![]() |
Roz e seu filho: a doce maternidade robótica. |
O ano de 2024 foi ótimo para as animações, reflexo disso foram as indicações ao Oscar da categoria que conseguiu mesclar produções de apelo comercial impressionante (basta lembrar do fenômeno Divertida Mente2), com outras menos conhecidas que ganharam maior projeção com a indicação (Flow e Memórias de Um Caracol) - além disso, outros trabalhos interessantes acabaram ficando de fora do páreo este ano (como o elogiado Look Back). Robô Selvagem se encaixa no primeiro grupo, arrecadou uma fortuna nas bilheterias mundiais, agradou a crítica e chegou forte na categoria de melhor animação no Oscar, sendo apontado várias vezes como o favorito (e o fato de ter sido lembrado nas categorias de melhor som e trilha sonora colaboraram ainda mais para o aumento dessa expectativa). O filme conta a história de um robô inteligente chamado Roz (voz original de Lupita Nyong'o) que devido a um acidente vai parar em uma ilha desabitada. Ele se depara com um mundo totalmente diferente do qual foi projetado, sendo recebido com hostilidade pelos bichos que habitam o lugar e enfrenta desafios para lidar com o meio ambiente local. A solidão do personagem é atenuada pela companhia da esperta raposa Fink (Pedro Pascal) e a chegada de um bebê ganso que ficara sob seus cuidados até que o pequeno saiba cuidar de si mesmo... pena que apesar da relação afetiva que existe entre o robô e o bebê, alguns preconceitos entre os habitantes locais e a máquina podem comprometer a alegria de ambos. Já vimos diversas vezes filmes que robôs são capazes de ter sentimentos e aqui não é diferente. Cheio de boas intenções e lições calorosas, Robô Selvagem se desenvolve amparado por um visual belíssimo (muito da estética é inspirada na construção de cenários e uso de cores dos estúdios Ghibli) e uma trilha sonora adocicada, que ajuda ainda mais ao filme se tornar emocionante com seu apelo e analogias à maternidade (além de abordar um pouco como a I.A. pode ser ameaçadora também). Tudo isso torna o filme tão bonito quanto fofo, porém, apesar da estética e do ritmo fluente, tive a estranha sensação de já ter visto a mesma história diversas vezes. Esta falta de novidade em sua essência pode ter sido decisivo na hora dos votantes escolherem Flow como a melhor animação no Oscar deste ano.
Robô Selvagem (Wild Robot / EUA - Japão / 2024) de Chris Sanders com vozes de Lupita Nyong'o, Pedro Pascal, Kit Connor, Bill Nighy, Matt Berry, Ving Rhames, Mark Hamill e Catherine O'Hara. ☻☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário