Burton, os debates sobre Halloween no Brasil, dia de finados e ter assistido a um pedaço de Gomez & Cia numa dessas bem vindas reprises da TV por assinatura. Levei um susto quando me toquei que a já clássica primeira aventura do diretor Barry Sonnenfeld pelo universo criado por Charles Adams já tem mais de duas décadas de lançamento nas telonas (ai meu Chronos!). Pra começar, os filmes de Sonnenfeld teve uma das melhores escolhas de elenco da década de 1990, Raul Julia na pele do galante Gomez está perfeito, assim como Anjelica Huston na pele (pálida) de uma sensual Mortícia Adams (acho que só ela e Michelle Pfeiffer - como Mulher Gato - se tornaram a cara de personagens já consagrados anteriormente), além disso o elenco contava com uma pequena Christina Ricci tornando Vandinha/Wednesday uma das crianças mais cool do cinema e Christopher Lloyd como o sinistramente adorável Fester. Ah, claro, não poderia me esquecer da famigerada mão decepada que tornou-se um dos 'mascotes' mais adorados com o lançamento do filme. Os fãs mais fervorosos da série reclamaram que a história ficou bem mais leve do que a apresentada na série de TV, mas ainda assim o roteiro tem bons momentos de besteirol temperado com muito humor negro. A trama acompanha os Addams às voltas com um golpe de seu advogado desonesto (Dan Hedaya). Ele e a esposa (Elizabeth Wilson) estão em crise financeira e preparam um golpe para roubar o tesouro dos Addams. Faz tempo que Gomez procura seu irmão desaparecido e o advogado percebe que o filho, Gordon (Lloyd), é muito parecido com o desaparecido Fester e pede para que finja ser o membro da família Addams. A farsa armada consegue causar um abalo na família, colocando em risco a integridade financeira e a união entre eles, no entanto, Gordon sente-se tão bem na companhia daquela bizarra família que já considera um verdadeiro membro. Sucesso de bilheteria e indicado ao Oscar de figurino, todo mundo percebe que o estúdio pegou leve na versão para a telona para conquistar a empatia do grupo - mas as tiradas de Wandinha ao lado de seu mano Pugsley (Jimmy Workmen), momentos como Gomez visivelmente excitado com Mortícia numa câmara de tortura e a brincadeira de desenterrar o morto no Halloween ainda provocam risadas, além da participação do sempre curioso primo Itt (que parece mais um gêmeo do Capitão Caverna). O final do filme deixava uma vaga ideia para a continuação, como o público aceitou bem a família ?(fazendo o filme render três vezes o orçamento original só nos EUA) a produção do segundo foi encomendada. Assistindo à Família Adams 2 percebe-se que houve um maior cuidado com a produção, fotografia, direção de arte (indicada ao Oscar) e efeitos especiais, assim como o roteiro. A impressão é que se todo o primeiro filme girava em torno dos conflitos de Gomez e Fester, desta vez, todo mundo tem uma subtrama própria. A chegada do bebê Pubert (meigo, rosado e bigodudo) fortalece ainda mais o laço matrimonial entre Mortícia e Gomez, porém, enche Fester de descontentamento, já que começa a pensar em ter sua própria família. A pretendente é a babá de Pubert, Debbie (Joan Cusack, se divertindo até mais do que devia com o papel de mulher sexy e perigosa). Só que Vandinha e Pugsley são mais espertos do que a babá e percebem que ela é uma charlatã doida para dar o golpe do baú. Nessa confusão, Debbie convence Mortícia e Gomez a mandar os dois para um acampamento de verão - onde acontece algumas das cenas mais engraçadas do filme. O texto é visivelmente mais demonstra a pretensão do filme superar o primeiro, mas se a crítica aprovou o público torceu o nariz. Talvez por investir mais no estranhamento da família, o público não conferiu ao longa uma bilheteria satisfatória para as expectativas do estúdio (nos EUA rendeu menos de 50 milhões). O final meio apressado também não ajuda muito, mas as desventuras no acampamento compensam os tropeços. O espaço garantido para Vandinha na trama é apenas um reflexo do enorme apelo perante o público que a brilhante Christina obteve, pena que Hollywood não dá o devido valor à moça depois que ela cresceu. Com o falecimento de Raul Júlia (em 1994) a franquia acabou órfã quando começavam as especulações sobre um terceiro filme - mas, não se assuste se em breve, Hollywood recauchutar a franquia (embora, dificilmente consega juntar um elenco tão inspirado novamente).
A Família Addams (The Addams Family/EUA-1991) de Barry Sonnenfeld com Anjelica Huston, Raul Julia, Christina Ricci, Christopher Lloyd e Dan Hedaya. ☻☻☻
A Família Addams 2 (Addams Family Values/EUA-1993) de Barry Sonnenfeld com Anjelica Huston, Raul Julia, Christina Ricci, Christopher Lloyd e Joan Cusack. ☻☻☻
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