segunda-feira, 27 de maio de 2019

Na Tela: Cemitério Maldito

Jeté e Jason: versão zumbi de um clássico do terror. 

Além de ser uma das adaptações mais conhecidas da obra de Stephen King, a primeira versão para o cinema de Cemitério Maldito se tornou um pequeno clássico do terror. Lançado em 1989 e exibido dezenas de vezes na TV o filme foi um dos mais populares das locadoras nos anos 1990 em diante. Nada mal para um filme com trinta anos de idade. Dirigido por Mary Lambert, o filme ainda tem um importante valor emocional para minha história de cinéfilo, afinal, foi o primeiro filme de terror que assisti (meio forçado no conforto de casa ao lado de minha irmã sete anos mais velha). Lembro que quando o filme terminou eu estava mais triste do que com medo, afinal, a história do misterioso cemitério onde quem é sepultado volta à vida, mostra-se um verdadeiro pesadelo para o protagonista que gostaria de estender a vida de quem ficou pelo caminho. Na minha mente esta é a alma do livro, já que muita gente, apesar das consequências faria a mesma coisa para ter quem lhe era querido ao lado novamente. A nova versão da obra traz algumas surpresas para quem leu o livro e para quem assistiu ao primeiro filme, particularmente eu não curti muito estas alterações, especialmente as que tornaram a produção ainda mais sanguinolenta e com uma pegada zumbi no desenvolvimento da história. No entanto, o filme funciona e deve agradar os fãs do gênero. Jason Clarke entrega mais um bom trabalho como Louis, o médico que se muda para uma cidadezinha junto com a família. O início da história é muito bem feito, conhecemos a casa confortável, a estrada com caminhões sempre acelerados cortando o terreno e a família formada pela esposa, Rachel (Amy Seimetz) e os adoráveis filhos, Ellie (Jeté Laurence) e Gage (vivido pelos gêmeos Hugo e Lucas Lavoie), assim como o gato Church (quem conhece a história sabe que ele tem papel importante). Também conhecemos o solitário vizinho, Jud (John Lithgow alvo de um easter egg que me fez rir, mas não vou citar aqui) que nascido e criado na região, sabe que o terreno dos novos vizinhos é bastante extenso e guarda alguns segredos em sua parte mais afastada. Embora crie uma boa atmosfera, a necessidade de criar sustos com certa regularidade faz com que nem todos funcionem como deveriam (o paciente que assombra o doutor não faz muito sentido e o trauma de Rachel mais embola do que enriquece a história), mas o pior é a uma mudança de tom um tanto grotesca depois que Louis visita o cemitério do pela segunda vez. O que antes era um exercício sobre a dificuldade em lidar com a morte se torna uma história de matança sem espaço para refletir. No fim das contas, o grande destaque do filme é o trabalho da precoce Jeté Laurence que demonstra desenvoltura de veterana em cenas que causam grande desconforto na plateia. Nesta versão (que perdeu os Ramones tocando no final) é  a menina que faz o filme ficar acima da média. 

Cemitério Maldito (Pet Sematary/EUA-2019) de  Kevin Kölsch, Dennis Widmyer com Jason Clarke, John Lithgow, Jeté Laurence e Amy Seimetz.  

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