quinta-feira, 8 de maio de 2025

PL►Y: Sex (Love Dreams)

Jan Gunnar Røise: relacionamento em conflito.

Avdelingsleder (Thorbjørn Harr) é o chefe de Feier (Jan Gunnar Røise) no trabalho de limpeza de chaminés. Entre um trabalho e outro os dois começam a conversar sobre um sonho que deixou Avde intrigado. Ele sonhou que David Bowie o observava como se apreciasse uma mulher. Ainda que fosse um sonho, a sensação vivenciada por ele foi muito real e o deixou pensativo. Ele não imaginava que após relatar o sonho, o colega iria lhe confidenciar que transou com um homem pela primeira vez no dia anterior. Vale ressaltar que ambos se consideram heterossexuais, são casados com mulheres e possuem filhos numa estrutura familiar bastante convencional e sem maiores conflitos, pelo menos até aquele momento. Feier conta com bastante naturalidade sobre o ocorrido, da mesma forma que contou para a esposa sobre a experiência e acreditou estar tudo bem, afinal, para ele traição seria manter um relacionamento afetivo com alguém fora do casamento, o que não é o caso. Porém, Feier não imaginava que  sua esposa, Lege (Anne Marie Ottersen), começaria a questionar um casamento que aparentava total estabilidade. O primeiro filme da trilogia Sex Love Dreams de Dag Johan Haugerud já demonstra que o diretor quer fazer a plateia embarcar em uma reflexão sobre os temas que dão título aos filmes do projeto. Não quer apontar respostas, dizer quem está certo ou errado, mas fazer a cabeça do espectador fermentar perante as ações dos personagens. Ao longo do filme Feier, que parecia tão confiante com sua primeira experiência sexual com outro homem, começa a perceber como isso afeta seu relacionamento com a esposa - além disso, um certo temor começa a se instaurar sobre a percepção que as pessoas possuem dele. Embora ele repita o tempo inteiro que não é gay (da mesma forma que ressalta que beber cerveja não o torna um alcoólico) suas interações com a esposa se tornam cada vez mais difíceis em conversas sobre ciúme, desejo e fidelidade. O ator Jan Gunnar consegue dar conta do personagem em conflito por um viés inusitado, seu rosto de certinho, sua expressão sempre acanhada e uma certa ausência de sex appeal nos desperta uma sensação diferente ao tentar julgá-lo e por vezes gera risos nervosos, como naquele momento em que a esposa pede para que conte (em detalhes) como foi fazer sexo com outro homem. Aos poucos a dinâmica entre os dois se torna uma tortura psicológica, ela cada vez mais cortante e ele cada vez mais esquivo, dando a impressão que somente a demonstração de alguma culpa (algo que ele não apresenta no início) será capaz de amenizar a tensão instaurada. Fosse só a trama de Feier em crise o filme já seria interessante, mas o texto escorrega ao ter de lidar com os sonhos do outro homem da trama. Sem saber muito para onde ir com Avdelingsleder (que nome difícil para um personagem), o que poderia ser uma discussão interessante sobre gênero e religiosidade (este um tema que rende um dos diálogos mais inusitados do filme) fica pelo meio o caminho. Duas curiosidades sobre o filme: ele não possui cenas de sexo e conta com uma pequena participação de Bjorn (Lars Jacob Holm), que recebe mais destaque em Love, o segundo filme da trilogia.  O fato é que o longa me deixou ainda mais curioso para ver a terceira parte da trilogia, Dreams, que ainda não tem previsão de estreia por aqui. 

Sex (Sex / Noruega - 2024) de Dag Johan Haugerud com Thorbjørn Harr, Jan Gunnar Røise, Siri Forberg, Anne Marie Ottersen e Birgitte Larsen.

NaTela: Thunderbolts*

Florence e seus amigos: heroísmo e saúde mental. 
 
Concebido para ser uma espécie de Esquadrão Suicida da Marvel, o filme que tinha a missão de juntar um grupo de personagens renegados do estúdio recebeu uma missão extra ao longo do tempo: empolgar a plateia saturada de produções de super-heróis que apresentam mais do mesmo. A Marvel cometeu tantas variadas bobagens desde o seu auge com o evento que foi Vingadores: Ultimato (2019) que ela mesma ficou perdida em meio a todos os projetos e personagens que deixou ao longo do caminho (a lista gigantesca inclui desde o filme dos Eternos, passando por SheHulk, Shang Chi, Echo e a lista segue...). O próprio MCU percebeu que a coisa estava degringolando e viu que estava na hora de puxar o freio de mão e elaborar melhor seus projetos (talvez As Marvels/2023 seja o ponto mais baixo do estúdio, já que reuniu três personagens importantes só para criar um pastiche sem graça do universo em que estão inseridas). Ano passado a Marvel resolveu nos agraciar com Deadpool e Wolverine (2024) para aprofundar o clima de galhofa que se tornou o multiverso no objetivo de capitalizar sucessos passados embalado pela nostalgia dos fãs ainda dispostos a gastar dinheiro para ver seus heróis na telona (e o filme se tornou o segundo mais visto de 2024 com quase um bilhão e meio nos caixas). Não sei vocês, mas no lançamento de Capitão América: Admirável Mundo Novo (2024) senti um climão de ressaca e ninguém se empolgou muito com o filme (e não posso falar muito porque ainda não o assisti). Diante de tudo isso, Thunderbolts* tem o objetivo de voltar a nos empolgar com o universo Marvel nas telonas e, o melhor de tudo, ele consegue. Saí do cinema com a esperança de que o MCU pode voltar aos trilhos depois de tantos projetos mal planejados em sua conturbada Fase5. Devemos agradecer muito ao diretor Jake Schreier que torceu o nariz para a ideia inicial do filme e com os roteiristas Eric Pearson e Joanna Calo conseguiu dar um coração para a trama. Assim, a história começa com uma crise existencial vivida por Yelena (Florence Pugh, ótima como sempre), que após tantos acontecimentos complicados em sua vida de mercenária percebe que precisa fazer algo mais na vida. Essa crise a leva a conversar com a patroa, a diretora da CIA, Valentina Alegra (Julia Louis-Dreyfus, vivendo a versão mais sombria de Celina Meyer de Veep) em busca de um trabalho menos clandestino. Não demora muito para ela se ver junto com os personagens Fantasma (Hannah John-Kamen), Treinadora (Olga Kurylenko), Agente Americano Wyatt Russell e o desconhecido Bob (Lewis Pulman) em uma missão que parece cada vez mais uma queima de arquivo. Eles nem imaginam que aquele é só o início de grandes problemas que lidam diretamente com as ambições de Valentina (que responde por um processo de impeachment que pode sepultar de vez sua carreira) e o resultado de uma experiência que pode sair do controle. Jake Schreier (que antes dirigiu Frank e o Robô/2012 e a série Treta/2023 ) conduz seus personagens em uma sintonia perfeita em uma trama que se beneficia pelo sabor do imprevisível, finalmente aqui, nós tememos pelos personagens, com a sensação de que algo muito ruim pode acontecer - especialmente quando somos apresentados ao vilão da história que ganha ainda mais força quando o filme revela tratar-se de saúde mental (e adorei a referência com Quero Ser John Malkovich/1999 quando os personagens pulam de uma lembrança para outra como se passeassem por cômodos do inconsciente). A ideia de tratar um assunto sério, e em constante debate nos dias atuais, não oferece ao filme um viés oportunista, pelo contrário, cria uma base sólida para a construção da história que a torna mais coerente desde o seu ponto de partida. Obviamente que não posso deixar de mencionar a presença do Soldado Invernal (Sebastian Stan) e o Guardião Vermelho (David Harbour) ao longo da trama, mas quem brilha mesmo é Florence Pugh, mais uma vez se reafirmando como um dos grandes nomes de sua geração. Thunderbolts* ganha pontos por trazer uma trama conectada ao gigantesco universo Marvel, mas que consegue ser redondinho e independente, Quarteto Fantástico deve seguir pelo mesmo caminho e, se for assim, já podemos comemorar. 
 
Thunderbolts* (EUA-2025) de Jake Schreier com Florence Pugh, David Harbour, Sebastian Stan, Julia Louis-Dreyfuss, Wyatt Russell, Lewis Pullman, Hannah John-Kamen, Olgua Kurylenko e Geraldine Viswanathan.   

Na Tela: Homem dom H

Jesuíta Barbosa: performance de respeito. 

Quando soube que estavam produzindo uma cinebiografia sobre Ney Matogrosso eu fiquei um tanto receoso, já que todo mundo já deve estar cansado daquelas biografias protocolares sem sal de colagem de fatos soltos sobre a vida de um artista conhecido, mas que não carrega nada da identidade do retratado. Poucos filmes se salvam da seara do gênero, se pegarmos os filmes brasileiros, basta ver o bom resultado de Dois Filhos de Francisco (2005) em contraposição com a decepcionante Meu Nome é Gal (2018). Vale ressaltar que não estou discutindo gosto musical por aqui, mas estou falando de cinema e sua capacidade de contar histórias bem construídas em uma narrativa envolvente. Eu comecei a ficar animado com Homem com H por conta do projeto ser idealizado por Esmir Filho, um cineasta para prestarmos atenção desde sua estreia com o atmosférico Os Famosos e os Duendes da Morte (2009), depois eu soube que escalaram Jesuíta Barbosa para viver o artista na telona, mas fiquei preocupado, já que sempre percebi Jesuíta um ótimo ator para viver personagens contidos que vivem seus conflitos de forma mais internalizada, não consegui nem imaginar o ator pernambucano convencendo no palco com os Secos e Molhados, por exemplo. Sorte que o rapaz realizou uma preparação física poderosa e está perfeito como Ney Matogrosso, encarnando sua pessoa discreta fora dos palcos e aquela persona mítica dos palcos (tanto que em algumas cenas eu fiquei pensando se eram cenas de arquivo ou com o ator). Melhor ainda constatar que Esmir Filho emoldura a performance arrebatadora do seu protagonista com uma produção de respeito. Pra começar, ele não se esquiva de abordar a sexualidade de seu biografado, seja nos palcos ou fora dele, o filme transborda uma energia sexual para lá de envolvente, seja pelos movimentos no palco, a vida de Ney com seus parceiros ou com o uso das letras para emular sentidos que por vezes até esquecemos por julgar que as conhecemos tão bem. Particularmente adorei a parte dedicada à música que dá nome ao filme, confesso que fiquei hipnotizado com a montagem desta parte - vale ressaltar que a edição é perfeita em sua alternância de ritmo sem perder a fluência entre as cenas mais dramáticas e, digamos, as mais... eufóricas. O longa usa  sucessão de episódios importantes sobre a vida do cantor par subverter a própria fórmula, ele nunca perde o seu fio condutor amparado pela relação de Ney com a arte, a construção de sua identidade artística intensa e sua personalidade serena, além do espectro do tempestuoso relacionamento com o pai (vivido por Rômulo Braga). O cuidado de Esmir Filho em suas escolhas para tecer a trajetória de Ney na telona é de um cuidado minucioso, construindo um arco emocional que não se rompe ao longo de duas horas e envolve o espectador com um personagem transgressor, instigante e necessário para os tempos caretas que atravessamos. Ao final do filme, Ney (que participou ativamente das filmagens) surge radiante com seus 83 anos e nos faz pensar no conceito de imortalidade não apenas de sua voz única. Para os fãs (como eu) é um verdadeiro deleite, para quem não é, torna-se apenas obrigatório. 

Homem com H (Brasil / 2025) de Esmir Filho com Jesuíta Barbosa, Rômulo Braga, Hermila Guedes, Bela Leindecker, Jeff Lyrio, Bruno Montaleone, Mauro Soares, Jullio Reis e Ney Matogrosso. ☻☻☻☻

domingo, 4 de maio de 2025

PL►Y: Love (Sex Dreams)

Andrea e Thomas: coisas do amor no século XXI.

Marianne (Andrea Bræin Hovig) é uma médica bem resolvida emocionalmente que não faz muita questão de ter um relacionamento amoroso. Ela costuma ter conversas sobre o assunto com o enfermeiro Tor (Tayo Cittadella Jacobsen) e a amiga Heidi (Marte Engebrigtsen), que prepara uma atividade cultural para celebrar o aniversário da cidade junto a vários artista. Tor também não está em nenhum relacionamento no momento, mas costuma usar o Grindr quando a solidão aperta. Marianna por sua vez flerta cada vez mais com um amigo de Heidi, Thomas (Thomas Gullestad), que é mora ao lado da ex-esposa e divide com ela a guarda das duas filhas. Embaralhando seus personagens e o que eles desejam de uma relação, o norueguês  Dag Johan Haugerud propõe ao espectador uma reflexão sobre o amor nos tempos atuais. O maior mérito do filme é soar bastante contemporâneo e nada hermético ou moralista. Mesmo quando os diálogos parecem ter saído de uma sessão de terapia, o filme consegue fluir muito bem, especialmente pela desenvoltura naturalista do elenco tão a vontade nos personagens que nem parece estar interpretando. Há momentos muito interessantes como aquela cena em que uma personagem está interessada em um homem, mas acaba saindo com outro, ou aquele momento em que ela começa a projetar sua infância em outros personagens, causando uma avalanche de emoções em que ela não está preparada para lidar. É interessante ver como a forma como alguns personagens soam pragmáticos demais quando falam de se apaixonar, como se fosse possível haver um controle total sobre os sentimentos e o desejo, como se as regras estabelecidas servissem como mandamentos para a vida amorosa perfeita. Mera ilusão. Dentro dos personagens o que mais me chamou atenção foi Bjorn (Lars Jacob Holm), um psicólogo que procurar pessoas para conversar no Grindr e perto do desfecho tem um longo diálogo sobre como lidou com horrores da AIDS nos anos 1980 e a forma como sua vida sexual o fez sentir-se um verdadeiro sobrevivente diante de todas os exames e perdas que vivenciou. Bjorn é um desses que tentou seguir as regras que ele mesmo estabeleceu por uma vida amorosa idealizada, mas ao mesmo tempo parece estar sempre procurando por algo que não havia aparecido até que, melhor não contar. A forma como o filme lida com os dilemas de seus personagens emoldurados pela belíssima fotografia de cartão postal faz da obra uma produção envolvente. O longa compõe a trilogia Sex Love Dreams de Dag Johan Haugerud, Love é o episódio do meio (que já está disponível na Reserva Imovision ao lado de Sex, que comentarei em breve). Vale lembrar que a conclusão, o terceiro episódio, Dreams tornou-se o grande vencedor do Leão de Ouro do Festival de Berlim deste ano.  

Love (Kjærlighet / Noruega - 2024) de Dag Johan Haugerud com Andrea Bræin Hovig, Tayo Cittadella Jacobsen, Thomas Gullestad, Lars Jacob Holm e Marte Engebrigtsen. ☻☻☻☻

PL►Y: Um Homem Diferente

Adam e Sebastian: a aparência em crise de identidade.

 Edward (Sebastian Stan) é um ator com neurofibromatose e, por conta dos inúmeros tumores benignos que desenvolve, sua aparência tornar-se bastante peculiar. Existe uma grande frustração em Edward já que tudo ao seu redor é pautado pela forma com que as pessoas reagem à sua condição. Dos trabalhos para os quais é escolhido à forma como as pessoas interagem com ele, tudo é vivenciado com bastante desconforto. Até quando ele começa a se aproximar da vizinha Ingrid (Renate Reinsvie), a aparência se torna um impeditivo para qualquer investimento que o relacionamento avance para algo maior. Na esperança de haver alguma mudança em sua vida, Edward aceita participar de um tratamento experimental para a doença em questão. Edward sempre imagina que na pesquisa ele ficou com o grupo de controle que tomará os placebos, mas se surpreende quando percebe que seu rosto está se deteriorando até que... um novo rosto surja abaixo do antigo. Animado com as possibilidades de sua nova aparência, Ed assume uma nova identidade, mas a coisa desanda quando reencontra Ingrid em seu novo projeto e existe a estranha sensação que a ruptura com sua antiga vida lhe causou danos nunca imaginados. Muito do interesse que nutri pelo filme, surgiu da forma como me esquivei de saber maiores informações sobre a trama e me surpreendi bastante com os rumos que o diretor e roteirista Aaron Schimberg escolheu para construir a história. Misturando um tanto de metalinguagem e crise de identidade, o filme mergulha cada vez mais nos conflitos do protagonista que perdeu de si mesmo no meio do caminho. Neste processo, seu contato com o confiante Oswald (Adam Pearson, um ator que realmente possui neurofibromatose) tornará sua nova vida ainda mais complicada. Sebastian Stan está ótimo no papel principal, com ou sem a maquiagem pesada (indicada ao Oscar) ou a máscara que usa em algumas cenas, a forma como atua com seus gestos, voz e posturas deixam claro o quanto seu personagem está passando por uma crise de identidade fortíssima. Seu prêmio de atuação no Festival de Berlim foi merecido, assim como o Globo de Ouro de ator de comédia ou musical (curiosamente, a categoria feminina ficou com Demi Moore por A Substância que encontra semelhanças com este outro aqui em sua abordagem da destruição do selfie). Este é o tipo de filme que ao terminar eu fico imaginando de onde o seu criador conseguiu tamanha inspiração. Ajuda a entender o fato de que Schimberg nasceu com lábio leporino e, assim como visto em seu filme anterior (Acorrentado para a Vida/2018 também estrelado por Adam Pearson) curte explorar temáticas sobre, digamos, aparências diferentes. Misturando humor negro, psicologia, drama e um tantinho de body horror, Um Homem Diferente merece uma vaga na lista de meus favoritos do ano. 

Um Homem Diferente (A Different Man / EUA - 2024) de Adam Schimberg com Sebastian Stan, REnate Reinsvie, Adam Pearson, C. Mason Wells, Owen Kline, Charlie Korsmo, Patrick Wang e Michael Shannon. ☻☻☻☻

sábado, 3 de maio de 2025

Pódio: Lady Gaga

Coringa: Delírio a Dois (2024) Aproveitando o clima do show de Lady Gaga em Copacabana, resolvi fazer uma recapitulação de sua carreira no cinema. Ironicamente a lanterninha do pódio fica com seu último trabalho ao viver a icônica personagem da DC Comics, a Arlequina. Chamada de Lee Quinzel e com a origem um tanto diferente da personagem original, ela também cai de amores pelo Coringa, mas o andamento do filme de Todd Phillips não segue o rumo esperado para a decepção geral nas bilheterias. Ainda assim, Gaga foi considerada a melhor coisa do filme, mas infelizmente tem pouco tempo de tela e acaba desperdiçada. O trabalho inspirou Gaga a produzir um álbum conceitual e ainda lhe rendeu à ela (um exagerado) Framboesa de Ouro de pior atriz e pior dupla (ao lado de Joaquin Phoenix). 

Nasce Uma Estrela (2018) Nem o Bradley Cooper aguentava mais os agradecimentos de Gaga por tê-la escolhido para ser a protagonista da nova versão deste antigo clássico. Era a estreia de Cooper na direção e era a primeira vez que a cantora recebia um papel de destaque nas telonas. Vivendo uma garçonete que sonha em ser uma grande estrela da música, a artista provou que tinha competência para se tornar uma estrela de cinema - e público e crítica concordaram para além dos suspeitos fãs. O resultado: indicações a todos o prêmios do cinema, incluindo Globo de Ouro, Oscar, Critic's Choice e a coroação com o Prêmio do Sindicato num empate com Glenn Close. Se o Oscar de atriz não veio, ela recebeu a estatueta de melhor canção original pela balada Shallow. Madonna subiu pelas paredes. 

1º Casa Gucci (2021) Confesso que olhei com desconfiança o trabalho de Gaga em seu filme anterior, mas tive a impressão que no papel certo ela demonstraria que é uma atriz de calibre elevado. Assim, quando Ridley Scott a escolheu para viver a controversa Patrizia Reggiani ninguém imaginava o grande acerto que estava a caminho. Embora o filme seja bastante criticado por não se levar a sério, Gaga salva a produção por entender exatamente o tom que o filme deveria ter. A mistura de jovem ambiciosa com esposa traída vingativa caiu como um luva para Gaga que recebeu aclamação da crítica, foi indicada a vários prêmios novamente, mas foi esnobada no Oscar. 

quinta-feira, 1 de maio de 2025

4EVER: Nana Caymmi

29 de abril de 1941 1º de maio de 2025

Nascida na cidade do Rio de Janeiro, o talento musical de Dinahir Tostes Caymmi começou cedo. Filha do compositor, cantor e músico Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana começou sua carreira artística nos anos 1960 quando gravou a faixa Acalanto ao lado do pai, a canção tem um significado ainda mais especial já que foi composta para ninar a cantora quando ainda era criança. Seu primeiro LP foi lançado em 1963. Em 1966 participou do I Festival Nacional da Canção e desde então o tom solene de sua voz grave se tornou sinônimo de um dos maiores talentos da música brasileira. Seus álbuns, parcerias e espetáculos fizeram história. Canções como "Só Louco", "Não se esqueça de Mim", "Suave Veneno" e o enorme sucesso de "Resposta ao Tempo" se mostraram atemporais. Ao longo da carreira Nana lançou 68 álbuns e se consagrou como um dos grandes nomes da MPB. A artista faleceu em decorrência de disfunção de múltiplos órgãos após um longo período de internação.