sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

PL►Y: A Garota da Agulha

Victoria: o robusto azarão do Oscar de Filme Internacional.

Dentre os cinco indicados a Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, provavelmente A Garota da Agulha esteja no desconfortável posto de azarão, afinal, três de seus concorrentes concorrem em outras categorias (a animação Flow da Letônia concorre em duas categorias, o brasileiro Ainda Estou Aqui concorre em três e o francês Emília Perez concorre em treze), já o outro concorrente (A Semente do Fruto Sagrado que concorre pela Alemanha) é um dos três filmes em língua não inglesa mais comentados do ano passado. No entanto, o longa dinamarquês tem méritos suficientes para chamar atenção, dentre os fatores que o cravou no quinta vaga da disputa (desbancando filmes favoritos à vaga como o italiano Virmiglio, o documentário senegalês Dahomey e o irlandês Kneecap) está a habilidade do diretor Magnus Van Horn de emoldurar sua trama dramática com um estilo expressionista desde as primeiras cenas para ressaltar os horrores presentes no caminho de Karoline (Victoria Carmen Sonne), uma jovem operária de uma fábrica de Compenhague no ano de 1919. Seu esposo foi para a Guerra e há mais de uma ano e desde então não tem notícias dele, com isso, as dificuldades financeiras só crescem e a fazem procurar um lugar mais barato para viver. Ela encontra algum alento ao se se envolver com Jørgen (Joachim Fjelstrup), seu chefe na fábrica. No entanto, o que parecia a promessa de dias melhores tornará as coisas ainda mais complicadas, já que a mãe dele desaprova o romance e gera ainda mais complicações para a protagonista. Diante de tantos acontecimentos ruins, ela irá conhecer Dagmar (a sempre ótima Trine Dyrholm), uma mulher mais velha que vive com a filha em uma delicatessen que serve de fachada para adoção clandestina de bebês. No entanto, nada é o que parece e Karoline se vê diante de uma macabra realidade que pode levá-la até mesmo para à prisão.  Os méritos de A Garota da Agulha estão em contar sua história como se fosse um drama disfarçado de filme de terror, para depois revelar-se o oposto, isso funciona para  prender a atenção da plateia, ainda mais com o auxílio das atuações poderosas de sua dupla de atrizes. Outro destaque da produção é a belíssima fotografia em preto e branco, trabalhando luzes e sombras na medida certa para deixar o espectador apreensivo perante os segredos que se revelam aos poucos na tela.

A Garota da Agulha (Pigen med nålen / Dinamarca - Polônia - Suécia) de Magnus Van Horn com  Victoria Carme Sonne, Trine Dyrholm, Ava Knox Martin, Joachim Fjelstrup, Besir Zeciri, Ari Alexander, Tessa Hoder e Søren Sætter-Lassen. ☻☻☻☻

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