Adèle e Léa: casal icônico.
Para terminar o Ciclo Diversidade SXL, escolhi um dos filmes mais falados dos últimos anos: Azul é a Cor mais Quente. O filme causou furor ao ser exibido em Cannes por conta de suas cenas de sexo (bastante explícitas) - baseado na HQ de Julie Maroh, o filme conquistou fãs fieis desde aquele dia, tanto que garantiu a Palma de Ouro não apenas para o filme, mas também para suas duas protagonistas, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos (que estão bem a vontade diante da câmera). Indicado ao BAFTA e ao Globo de Ouro de filme estrangeiro, os mais espertos já sabiam que o filme estaria fora da lista do Oscar, já que é bastante despudorado para os padrões da Academia. No entanto, Azul é a Cor Mais Quente tem como maior diferencial a sinceridade em que conta a história da descoberta da identidade sexual de uma adolescente, Adèle (Adèle Exarchopoulos) que possui interesse por rapazes, mas que fica instigada ao cruzar na rua com uma garota de cabelos azuis. A partir dali, ela começa a perceber que possui interesse por mulherese, mas ainda precisa saber como lidar com isso. O filme não tem pressa para fazer Adèle se reencontrar com a garota de cabelos azuis, mas quando as duas estão juntas é evidente que existe um interesse por parte de Emma (Léa Seydoux), dali em diante o romance entre as duas se intensifica gradativamente e possui repercussões entre o círculo de amigos da adolescente. Já Emma é mais experiente, aluna de Artes e com amigos mais descolados, sua jovem namorada é absorvida por esse universo sem maiores dificuldades - ainda que exista algumas gotas de desconforto. Abdellatif Kechiche conta uma história de amor que seria bastante comum se não fosse protagonizada por duas mulheres, apresenta a plateia um pouco de como era a vida de Adèle antes e depois de conhecer Emma, explora a passagem do tempo e alguns aspectos que uma delas esperava ter deixado para trás - e que ela nem saberá explicar, mas que atrapalha os rumos do romance. Embora seja longo (o filme possui três horas de projeção), ele se tornou cult pela naturalidade com que apresenta um relacionamento gay e, obviamente, pelas cenas tórridas (uma delas chega a durar sete minutos) que além de chamar a atenção do público ainda rendeu uma briga entre as atrizes e o diretor. As atrizes reclamaram que o diretor exagerava nas filmagens das cenas de sexo (uma determinada cena chegou a ser repetida ao longo de dez dias), elas argumentaram que foram exploradas e manipuladas por um diretor que queria satisfazer suas fantasias. Já o diretor disse que as duas são muito mimadas e que fez tudo em nome da arte. Seja como for, Azul é a Cor Mais Quente tornou-se uma referência na sétima arte sobre filmes de relacionamento entre duas mulheres e, se o trio fizer as pazes, deve render até uma sequência (já que ao final deixa claro que é só a primeira parte de duas)
Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d'Adèle / França - Bélgica - Espanha/2013) de Abdellatif Kechiche com Léa Seydoux, Adèle Exarchopoulos, Salim Kechiouche e Samir Bella. ☻☻☻
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🌈 "Carol" de Todd Haynes
🌈 "Hoje eu Quero Voltar Sozinho" de Daniel Ribeiro
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