Stellan e Austin: vilões do caminho do predestinado.
Já disponível para streaming no MAX, finalmente consegui assistir a segunda parte da adaptação de Dennis Vileneuve para o clássico de Frank Herbert. Para escrever esta postagem eu reli o que escrevi sobre o primeiro filme e mantenho tudo o que disse sobre a habilidade da produção em construir um mundo cinematográfico, sendo que aqui, por ser uma continuação, tudo está ampliado e em maior escala para expandir o que vimos no primeiro filme. A trama continua da parte que o anterior parou, quando o predestinado Paul Atreides (Thimothée Chalamet) e sua mãe (Rebecca Ferguson) passam a acompanhar os Fremen pelo deserto. Como era de se esperar, aqui Paul terá que encarar seu destino de encontro à uma profecia que sempre pairou sobre ele, tendo que provar que é mais do que um forasteiro perante aquele grupo. Com mais cenas de ação e batalhas grandiosas, a base dramática do filme é o amadurecimento de Paul rumo ao seu papel em meio às disputas daquele planeta. Para isso, ele passa por algumas provas, se envolve amorosamente com Chani (Zendaya) e se prepara para encarar o Imperador (Christopher Walken) responsável pelo massacre visto no primeiro filme - que custou a vida de seus amigos e seu pai (Oscar Isaac). Acontece que o imperador tem ao seu lado os brutais Rabban (Dave Bautista) e Freyd-Rautha (Austin Butler) que devem dar trabalho a Paul, além da filha, princesa Irulan (Florence Pugh), que pode ter papel importante nos jogos de poder que se avistam. Até que Paul encontre seu maior inimigo, são realizadas batalhes épicas pelo domínio das especiarias e discussões sobre o veracidade da profecia em meio a tudo a aquilo. Mais uma vez, tenho a impressão que Vileneuve capricha mais na forma do que no conteúdo da história que tem em mãos (ou será que o conteúdo está justamente na forma com que tudo se apresenta?). Embora as relações entre os personagens ganhe mais complexidade por aqui, a sensação de que existe sempre um preparo para algo maior que acontecerá no filme seguinte permanece. Aqui, o capricho com efeitos especiais e ambientações continua (embora algumas cenas pareçam cortadas pelo meio) e o elenco ganha reforços consideráveis com nomes de respeito. O tom épico do filme impressiona, mas não difere muito do que já foi visto no longa anterior, o que diferencia mesmo é o amadurecimento de Paul enquanto herói, algo que Chalamet entrega de forma convincente na concepção do personagem. O bom é que o filme fez mais sucesso nas bilheterias e a continuação já está mais do que garantida para dar andamento à saga. Confesso que o filme só me empolgou em sua última hora, dados todos os arranjos que precisava dar conta até ali. Se o filme manter esta tensão em seu próximo capítulo já está de bom tamanho. Entre os acréscimos do elenco, Austin Butler merece destaque em um trabalho completamente diferente de sua consagração em Elvis (2022), só lamento que provavelmente ele não aparecerá no próximo filme.
Duna - Parte 2 (Dune - Part two / EUA - Canadá - Nova Zelândia / 2024) de Denis Villeneuve com Thimothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Dave Bautista, Christopher Walken, Javier Barden, Florence Pugh, Léa Seydoux, Stellan Skarsgard, Charlotte Rampling e Josh Brolin. ☻☻☻
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