segunda-feira, 27 de maio de 2019

Na Tela: Brightburn - Filho das Trevas

Brandon Breyer (Jason A. Dunn): Superboy do mal.  

É até engraçado que com os filmes da DC Comics se tornando mais leves e divertidos estreie um Superman malévolo nos cinemas. Brightburn parte da ideia de o que teria acontecido se o filho de Krypton houvesse seguido um caminho diferente e se tornado um vilão com superpoderes. Embora o filme não faça cite um dos heróis mais famosos dos quadrinhos, as referências estão todas lá, desde o início. Em uma noite um casal de fazendeiros levam um susto com um objeto voador não identificado que despenca no quintal. Nela estava um bebê, que é adotado pelos dois. Tori (Elizabeth Banks) e Kyle (David Denman) o criam com todo amor e carinho sem entrarem em detalhes sobre sua origem. As coisas começam a se complicar quando Brandon (Jackson A. Dunn, que interpretou o Homem-Formiga menino naquela rápida cena de Vingadores: Ultimato) começa a demonstrar um comportamento estranho acentuado pelo fato de não ser um menino comum. Em sua primeira parte o filme funciona bem, com seu suspense discreto e a descoberta gradativa dos poderes que o menino possui. Superforça, olhar de raio laser, habilidade de voar... coloque uma capa vermelha e nada nega a inspiração para compor o menino. No entanto, ele identifica em suas particulares uma forma de se impor no mundo destruindo os mais fracos, especialmente aqueles que o incomodam. Daí em diante o filme mergulha em requintes de crueldade com  mortes elaboradas que dão ao filme uma tonalidade desnecessariamente trash. Embora o filme tenha ótimas soluções para driblar o modesto orçamento, ironicamente é no momento que o menino se torna um assassino descontrolado que o filme perde fôlego, se torna repetitivo, inclusive na postura dos pais - já que enquanto Kyle desconfia que existe algo de estranho com o guri, a mãe está sempre disposta a dissipar as suspeitas que são inevitáveis. Jackson consegue compor um menino estranho, distante e sem emoção que não empolga muito, mas combina com o personagem que se torna cada vez mais alheio à humanidade. A trama produzida por James Gunn (de Guardiões da Galáxia e do novo Esquadrão Suicida) não alcança todas as notas que anuncia, mas abre nossa imaginação para uma nova possibilidade nas adaptações dos quadrinhos para o cinema. Com a repercussão do filme (especialmente pelas ótimas cenas que aparecem nos créditos finais) se especula que ele marcaria a origem da Liga Sombria formada pelas versões vilanescas dos heróis da DC Comics, na verdade o filme é só uma brincadeira com o que o Superman representa para a cultura pop, mas eu não duvido que algum produtor fique interessado pela ideia depois de assistir Brightburn, produção baratinha (sete milhões de dólares) que deve render bem mais ao redor do mundo.

Brightburn - Filho das Trevas (Brightburn/EUA-2019) de David Yarovesky com Elizabeth Banks, Jackson A. Dunn, David Denman, Jennifer Holland e Matt Jones. ☻☻

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